Temporada dá novos contornos à rivalidade entre Sinner e Alcaraz

Foto: Darren Carroll/USTA

Pelo segundo ano consecutivo, os quatro títulos de Grand Slam do tênis masculino ficaram com Carlos Alcaraz ou Jannik Sinner. Mas a rivalidade entre o espanhol e o italiano ganhou novos contornos em 2025.

Alcaraz e Sinner fizeram seus três primeiros confrontos em finais de Grand Slam. A começar por um duelo memorável em Roland Garros, vencido por Alcaraz em cinco sets e salvando match-point. O italiano se recuperou rápido da frustração e conquistou Wimbledon, além de impedindo um tricampeonato do espanhol.

Já no US Open foi a vez de Alcaraz quebrar um domínio de Sinner, que estava invicto há 27 jogos de Grand Slam nas quadras duras, com dois títulos na Austrália e um no US Open do ano passado.

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E pode se dizer que, apesar de todo o histórico de Sinner nas quadras duras, Alcaraz chegou à final como favorito e confirmou. Ele não havia perdido nenhum set e sofrido apenas duas quebras no caminho até a final. O único set vencido por Sinner no último domingo impediu que o espanhol se tornasse um inédito campeão de US Open sem perder sets na Era Aberta e o primeiro desde Neale Fraser em 1960. Já o italiano havia passado por momentos de oscilação durante o torneio e ainda carregava dúvidas de uma aparente lesão muscular na região abdominal sofrida na semifinal contra Félix Auger-Aliassime na última sexta-feira.

A busca da Alcaraz para 2026 é vencer o Australian Open, único Grand Slam que ainda não conquistou. Sinner também ficou perto de um Career Slam – e até de um Serena Slam com quatro seguidos – faltou um pontinho em Paris.

E como bem pontuou Novak Djokovic, que chegou às semifinais nos quatro torneios do Grand Slam, é cada vez mais difícil vencer Sinner e Alcaraz em melhor de cinco sets. A escalada para quem quiser vencer um Grand Slam nos próximos anos será digna de um Everest.

Outra montanha no tênis feminino e a mudança na mentalidade de Sabalenka

Se entre os homens, ninguém tirou um título de Grand Slam das mãos de Alcaraz e Sinner, o tênis feminino apresentou uma maior variedade de campeãs, com quatro vencedoras diferentes na temporada. Mas os dois últimos Grand Slam tiveram uma mínima inversão: Amanda Anisimova eliminou Aryna Sabalenka na semifinal de Wimbledon, mas foi derrotada por Iga Swiatek na decisão. Meses depois, conseguiu superar a polonesa nas quartas de final do US Open, mas amargou mais um vice, superada por Sabalenka na final.

Se no universo de melhor de três sets, a possibilidade de vencer uma das líderes do ranking é maior, repetir a dose em rodadas seguidas é tarefa duríssima. Mas tivemos um exemplo neste ano de que é possível. A experiente norte-americana Madison Keys salvou match-point na semifinal contra Iga Swiatek no Australian Open. E duas noites depois, vencia a bicampeã Aryna Sabalenka na final para conquistar seu primeiro Grand Slam. Uma façanha que, o tempo mostra, fica maior a cada vez que a gente se lembra. Já em Roland Garros, Coco Gauff aproveitou a chance num ano de resultados consistentes no saibro e com um chaveamento que forçou o confronto entre Sabalenka e Swiatek já na semifinal, quando a polonesa havia caído no ranking. E tal como fez em seu primeiro Slam, o US Open de 2023, bateu a bielorrussa na decisão.

A redenção de Sabalenka veio com o bicampeonato do US Open. Ela chegou a Nova York com duas missões: Defender o título do ano passado, o que não acontecia desde o tricampeonato de Serena Williams entre 2012 e 2014, e se manter na liderança do ranking. Ela conseguiu os dois, além de manter a vantagem para as duas principais rivais e dar um passo importante para tentar terminar o segundo ano seguido como número 1 do mundo. Depois de ter sofrido duras derrotas na Austrália e em Paris e aprendeu a lição: “Eu achava que chegar à final já significava que eu venceria e que tudo seria fácil. Foi um erro total de mentalidade, entendi a lição e espero nunca mais repetir esse erro”, afirmou na coletiva de imprensa.

Com quatro conquistas em Grand Slam no piso duro, Sabalenka iguala os números de Naomi Osaka, semifinalista em Nova York e novamente competitiva. O desafio agora é tentar vencer nas superfícies naturais. Com uma final e uma semi em Roland e três semifinais de Wimbledon, ela mostra ter plenas condições para dar um passo a mais. Da mesma forma que sua principal rival, Iga Swiatek, que só precisa do Australian Open para completar o Career Slam. Gostamos de novas campeãs e novas histórias? Sim, e muito! Mas bem que os deuses do tênis poderiam nos dar uma final de Slam entre elas em 2026…

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Mar os
Mar os
4 horas atrás

Ótima análise, parabéns.

Julio Marinho
Julio Marinho
32 minutos atrás

Belo texto. Muito legal. Abraço!

Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.
Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.
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