A conquista do ITF J200 de Assunção foi bastante comemorada por Nauhany Silva e sua equipe. A jovem paulista de 15 anos teve uma semana perfeita, com títulos de simples e duplas, o que a ajuda saltar no ranking e ficar em situação confortável para ter vaga no quali do torneio juvenil de Roland Garros. Além disso, Naná destacou a capacidade de buscar um bom resultado, mesmo quando não estava se sentindo tão bem em quadra.
“Foi a vitória da superação”, disse Naná, que salvou match-points na vitória contra a argentina Candela Vazquez, canhota de 16 anos e 88ª do ranking, por 4/6, 7/6 (7-2) e 6/2. “Fiquei muito feliz com a minha atuação, porque tive que estar forte mentalmente para me manter no jogo e sair com a vitória.
“Foi uma semana perfeita, em que eu e minha equipe atingimos o nosso objetivo que era somar pontos para eu tentar disputar o quali de Roland Garros Junior”, acrescentou a tenista. Ela era a principal cabeça de chave do torneio e 84ª do ranking. E com as conquistas, a expectativa é de que a brasileira se aproxime do top 60 quando o ranking for atualizado.
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Naná também irá subir no ranking profissional nesta segunda-feira. Ela é segunda jogadora mais jovem no atual classificação da WTA, ocupando a 1.231ª posição, com 8 pontos. Ela ainda tem três pontos a receber pelas vitórias que teve na semana passada em São Paulo. Na ocasião, foi oferecido um convite para o torneio, mas ela e a equipe preferiram jogar o quali para ter mais testes contra adversárias mais experientes e conseguiu vencer as duas partidas classificatórias e mais uma uma na chave.
Os treinadores Danilo Ferraz, que trabalha no dia a dia da jogadora, e Léo Azevedo, diretor-técnico da Rede Tênis também avaliaram positivamente a semana da jovem paulista: “Naná precisou ser uma competidora com ‘C maiúsculo’ para ganhar. Além do título, espero que a final tenha deixado ótimos ensinamentos para ela: Podemos ganhar mesmo quando não é o nosso dia”, escreveu Azevedo nas redes sociais.
Ferraz acrescentou: “Ela fez uma ótima semana, trabalhou muito bem, sempre muito focada, caprichando nas rotinas. Conseguiu crescer ao longo do torneio, fazendo jogos cada vez melhores até a final. Na decisão, ela se superou, foi um jogo mental, conseguiu salvar match-points e foi premiada com vitória”.
Pietra fez semi de simples e final de duplas
Já classificada para Roland Garros, depois de ter vencido o Junior Series em São Paulo há duas semanas, a gaúcha Pietra Rivoli foi semifinalista na chave de simples, superada por Vazquez, e também foi campeã de duplas com Naná. Em um ranking que considera os seis melhores resultados de simples e mais 25% da soma entre as melhores pontuações nas duplas, a tenista de 17 anos e 129ª do mundo tenta se aproximar de seu melhor ranking, o 105º lugar.
Para Pietra, é o momento de focar em torneios grandes do juvenil e na transição para o tênis profissional. “Na parte juvenil, a minha meta é melhorar meu ranking e estar nos Grand Slam. E além disso, quero tentar entrar no ranking da WTA de simples e focar nos torneios profissionais”, comentou durante a campanha para o título na capital paulista. “Agora, cada vez mais, estou jogando mais torneios profissionais. Neste ano, a gente está mesclando esses torneios junto com os juvenis de maior nível. É importante para ganhar experiência, de entrar no circuito e jogar contra tenistas mais velhas”.
Tourinho segue em evolução
Quem também segue em evolução é Nathalia Tourinho, de apenas 14 anos e que chegou às quartas em Assunção. Desde o início da temporada, a paulista treina na academia de Gabe Jaramillo, nos Estados Unidos, e tem se destacado por seu estilo de jogo agressivo e de muita potência nos golpes. “Eu sou muito agressiva, meu treinador e eu sempre trabalhamos para que eu possa acabar os pontos na rede. E eu também tento abrir mais ângulos, dar mais curtas. E em algumas vezes, tento variar o jogo e até dar um balãozinho para quebrar o ritmo”, disse Tourinho a TenisBrasil, durante o Roland Garros Junior Series.
Tourinho já tem um título de ITF, conquistado no Rio de Janeiro, disputou recentemente uma final no Panamá e está se habituando a enfrentar tenistas mais experientes. “Jogar contra meninas mais velhas é uma experiência muito boa e sinto que eu consigo fazer o meu jogo. É um aprendizado muito grande, porque eu quero ser profissional e sempre vou acabar jogando com meninas melhores que eu. Então é muito bom, desde pequena, começar a jogar contra meninas mais experientes para já pegar o timing”.
