Uma marca para esse início de temporada de 2025 para João Fonseca tem sido a presença cada vez mais frequente nos principais estádios dos torneios em que disputa. Foi assim na estreia do Masters 1000 de Indian Wells, nos três jogos em Miami e nos dois que fez em Madri. Já no Australian Open, atuou na Margaret Court Arena, a segunda em importância do Melbourne Park, em sua vitória contra Andrey Rublev. A experiência nos grandes palcos tem sido positiva para o carioca de 18 anos e atual número 1 do Brasil.
“Estou me acostumando mais com esse tipo de torneio e com os estádios. Estou me sentindo mais adaptado nessas quadras, é como uma rotina”, avaliou Fonseca, durante coletiva de imprensa em Madri. A estreia diante do dinamarquês Elmer Moller, de 21 anos e atual 114º do mundo, provocou uma situação curiosa. Mesmo sendo o mais jovem em quadra, ele se sentia o tenista mais experiente nas condições em que a partida foi disputada.
“Eu até disse em outra entrevista que hoje eu estava um pouco mais experiente do que o outro cara. É difícil dizer isso porque eu era mais novo que ele, mas eu já sabia como era jogar em estádios grandes e acho que era a primeira vez dele e ele estava um pouco mais nervoso”, relembrou o atual 65º do ranking. “Acho que era a primeira vez dele num estádio tão grande. Eu levei isso a meu favor, entrei em quadra um pouco mais solto e ele um pouco mais tenso”.
Maior exposição e rotina de entrevistas
Fonseca atrai atenção de cada vez mais fãs e profissionais de imprensa de todo o mundo. Conforme aumentam exposição e os jogos em estádios grandes, a rotina de entrevistas também fica mais exigente. Ainda jovem, ele conta que tem aprendido a controlar a timidez e buscado mais desenvoltura em sua comunicação. “Houve uma época em que eu era muito tímido e não falava inglês muito bem, nem espanhol. Português, sim, mas eu ainda ficava muito nervoso quando falava para a câmera e com muitas pessoas”.
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“Mas quando você é tenista ou um jogador de futebol, precisa se adaptar a essas coisas. Você precisa falar, mesmo que fale muito mal”, afirmou. “Eu nunca gosto de preparar muito o que preciso dizer, sou bem espontâneo. Mas, ao mesmo tempo, sei que preciso agradecer a algumas pessoas e dizer algumas palavras. Agora estou muito mais acostumado com isso, então consigo falar um pouco mais e me expressar”.
Lições da partida contra Tommy Paul
Superado na segunda rodada em Madri pelo norte-americano Tommy Paul, número 12 do mundo, em duelo de dois tiebreaks no último sábado, Fonseca lamentou as oportunidades perdidas, já que chegou a ter set-points nas duas parciais. “Foi um jogo difícil, em que tive muitas oportunidades e não consegui pegar. Tive muitos break-points durante a partida. Em alguns ele jogou bem, foi mérito dele. Mas em alguns foram demérito meu”, comenta o tenista que teve 11 break-points na partida e conseguiu apenas uma quebra.
“Falhei muito em momentos importantes da partida. Fui impaciente e fiquei remoendo isso. Obviamente, estou bravo após a partida, porque tive chances de ganhar e acabei não conseguindo. Agora é seguir para o próximo torneio”, relatou o carioca, que disputa o challenger do Estoril, em Portugal, a partir de quarta-feira, quando estreia contra o holandês Jesper de Jong.
Uso mais frequente das curtinhas e inspiração em Alcaraz
Los tiros de Fonseca 🔥@MutuaMadridOpen | #MMOpenpic.twitter.com/P1nT6WJPSW
— ATP Tour en Español (@ATPTour_ES) April 26, 2025
Em quadra, Fonseca tenta trazer mais elementos para seu jogo durante a temporada de saibro. E um dos exemplos disso é o maior uso das curtinhas, algo que tem sido trabalhado com a equipe comandada por Guilherme Teixeira. A principal inspiração é o espanhol Carlos Alcaraz, número 3 do mundo, que tem muita confiança para a execução desse golpe em momentos importantes das partidas. O ajuste pensado especialmente para o saibro, superfície em que os pontos costumam ser mais longos e os adversários jogam mais recuados.
“Trabalho bastante nisso quando estou jogando no saibro. É um golpe difícil de fazer às vezes, como o Carlos [Alcaraz] faz em quadra dura, mas no saibro é uma ótima jogada”, comentou o carioca. Ele também detalha o motivo para usar esse recurso com mais frequência. “As pessoas jogam mais defensivamente, ficam tipo cinco metros atrás da linha de base. Eu gosto de ser agressivo com meu forehand, mas às vezes, quando o adversário já está esperando um golpe forte para definir o ponto e a curtinha é muito boa, desde que seja feita no momento certo”.
Fonseca está numa fase, onde a mídia quer saber o que ele pensa, pouco importa sobre qual assunto, o importante não é o conteúdo, é a forma, pode ser física quântica…e tudo bem.
Muitas vezes ele (Fonseca) escorrega na sinceridade, principalmente no pós derrota (no AO admitiu que estava muito nervoso, faltou preparo, no Brasil Open disse que a pressão da torcida afetou seu jogo, numa entrevista falou sobre o desejo por ser número 1, mesmo sendo 64 do mundo, ficou “bravinho” por perder para um tenista com ranking e resultados melhores).
Declarações assim, apenas coloca mais pressão nele, deveria não deixar transparecer sentimentos que normalmente acontece no pós derrota…
Pois…”tudo que disser, pode e será usado contra vc, no tribunal da torcida brasileira”
Sinceridade demais é falta de educação.
Se ele for do perfil que tem receio sobre o que pensam ou falam dele, deveria repensar a sinceridade na entrevista. Por outro lado, se ele não possui esse perfil, tem que falar e esvaziar mesmo, se o faz bem.
Sinceridade demais é falta de educação?! Ter sinceridade é ter coragem, neu caro. Infelizmente, o mundo anda de cabeça p/ baixo, fazer o certo, falar o q realmente pensa incomoda as pessoas.