Felipe Priante
Especial de Paris
Um dos maiores nomes do tênis nas últimas duas décadas, o britânico Andy Murray encerrou sua carreira na última quinta-feira com a derrota nas quartas de final de duplas nos Jogos Olímpicos. Dono de três títulos de Grand Slam, duas medalhas de ouro e 41 semanas como número 1 do mundo, o tenista de 37 anos deixou as quadras mais do que satisfeito com todas as marcas que alcançou.
“Se eu voltasse no começo da minha carreira, quando comecei a jogar lá na Escócia, eu não me imaginaria aqui tendo conquistado tudo o que conquistei. Foi incrível alcançar coisas tão grandes no esporte, foi uma jornada incrível que vai me ajudar muito no que farei daqui para frente. O tênis me ensinou muitas coisa”, afirmou Murray.
Para o britânico, a luta que mostrou nesta reta final de carreira, sem desistir das partidas até o fim, como aconteceu duas vezes nestes Jogos Olímpicos, salvando match-points em duas partidas, é a marca que deixará para o público. Sobre seu legado, ele preferiu passar a responsabilidade para frente. “Vocês e o público que vão definir isso, não sei. Estou orgulhoso por minha carreira, por tudo que consegui alcançar e me doei bastante fisicamente”.
A batalha física também foi uma marca registrada do britânico, que superou duas operações no quadril para seguir competindo e teve problemas nas costas nesta reta final que quase custaram uma aposentadoria sem conseguir se despedir em quadra.
“Fisicamente tem sido muito difícil, tenho enfrentado dores. Consegui entrar em quadra para competir neste nível, cheguei perto de ganhar uma medalha, mas a dor e o desconforto no meu corpo não são bons. Por isso estou feliz de ter terminado, pois se continuasse tentando eventualmente eu acabaria com uma lesão que encerraria minha carreira. Foi o momento certo”, destacou o escocês.
Alegria por parar em seus termos
Com o final já planejado já algum tempo, Murray garantiu que estava preparado emocionalmente para a despedida. “Claro que esta foi minha última partida em alto nível, mas estou genuinamente feliz pela maneira como terminou, aqui nos Jogos Olímpicos e nos meus termos. Quando fiz os exames nas minhas costas disseram que não conseguiria me recuperar a tempo, mas fico feliz de ter conseguido jogar aqui”, observou.
Murray encerrou a carreira se sentindo bem, mas desapontado com o resultado e o desempenho em sua última partida na dupla com Daniel Evans, caindo nas quartas de final para os norte-americanos Tommy Paul e Taylor Fritz. “Por um set e meio nós não jogamos bem. Não acho que fizemos nossa melhor partida no final, mas achamos alguma coisa”, analisou o britânico.
“É uma pena porque se tivéssemos começado melhor seria bem mais difícil pra eles, não dá para garantir que venceríamos. Foi uma boa campanha, meu torneio final. Não terminou como gostaria, seria incrível poder vencer uma medalha, mas estou bem”, complementou o ex-número 1 do mundo, que viu a derrota olímpica doer mais do que a queda em Wimbledon nas duplas com o irmão Jamie.
“Wimbledon foi duro porque não sabia como iria desempenhar, fico feliz de ter conseguido jogar. Aqui jogamos bem, ficamos perto de brigar por uma medalha e por isso há uma maior decepção. Em Wimbledon parecia meio inevitável (a derrota), mas aqui eu tinha alguma chance, só que não consegui”, explicou o britânico.
Susto no final da carreira
Depois de longas batalhas com o quadril, na reta final da carreira foram as costas que preocuparam Andy e de forma bastante intensa. “O momento mais duro foi quando recebi a notícia sobre as minhas costas, porque estava pressionado a minha perna, não estava sentindo a perna direito e poderia piorar com o tempo, se tornando algo realmente perigoso”, lembrou o escocês.
“Não podia perder o controle e deixar que fosse para a outra perna. Ainda bem que deu tudo certo com a cirurgia, consegui ter um processo rápido de recuperação e joguei em Wimbledon e aqui. Eu queria terminar neste verão, mas havia algumas dúvidas por causa do físico”, complementou Murray.
Próximos passos e agradecimento aos fãs
Em sua despedida, Murray não deixaria de ser questionado sobre seus próximos passos, se gostaria de trabalhar como comentarista nos futuro. “Vocês (da imprensa) são amáveis, mas não sei o que vou fazer. Nunca fui bom em inglês na escola, por isso escrever não é a minha praia. Não sei o que vou fazer a seguir”, começou o bicampeão olímpico.
“Não acho que vou comentar, não me vejo fazendo isso, mas nunca se sabe. Acho que vou ficar afastado do esporte por uns meses e ver quais são minhas opções. Se Não vier nada ficar em casa com minha família está bom, é isso que vou fazer neste momento., mas não acho que irei para o jornalismo”, acrescentou Murray.
Os fãs também não foram esquecidos pelo britânico. “Agradeço muito a todo o apoio, definitivamente senti bastante isso, principalmente nos últimos anos. Quando as coisa não iam bem em quadra o apoio era enorme. Em todo o mundo muita gente torceu por mim nos torneios que disputei e só posso agradecer imensamente por terem passado por essa jornada”.
Um escocês que lavou a alma dos britânicos e ganhou seus corações
[…] “Foi incrível alcançar coisas tão grandes no esporte”, afirma Murray […]
O único autógrafo que tenho de um tenista é o dele. Acho que foi um dos melhores presentes que já recebi. Admiro demais esse cara por tudo que fez, pela ética, pelo caráter, pela luta, pelas conquistas… um grande esportista, no sentido mais nobre.
Sempre torci por ele. Um “humano” que fazia frente aos três “mutantes”. Tive a sorte de vê-lo jogar em RG.
Esse eu tiro o chapéu, furar o Big 3, três vezes, ganhar 2 ouros seguidos, ser número um por mais de 40 semanas, sem ter a habilidade dos demais, é um vencedor, jogadores com essa garra e perspicácia estão faltando na ATP atual. Fará muita falta, Valeu Murray!
Parabéns Andy o maior amante desse esporte é número 1 como ser humano e conseguiu competir com 3 monstros Big 4 ele sempre mereceu sentiremos saudades número 1 disputando com Os 3 imagina