Varsóvia (Polônia) – Em meio a tantos comentários, críticas e surpresas, o atual treinador da polonesa Iga Swiatek, o belga Wim Fissette, veio a público para falar sobre o caso de doping envolvendo sua pupila que explodiu nesta semana. Depois de testar positivo para a substância proibida trimetazidina (TMZ), a número 2 do mundo sofreu uma suspensão provisória de 30 dias, mas acabou inocentada pela Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA).
Segundo Fissette, ele tinha plena convicção sobre a inocência da jogadora de 23 anos. “A confiança é a base do bom relacionamento em nossa equipe desde o início. Iga me contou sobre o caso e deixou comigo a decisão sobre nossa cooperação. Eu a observo há muito tempo, seus valores, sua ética de trabalho, seus padrões. Eu tinha certeza de que ela era inocente desde o início, então isso não influenciou minha decisão de entrar no time. Foi uma situação extremamente estressante e difícil para ela e toda a equipe. Porém, Iga é uma lutadora dentro e fora de quadra, e essa foi mais uma batalha difícil que ela venceu”, disse o treinador ao jornal árabe The National.
Wim Fissette foi anunciado como técnico de Swiatek em outubro, dois meses após o teste positivo da tenista e um mês depois do início de sua suspensão. Desde que assumiu o comando da equipe da polonesa, ela só disputou dois torneios, o WTA Finals e a fase final da Billie Jean King Cup, sendo eliminada nas semis de ambos os eventos.
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Apesar do pouco tempo de trabalho e as duas eliminações em fases decisivas, o belga diz que foram ótimas experiências e segue animado para a próxima temporada. “Como treinador, é um sonho trabalhar com alguém como a Iga. Ela traz intensidade e concentração, é determinada e tem uma missão sempre que está em quadra. É algo que sempre admirei nela, a concentração que ela também coloca nos jogos. Ela inicia o jogo com 100% de energia e mantém isso literalmente em todos os momentos do jogo. Isso é o que sempre admirei nela, mas também acho que há mais espaço para desenvolvê-la”, frisou.
Entre os pontos a melhorar no jogo de Swiatek, o treinador destaca principalmente a consistências em outros pisos além do saibro, sobre o qual ela costuma ser dominante. “Em geral, fora do saibro, acho que às vezes ela sente que realmente precisa mudar muito seu jogo. Então, quando ela joga contra rebatedoras fortes, ela sente que talvez precise bater mais forte do que elas. Nesse sentido, eu sinto que você tem que ser um pouco mais fiel ao seu jogo e usar suas armas. Ela tem um giro (efeito) forte. Acho que o forehand é uma arma, mas quero convertê-lo em algo maior, talvez ser um pouco mais forte também na defesa e melhorar um pouco o saque com mais velocidade e mais precisão”, explica o belga.
Para finalizar, Wim Fissette revelou qual vai ser o maior desafio e o grande objetivo da temporada de Swiatek. “Acho que Wimbledon provavelmente será o Grand Slam mais difícil para ela vencer, mas vejo potencial. Veja alguns campeões anteriores, Simona Halep, Vondrousova… ou você tem grandes rebatedoras ou aquelas que se movem incrivelmente bem no grama. Acho que a Iga se move muito bem e também consegue acertar a bola com muita força. Ela tem uma ótima devolução e vejo coisas no jogo dela que podem ser muito positivas para a temporada na grama”, concluiu.
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