Londres (Inglaterra) – Britânico com melhor resultado nesta edição de Wimbledon, Cameron Norrie se despediu nas quartas de final do torneio. O canhoto de 29 anos e ex-top 10 passou por grandes nomes como Roberto Bautista Agut, Frances Tiafoe e Nicolas Jarry, antes de ser superado por Carlos Alcaraz nesta terça-feira. Norrie encerra sua participação feliz com a boa campanha e enalteceu o alto nível de tênis apresentado pelo espanhol, número 2 do mundo e bicampeão do torneio.
Atual 61º do ranking, Norrie buscava chegar à semifinal de Wimbledon pela segunda vez, repetindo o feito de 2022. Mas desta vez, acabou superado por 6/2, 6/3 e 6/3. Foi a quinta vitória de Alcaraz em sete duelos entre eles. O espanhol também ampliou sua sequência invicta no circuito para 23 partidas.
“Foi um jogo duro. Sabia que entraria como azarão. Acho que o Charlie cuidou muito bem dos games de serviço. E nas poucas chances que tive, ele encontrou saídas com grandes saques”, comentou. “Foi uma boa experiência enfrentar provavelmente o melhor jogador do mundo no momento, e no piso em que ele mais confia”.
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Apesar da eliminação, o britânico celebrou o desempenho ao longo da campanha. “Levo muitos pontos positivos. Principalmente a forma como aproveitei cada momento no torneio. Me senti muito livre em quadra, consegui manter a concentração em jogos longos como contra o Jarry, que me dá muita confiança. Foi quase como fazer uma pré-temporada naquele jogo. Me senti testado de várias maneiras, como favorito ou como zebra, e em todas consegui responder bem”.
O ex-número 8 do mundo também falou sobre sua recuperação física e emocional após um ano difícil, que incluiu uma lesão no antebraço e a ausência no US Open e nos Jogos Olímpicos de Paris. “Acho que agora tudo está começando a se encaixar. Sempre senti que estava batendo bem na bola, mas precisava vencer partidas para ganhar confiança. Me sinto de volta ao meu melhor nível e, o mais importante, estou curtindo o tênis de novo. Isso me dá energia para continuar perseguindo meu lugar no ranking”.
Sobre o desempenho do adversário, Norrie foi direto: “Acho que ele é o favorito, com certeza. O nível de hoje foi incrível. Se eu não fazia o suficiente com a bola, ele me punia com potência, variação, drop shots. Me senti pressionado a arriscar mais do que o normal, e isso é mérito dele, pela forma como se movimenta e impõe o jogo”
Animado com a presença no palco principal do torneio, Norrie foi questionado se se sentiu ofuscado pelo foco em nomes como Jack Draper e Emma Raducanu, mas valorizou o ambiente. “Foi muito especial jogar na Quadra Central. A atmosfera estava incrível. Acho que aproveitei bem a experiência. Quem sabe numa próxima quartas eu chegue mais preparado, sabendo que meu nível está lá”, afirmou. “Claro que também teria sido bom ver o Jack indo mais longe, ele é um dos melhores do mundo hoje. Mas meu foco era só em mim. Estava relaxado, confiante e com uma chave difícil. Só queria curtir o meu tênis e acho que consegui”.