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Com jogo agressivo, Nauhany se inspira em Bia para evoluir

Nauhany Silva; (Foto: Marcelo Zambrana)

por Mário Sérgio Cruz, de São Paulo

O início de temporada em 2024 tem sido marcado por muitas experiências inéditas para Nauhany Silva. Com 14 anos recém-completados em março, conseguiu a primeira vitória no circuito profissional em São Paulo. Também na capital paulista, estreou com vitória expressiva no Roland Garros Junior Series, diante da argentina Sol Larraya, principal cabeça de chave e atual campeã. Naná, como é conhecida no circuito, também terá a oportunidade de acompanhar a equipe brasileira na Billie Jean King Cup no duelo contra a Alemanha na próxima semana e conviver de perto com uma de suas maiores fontes de inspiração, Beatriz Haddad Maia.

“Vai ser uma experiência muito boa. Já conversei muitas vezes com a Bia, mas agora treinar durante uma semana com ela vai ser bem diferente. Espero ajudar o time e que a gente ganhe!”, disse Nauhany, em entrevista a TenisBrasil na última quarta-feira em São Paulo. A jovem tenista começou no esporte ainda aos dois anos, incentivada pelo pai, Paulo, que trabalha como treinador. “Eu comecei a jogar pelo meu pai. Ele é treinador de tênis e me ensinou desde pequenininha. Ele me incentivou e acabei gostando. Até hoje estou aqui, jogando. Quando pequena, gostava da Serena e da Sharapova”.

Da admiração por Serena, Sharapova e Bia, veio também o estilo mais agressivo. Ela conta que tem preferência por quadras mais rápidas, onde pode potencializar o jogo com o saque e primeira bola. “Ah, eu gosto de jogar em quadra rápida. Estou bem acostumada, principalmente porque meu estilo é mais para esse piso”, acrescenta a tenista, que treina na Rede Tênis Brasil, em São Paulo.

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Ainda em janeiro deste ano, Nauhany se destacou ao disputar a semifinal do tradicional torneio francês Les Petits As, um dos maiores evento do mundo na categoria 14 anos, e que historicamente revela grandes nomes. Em uma das partidas, chamou atenção por um saque com mais de 180 km/h. “Não sabia que o meu saque dava 180 por hora! Foi uma coisa boa que eu gostei de ver lá. Mas, sim, meu saque é uma arma. Gosto muito do meu saque e da minha direita. É o que me deixa ser mais agressiva. Eu já conhecia muitas meninas do torneio, porque no outro ano já tinha ido para a Europa. Foi o meu último torneio de 14 anos e fica uma boa lembrança”.

Apesar da pouquíssima idade, Nauhany já tem dois títulos no circuito mundial de 18 anos e ocupa o 352º lugar na ITF. Ano passado, foi campeã na Guatemala e também em Itajaí, contra meninas até cinco anos mais velhas. Entre as profissionais, somou o primeiro ponto na WTA ao ter vencido a norte-americana Jaeda Daniel por 6/4, 4/6 e 7/6 (7-0). No dia seguinte fez outro jogo equilibrado contra a argentina Julieta Estable, atual 407ª do mundo, e perdeu em três sets. Para entrar no ranking profissional, precisa pontuar em três torneios distintos ou somar 10 pontos.

“O que eu espero desse ano é evoluir cada vez mais, melhore o que tenho para melhorar, e fazer meus pontos profissionais e entrar no ranking”, falou a tenista, bastante sorridente e empolgada. Ela se lembrou das emoções que sentiu após a maior vitória da carreira e está ciente do que precisa para evoluir.

“Foi um jogo bem duro, no terceiro set, garra total aquilo! Do começo ao fim! Eu tinha me esforçado muito para ganhar aquele jogo. Quando termina, você pensa: ‘Meu Deus do céu! Muito obrigada!’ Sei que teve coisas que poderiam ter sido melhores. Mas quando saí estava até desacreditada. Eu não imaginava, foi uma surpresa mesmo! E no dia seguinte, quase ganhei da cabeça 1 do quali. Outro jogo difícil, mas acho que faltou um pouco mais de mental e físico”, comentou. “Eu evoluí muito do ano passado pra cá, porque um atrás eu ainda jogava Cosat. E está sendo bem diferente. Acho que as meninas são mais espertas, sabem segurar a onda mentalmente e fisicamente. E acho que eu tenho que melhorar cada vez mais essas coisas para estar no mesmo nível que elas”.

Na próxima semana, durante a Billie Jean King Cup, Nauhany será uma das três juvenis convidadas pela Confederação para acompanhar a rotina de treinos das profissionais. Ela terá a companhia da gaúcha Pietra Rívoli e da catarinense Carolina Bohrer. O time profissional que enfrenta a Alemanha terá Bia Haddad Maia, Laura Pigossi, Carol Meligeni e as duplistas Luísa Stefani e Ingrid Martins.

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JBG
JBG
1 mês atrás

Excelentes observações sobre o futuro dela no tênis. Nathany essa vai dar trabalho pra as adversárias, com certeza terá uma carreira brilhante.

Paulo A.
Paulo A.
1 mês atrás

Aqui no Brasil Naná é a mais promissora das juvenis justamente pelo seu estilo agressivo e um tênis moderno, em que toma a iniciativa dos pontos. A outra brasileira genial é a Victoria, que mora na França. As duas substituirão a Bia em um futuro que se apresenta brilhante.

Maurício Luís *
Maurício Luís *
1 mês atrás

A Bia estando entre as 20 primeiras é importantíssimo no sentido de inspirar novas jogadoras. Alguns ‘haters’ a tem criticado por derrotas prematuras, mas o fato é que ela chegou a figurar no Top 10 e chegar à semi de Roland Garros é algo histórico que ninguém vai tirar dela.
Ainda não surgiu nenhum novo Guga ou nenhuma nova Maria Esther Bueno, mas temos promessas.
E torcedor é movido a esperança.

Fábio
Fábio
1 mês atrás

Eu acho que ela tem que se inspirar é na MEB.

Vanessa
Vanessa
1 mês atrás
Responder para  Fábio

Pô, mas até nisso vocês querem impor suas escolhas? Deixa a menina.

Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.
Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.

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