Campeão do Next Gen ATP Finals neste domingo, em Jeddah, João Fonseca vai se acostumando desde muito cedo a disputar finais e vencer. A trajetória já conta com a inédita conquista da Copa Davis Junior, o mundial da categoria 16 anos pelo Brasil em 2022, e também como o US Open juvenil no ano passado, e os dois primeiros títulos como profissional em 2024. Essa experiência dá uma base muito importante para o carioca de 18 anos e 145º lugar do ranking saber lidar com jogos grandes e momentos de pressão no futuro próximo próximo, quando ele estiver jogando os torneios do mais alto nível.
“Nós, jogadores mais novos e que queremos atingir coisas grandes, temos que nos acostumar em jogar em estádios maiores, com bastante gente. E todos que me conhecem sabem que quando mais importante o ponto, mais eu gosto de jogar e ser agressivo”, disse Fonseca a TenisBrasil durante a coletiva de imprensa deste domingo, após a conquista do Next Gen.
Fonseca se recorda até mesmo do início no tênis no ambiente do Country Club no Rio de Janeiro. “Minha trajetória me ajudou acostumar com isso. Eu sou do Country Club e que sempre jogamos os torneios com muita torcida. Então, desde muito novo, eu aprendia a lidar com essa pressão”.
+ Clique aqui e siga o Canal do TenisBrasil no WhatsApp
Ao conquistar a sétima edição do torneio que premia os melhores da nova geração, Fonseca se junta a uma galeria de campeões que tem nomes importantes da atualidade, como Jannik Sinner, Carlos Alcaraz e Stefanos Tsitsipas. “Com certeza esse título faz confiança. Jogadores muito bons já venceram esse torneio, então por que eu não poderia fazer também como eles? Sinto que estou no caminho certo por repetir o que eles estão fazendo. Mas é um pouco inútil fazer comparação, se o Sinner venceu com 18 anos e 3 meses e eu venci com 18 anos e 4 meses. Acho que cada um tem seu tempo”.
Rio Open motivou a decisão de seguir como profissional
A temporada de 2024 foi marcada por ineditismos para Fonseca, que conseguiu suas primeiras vitórias na ATP durante a campanha até as quartas de final do Rio Open, jogou o primeiro Masters 1000 em Madri, um quali de Grand Slam no US Open e venceu o challenger em Lexington. No começo do ano, o carioca ainda considerava seguir o caminho do tênis universitário nos Estados Unidos, mas a grande semana em sua cidade natal foi determinante na decisão de seguir a carreira no circuito.
“As coisas na minha vida aconteceram muito rápido. Mas depois do que houve no Rio Open, eu não poderia dizer não a mim mesmo. Jogar o circuito profissional era o que eu queria, eu comuniquei isso aos meus pais e eles super me apoiaram”, explicou o atual número 3 do Brasil e 145º do ranking mundial. Em janeiro desde ano, ocupava apenas a 730ª colocação.
Foi um ano em que ele também experimentou no calendário. Jogou challengers na grama antes de Wimbledon e em quadras duras e cobertas no fim da temporada. As escolhas foram pensando no médio e longo prazo, para já ter experiência com essas condições de quadra e dos adversários que terá quando estiver na elite do circuito. Sua preparação para o Next Gen em Jeddah foi dividida entre o Rio de Janeiro e Londres, nas quadras cobertas da LTA, Associcação Britânica. Entre os parceiros de treino estavam Jacob Fearnley, 99º do mundo e vencedor de quatro challengers no ano, além do 276º colocado Charles Broom e do juvenil de 18 anos Charlie Robertson. Havia a perspectiva de treinamentos com o top 15 Jack Draper, mas que não foram possíveis por conta da recente lesão que o britânico teve no quadril.
Your 2024 #NextGenATPFinals champion:
JOAO FONSECA 🏆 🇧🇷 pic.twitter.com/Ao7d3mfEdH
— Tennis TV (@TennisTV) December 22, 2024
Temporada começa na Austrália e a meta é jogar os Grand Slam
Fonseca não terá muito tempo para comemorações. Ele viaja nesta segunda-feira para a Austrália e disputa o challenger de Camberra, que começa em 30 de dezembro. Na sequência, joga o quali do Australian Open, em Melbourne, a partir de 6 de janeiro. O planejamento do tenista ainda inclui um challenger francês em quadras cobertas no fim de janeiro, antes do confronto entre Brasil e França na Copa Davis. Só então ele retorna para casa e se prepara para o Rio Open.
