Com esforço muito mais físico do que técnico, João Fonseca conquistou sua quinta vitória consecutiva sobre as quadras duras cobertas da Europa, a segunda em cima do canhoto Denis Shapovalov, e com isso está cada vez mais perto de concretizar a última meta de 2025, ou seja, juntar pontos suficientes para figurar como cabeça de chave no Australian Open.
Fonseca soma agora 1.665 pontos, porém terá 30 a defender em novembro e importantes 125 na primeira semana de janeiro, justamente o período anterior à lista que define os cabeças, ou seja, a do dia 12. Dessa forma, seu total líquido é de 1.510 pontos, o que no momento o deixaria entre 29º e 31º do ranking, portanto na faixa dos cabeças.
Claro que é uma margem pequena, ainda que se possa contar as ausências de Jack Draper e Holger Rune. Daí, nada melhor do que somar mais uma vitória em Paris ou fazer uma boa campanha em Atenas. O problema é o desgaste mais do que natural que Fonseca já demonstrou nesta terça-feira, quando precisou de atendimento médico para dores na região do quadril.
Será difícil encarar Karen Khachanov sem estar 100% fisicamente, porque o russo é um jogador de ritmo pesado e intenso. Contra Shapovalov, o saque voltou a ajudar muito, tirando o brasileiro de momentos delicados. Aliás, notável sua adaptação às diferentes condições de Paris, piso mais lento e outra marca de bola, considerando-se que teve apenas uma tarde de treino e uma manhã de aquecimento curto antes de ir à quadra.
Sublime 😱
Joao Fonseca operating at another level at #RolexParisMasters pic.twitter.com/KTQe23y1mJ
— Tennis TV (@TennisTV) October 28, 2025
Números seguem crescendo
A vitória desta terça-feira já é a sétima de Fonseca em torneios de nível Masters 1000, outra considerável façanha em termos nacionais, uma vez que apenas outros 11 brasileiros já ganharam partidas neste nível. João saltou à frente de quatro deles (Ricardo Mello, Jaime Oncins, Cássio Motta e André Sá). Ao vencer a próxima, igualará Flávio Saretta, Luiz Mattar e Thiago Monteiro, ficando duas atrás de Thiago Wild. É muita coisa para uma única temporada. E ele nem foi a Monte Carlo e Xangai.
Com enorme chance de subir mais quatro postos na próxima atualização e se tornar o 24º do ranking – seu concorrente mais próximo é Arthur Rinderknach, que está agora 125 pontos atrás -, Fonseca muito provavelmente terminará nesse posto ao fim do calendário, a menos que faça uma semifinal em Paris ou ganhe Atenas, o que daria pontos para desafiar o 23º colocado, o próprio Shapovalov.
Se essa lógica se confirmar, Fonseca será o quinto brasileiro com mais alto ranking profissional de simples, atrás somente de Guga Kuerten, Bia Haddad e Thomaz Bellucci e igualado-se a Thomaz Koch (que, a exemplo de Maria Esther Bueno, não tem seus resultados como amador computados por não havia sistema matemático antes de 1973).
Os grupos do WTA Finals
Saíram os grupos do WTA Finals, que promete ser dos mais equilibrados do começo ao fim. Aryna Sabalenka ficou com Coco Gauff, Jessica Pegula e Jasmini Paolini, enquanto Iga Swiatek terá a companhia de Amanda Anisimova, Elena Rybakina e Madison Keys.
Se no primeiro grupo eu vejo Aryna e Coco como favoritas às semifinais, no outro está bem mais embolado, talvez com Keys correndo por fora. A versátil Paolini é a única a estar nas duas competições, o que acontece pelo segundo ano consecutivo. No ano passado, ela não fez semi em nenhuma das chaves.
Nas duplas, Luisa Stefani e Timea Babos terão primeira fase duríssima, contra Siniakova/Townsend, Dabrowski/Routliffe e Andreeva/Shnaider. O outro grupo ficou com Errani/Paolini, Kudermetova/Mertens, Hsieh/Ostapenko e Muhammad/Schuurs.
O Finals de Riad, sobre piso sintético coberto, dá largada no sábado. A premiação é muito boa, com total de US$ 15 milhões. As eventuais campeãs invictas podem embolsar US$ 5,2 mi (simples) e US$ 1,13 mi (duplas), tendo uma premiação mínima de participação de US$ 335 mil (simples) e US$ 140 mil (duplas), caso sejam feitos os três jogos.










Ele vai ter a semana de United Cup, Hong Kong e Brisbane ainda pra somar também.
A cabeça de chave está bem garantida, ao meu ver, muita gente vai precisar fazer boas campanhas pra ele perder o top 32, fora que o próprio João também deve pontuar, penso que a briga que ele pode entrar agora é pelo top 24 (ou 25 com a ausência do Rune) para evitar um top 8 na terceira rodada.
Quando se olha estas informações e se vê o Belluci entre os melhores, percebe-se como muita gente não valorizava ele do que jeito que devia, pois muitos outros passaram e não chegaram lá. Chegar entre os 30 do mundo em qualquer profissão não é para qualquer um.
Problema das críticas ao Belucci que ao meu ver eram e são infundadas era o carisma opaco dele. É uma linha Sinner, de pessoas focadas e sem estrelismo. Parece que pessoas assim incomodam sabe-se lá porque. Num país de fraca tradição tenistica, chegar num TOP30 é maravilhoso.
Alguém pode me informar se terá Next Gen Finals esse ano e se João poderia participar se quisesse?
Nossa Senhora… O óbvio dos óbvios…
Vai ter amigo. Mas a equipe do Joāo já disse q ele não vai participar. Se quisesse ele estaria lá.
Isso seria equivalente a tentar voltar para a barriga da mãe, 1 ano depois do parto. Rssssssssssss
Dalcim, boa tarde.
Parabéns como sempre por gerenciar este site e colocar suas avaliações. Pensando em fechamento de ano, e olhando para o ranking da corrida dos campeões. Mais uma vitória o Fonseca passa o Shapo, a não ser que ele pontue no último torneio da temporada. O Fonseca seria top 23, oo estou errado?
Considerar também que os demais atrás não façam campanhas de destaque, é claro.
Fonseca passa o Shapovalov no ranking da temporada, mas não no ranking de 52 semanas, onde a distância é bem maior, Samuel. Confira em https://www.atptour.com/en/rankings/singles/live
Dalcim, o último torneio do JF este ano será Atenas?
Sim, já que o calendário acaba semana que vem em Metz e Atenas.
Em Atenas a chave independente do sorteio parece ser bem acessível. Acredito que lá também teremos abandonos por questões físicas. Se ele não conseguir avançar em Paris e, chegar na Grécia pelo menos em 70% de condições físicas, creio que garante a entrada no TOP32 tranquilamente. O Kachanov também entrará pressionado acreditando o russo ser capaz de amealhar pontos e campanha para o Finals. A pressão tá toda sobre ele e claro, nos demais que tem como meta o TOP32 para a Austrália.
Lembrando que o Shapo foi vice nesse Master em 2019, perdendo a final para Djokovic. Agora vai pegar um ex-campeão. Se conseguir recuperar dessas dores, acho que dá pra brigar sim.
Se contar que ele venceu o agora ex-campeão da Basiléia, já podemos dizer que ele passa pelo “Caixa9”?