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Semifinais femininas confirmam celebração da igualdade de prêmios

Com a casa cheia e dois jogos emocionantes, as semifinais femininas do US Open confirmaram o entusiasmo na celebração dos 50 anos de igualdade de premiação entre homens e mulheres no Grand Slam norte-americano. Este assunto, porém, sempre foi muito polêmico. Começou já no ano de 1973 em Nova York, com protesto de vários jogadores. E a discussão seguiu nos anos em que os outros torneios também aderiram a igualdade. Isso foi na Austrália em 2001, em Roland Garros, em 2006 e, por último, em Wimbledon em 2007.

Até hoje, tenho a certeza, de que se forem perguntar aos jogadores do tour, ou mesmo aos que já deixaram o profissionalismo, muitos irão expor sua revolta. A maior alegação é a de que jogam em melhor de 5 sets, que as chaves dos Slams no masculino são bem mais equilibradas, enquanto o feminino passa menor tempo em quadra (trabalhando) e muitas sequer se desgastam na primeira semana.

A minha maior lembrança dessas sonoras reclamações vêm de Roland Garros. Em 2006, pressionado pelas irmãs Williams, o então presidente da Federação Francesa de Tênis, Christian Bimes, anunciou a igualdade de premiação. Depois, já com o torneio em andamento, praticamente todos os jogadores perguntados sobre o assunto não acharam justa a decisão, que já existia no AO e no US Open.

Eu sou da opinião de se tem quem pague a conta é justo. Ou seja, se existem patrocinadores interessados, apoio da torcida, como se viu nas semifinais em Nova York, e as transmissões de TV dão audiência, ora por que reclamar?

Posso ainda afirmar que os homens também foram beneficiados pela igualdade de premiação. Lembro bem de quando o BandSports tinha os direitos exclusivos na transmissão dos jogos da WTA, um certo ano, o Finals feminino elevou tanto a premiação que superou o ATP Finals. Na temporada seguinte, o tênis masculino também igualou ao feminino.

Também não vejo erro em as mulheres lutarem por prêmios maiores. E, por isso, os WTA 1000 e 500 irão sofrer alterações para os que forem jogados exclusivamente com chave feminina. Os chamados combinados (masculino e feminino) a igualdade nos prêmios vai demorar um pouco mais.

Essa de se reclamar e pedir prêmios maiores é muito comum no tênis (e acredito também na vida profissional de todos) vem de longe. Lembro bem do Yevgeny Kafelnikov dizendo que os tenistas deveriam ganhar o mesmo que os golfistas faturam, sem contar ainda que ficava indignado que as federações dos Slams sempre ficam com a maior parte do bolo. Enfim, nunca se consegue contentar a todos né.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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