“Eu diria que esse torneio já faz parte do ano que vem, porque eu já fiz a minha pré temporada e já emendo. Nem tenho muito tempo para comemorar, porque amanhã já viajo para a Austrália e disputo um challenger em Camberra. É meu segundo ano como profissional e terei pontos a defender este ano. Obviamente, eu e meu treinador vamos traçar metas de ranking e números, mas guardamos entre nós. Mas uma das metas que eu posso falar é que eu quero jogar as chaves principais de Grand Slam e disputar cada vez mais os torneios grandes. É onde eu quero estar”.
Está pensando com o pé no chao
Top50 deve alcançar. Top30 é possível. Qq coisa acima desta é absurda
Pra esse ano pode ser, mas pra carreira a meta é número 1
Pra ele não dá pra duvidar nada. Se é que já não vai começar a assustar muitos no AO. Digo não que ganhe o slam mas pode ja surpreender algum top 10 ou 20.desavisado(tipo daqueles tipo Rune/Musetti que ainda vai perguntar quem é João Fonseca ?). Aí já era. Vai ser surpreendido. Nem precisa dizer que russos rublev e Medvedev que já sentiram o peso do Wild e agora mais um brasileiro. Vamos virar o pesadelo dia russos.kkkk
Diria que um 2025 todo no TOP100 já seria muito bacana. Um TOP50 seria fantástico. Fazer seu melhor resultado em ATP, quem sabe uma final e disputar as chaves principais de Grand Slam seriam bacanas também. E quem sabe a primeira vitória contra um TOP10. Se fizer isso já será um ano espetacular.
Esse ano eu acho quê é top 50, ano que vem top 20, depois top 10, e por último top 1
Exato. Diria top50 ou 30 em 2025. Top30 ou 20 em 2026. Top10 ou 20 em 2027. Top3 ou Top10 em 2028. E luta por Slam em 2029. Isso sem contusões. São 5 longos anos… vá.os com calma
Ele precisa cuidar do corpo , aprender com os erros de Acaraz e Sinner que mesmo tão jovens já sofreram com muitas contusões, principalmente o Alcaraz . O problema é nós ser humanos apenas cuidamos do corpo quando ele berra, ele precisa descansar antes. Para mim só esse calendário que ele descreveu acima já é uma loucura.
Se existe uma pessoa inteligente em relação a cuidar do corpo foi o Novak , tem que olhar pra ele.
Mas o mais importante , se tudo der certo, teremos alguém para torcer pelos próximos anos. A bola dele é diferente , empurra o tempo todo os jogadores para trás, fora o saque .
Ganhar torneios acima ATP 500 ou mais não arriscaria dizer mas um 250 pode acontecer em 2025. O Rio Open em fevereiro vai dizer o quanto ele vai chegar no final do ano. Mesmo não.ganhando torneios maiores ele vai surpreender alguns medalhões top 20 ou 10 durante 2025. Rapaz é monstro. 2025 vai ser pra contagem de quantos top 50 ou top 20 ou top 10 ele vai derrubar. Titulos não devem vir acima de ATP 250 mas a qdte de bagrão abatido vai ser bastante.
Para quem não esperava muita evolução do João nesse Next Gen, acredito que em 2 anos (pelo que apresentou na competição) estará brigando pelas primeiras colocações. Quem viver verá!
Outra coincidência envolvendo Sinner e Fonseca: Lexington é o primeiro Challenger a ter três campeões de 17 anos: J. Sinner, J. Shang e J. Fonseca.
Mário Sérgio, sabemos q o Next Gen não dá pontos pro ranking, e acho até q faz sentido. Mas não seria justo a organização do AO esperar o término dele pra oferecer (ou não) um WC pro campeão? Tem prazo pra o organização informar os tenistas que receberão os WC?
Os convites podem ser anunciados até começar o quali. Mas em geral, os anúncios já são feitos com antecedência, especialmente nesse caso da Austrália, por ser início de temporada e dar tempo para que todos possam planejar a pré-temporada e calendário.
A gente tem que pensar também que existe uma margem muito pequena para convites por causa dos acordos de reciprocidade com a USTA, a FFT e o playoff da Ásia e Pacífico. Isso já limita três das oito vagas e a Austrália certamente quer colocar os seus também.
Em Wimbledon, curiosamente tem uma margem maior. Como não há acordo de reciprocidade, eles abrem espaço, por exemplo para os tenistas que se destacam na temporada de grama, independente da nacionalidade. A Sabine Lisicki lá atrás ou a Samsonova recentemente estavam fora do top 100, mas receberam convites depois de ganharem títulos nos torneios preparatórios na grama.
Mário, eu também estava com esta mesma dúvida do Kario. Grato pela resposta… completíssima com todos os pingos nos ‘is’. Você parece ser o tipo de profissional bem detalhista.
Aproveito pra lhe desejar um feliz ano novo e espero que tenha tido um ótimo Natal.
Entendi. Grato!