Victória Barros foca no saibro europeu
Boa semana também para Victória Barros, que chegou às quartas de final do ITF J300 de Beaulieu-sur-Mer, no saibro francês. A juvenil potiguar de 15 anos e 39ª do ranking venceu dois jogos no forte torneio, um deles contra a australiana Tahlia Kokkinis, que vinha de título em Istres. A única derrota foi para a espanhola de 17 anos Charo Esquiva, 30ª do ranking e que terminou a semana como campeã.
Victória Barros venceu 15 dos 21 jogos que disputou na temporada do circuito. A brasileira que treina na academia de Patrick Mouratoglou, na França, já tem vaga garantida em Roland Garros. Jogadora mais bem colocada do país no ranking mundial juvenil, ela está inscrita para o ITF J500 de Offenbach, que acontece na semana que vem, na Alemanha.
Bohrer pontua nos rankings profissionais
No tênis profissional, a catarinense de 17 anos Carolina Bohrer aproveitou o convite para o ITF W35 de Leme e venceu um duelo da nova geração contra a argentina Sol Larraya por duplo 6/2. Nas oitavas, foi superada pela também argentina Jazmin Ortenzi, principal cabeça de chave e 236ª do ranking, por 6/1 e 6/4. “Tive a chance de fazer o segundo set. Comecei perdendo por 2/0, virei para 4/3, mas não consegui fechar. O último game foi duro, com muitas vantagens e ela acabou fazendo 6/4. No primeiro, estava um pouco abaixo, enquanto ela jogou muito bem”.
Bohrer ocupa o 985º lugar no ranking profissional da WTA e sua melhor marca é a 862ª posição, alcançada no início do ano passado. Há uma semana, ela brasileira disputou a primeira final de sua carreira profissional na chave de duplas em São Paulo. “Ganhei um convite da CBT para jogar a dupla, cheguei na final e fiz um bom jogo”, comentou a tenista, que agora segue para os Estados Unidos.
Mais uma matéria super informativa! Parabéns Mário Sérgio Cruz!
Naná foi durante bom tempo a líder dentre as nascidas em 2010 . Mas infelizmente foi ultrapassada pela chinesa Sun e pela FENÔMENO Kovackova que já é #11 no juvenil e top 750 no PRO .
A Mirra terminou o ano em que fez 15 ( mesma idade da Kova) em #25 , para se ter uma ideia da precocidade . No final de Abril deste mesmo ano , Mirra já era #850 , abaixo da Kova hj .
One to Watch !!!!!
Acho que nessa idade não é uma “corrida” o importante é conseguir experiência para o futuro e se manter saudável…
Não acho prudente buscar a todo custo uma arrancada no ranking e depois não se manter bem posicionado no mesmo…
Acredito que o ideal é algo parecido com o que a equipe do Fonseca vem fazendo desde o ano passado… Intercalando algums torneios… Seguidos de descansos e treinamentos para analisar e corrigir o que aconteceu nessas séries de torneios…
Não precisa se atirar na gira completa com tão pouca idade…
Concordo. Esse tipo de comparação não faz o menor sentido. Cada atleta é única e cada uma vai ter seu tempo, de acordo com a sua estrutura, condições, oportunidades e ajustes necessários. São realidades diferentes, momentos diferentes, adversárias diferentes e até regras diferentes que inibem a precocidade que era mais comum no passado. Não tem comparação.
25a entre as juvenis e 850° entre as pros?
Mais uma ótima matéria do Mário. Sem dúvida que é uma geração bem promissora, vamos torcer para que não lhes falte apoio e boa orientação e tenham sorte em suas carreiras…
É muito bom ver essa nova geração do Brasil brilhando e evoluindo, essa nova “safra” vai trazer muitas alegrias para o Brasil.
Nana, Nathalia Tourinho e Victoria tem tudo para estarem no top 10 profissional daqui a alguns anos, todas tem perfil e muito jogo.
A Nana e a Nathalia tem jogo parecido, bem agressivas e com golpes muito pesados. A Nana ainda tem mais consistência mas a Nathalia é impressionante como joga dentro da quadra, ditando o ritmo do jogo com apenas 14 anos (acho que ela é de dezembro de 2010).
Victoria já prefere jogar mais atrás e com mais variação.
Vamos Brasil!!
Dar tempo a tempo é o mais cauteleso.
Três top 10 em poucos anos seria um exagero, considerando que na história tivemos apenas uma top 10 e por apenas duas ou três semanas.
Nossas garotas são promissoras, mas o mundo está cheio de outras meninas promissoras, algumas até mais.
Portanto, repito, dar tempo ao tempo é o certo.
Sem dúvida! Só na Europa há milhares de juvenis tão ou mais promissoras que elas, a competição é brutal.