La Macchina

Foto: Corinne Dubreuil/ATP Tour

Jannik Sinner é monstruoso em cima de uma quadra de piso sintético. Aliado ao ótimo saque, estão golpes de base não apenas pesados e profundos, mas extremamente regulares, o que deixa o adversário quase sempre na defensiva e na correria. É uma máquina de primeira qualidade e, não à toa, está invicto na quadra dura coberta há quase dois anos.

Mesmo com três meses a menos de temporada do que seus concorrentes, Sinner recupera momentaneamente a liderança do ranking, o que é uma tremenda façanha. Jogou 11 torneios e fez nove finais, com cinco títulos e quatro vices, todos para Carlos Alcaraz, totalizando 53 vitórias em 59 possíveis.

Ao faturar Paris, chega ao quinto troféu de nível Masters, o primeiro em 12 meses, e agora só lhe falta Indian Wells para completar o quadro de torneios 1000 sobre piso sintético. Ao mesmo tempo, chega a 23 vitórias seguidas sobre quadra dura coberta, que começou na final da Copa Davis de 2023.

Nesta segunda-feira, teremos Sinner e Alcaraz com mais de 11 mil pontos marcados nas últimas 52 semanas, ou seja, cada um deles terá mais pontos do que o terceiro e quarto colocados somados. Os dois juntos se aproximam dos 23 mil pontos, o que representa a soma dos outros top 6: Alexander Zverev, Taylor Fritz, Novak Djokovic e Ben Shelton. Assombroso.

A retomada do número 1 será breve para o italiano, já que a ATP descontará previamente os pontos do Finals de 2024, como sempre faz, e assim Alcaraz será novamente o líder quando Turim começar. Aí, a diferença entre eles estará em 1.050 pontos, ou seja, Alcaraz precisará de apenas 500 pontos para depender de si. Cada vitória na fase de grupos vale 200 pontos e, nas semifinais, a vitória soma 400.

Vale lembrar que Alcaraz ainda tem números ligeiramente superiores ao de Sinner em quase todos os campos. Neste ano, ganhou oito em 10 finais e, no total são 24 a 23 troféus. Em nível Masters, Carlitos tem três a mais e, em Grand Slam, está 6 a 4. No entanto, o italiano já ergueu seu Finals e o espanhol não passou da semi.

A semana em Paris também foi espetacular para Félix Auger-Aliassime, que recupera o oitavo posto do ranking e ultrapassa Lorenzo Musetti na briga pela última vaga ao Finals, levando a disputa derradeira para os 250 de Metz e Atenas e, quem sabe, a definição só ocorra no sábado, um dia antes de Turim dar a largada.

O canadense se adapta muito bem ao piso sintético coberto e lutou bravamente contra Sinner na final deste domingo, suportando bem os ralis e usando ao máximo o saque para se manter grudado no placar. Embora seu backhand e jogo de rede tenham melhorado muito, ainda são pontos vulneráveis na hora dos pontos decisivos e isso é fatal diante de um Sinner tão aplicado na parte tática.

Meninas iniciam luta em Riad

O favoritismo natural de Aryna Sabalenka e Iga Swiatek abriu o WTA Finals neste fim de semana. Um dia depois de receber seu troféu de número 1 ao final da temporada, a bielorrussa passou facilmente por Jasmine Paolini investindo firme no seu poderoso saque. O grupo é bem duro e teve também a ótima vitória de Jessica Pegula em cima de Coco Gauff.

No sábado, a chave B colocou Swiatek e Elena Rybakina na frente da tabela. A polonesa atropelou Madison Keys, que segue desencontrada, e a cazaque não deu brechas para Amanda Anisimova, num jogo que prometia equilíbrio e viu ótima atuação de Rybakina.

A segunda rodada terá, como de hábito, o duelo direto entre as duas vencedoras e as duas perdedoras do primeiro dia, com o intuito de deixar sempre uma chance de jogos decisivos na última programação da fase de grupos.

Já Luísa Stefani e a húngara Timea Babos encararam as fortíssimas Katerina Siniakova e Taylor Townsend, as duas melhores do ranking de duplas, e perderam nos detalhes, chegando a liderar o ‘tiebreakão’ por 4-3. A chance de recuperação será na terça-feira contra as russas Mirra Andreeva e Diana Shnaider.

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Joaz Magalhães
Joaz Magalhães
7 horas atrás

Mestre Dalcim , Alcaraz só precisa de 500 pontos p/ terminar o ano na liderança não ? Assim , se chegarem invictos a decisão Alcatraz já garantirá o número um . Abs

JClaudio
JClaudio
6 horas atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Alcaraz começa o Finals com 1050 pontos de vantagem, caso ganhe os três primeiros jogos, terá mais 600 pontos, somando 1650.
Caso Sinner vença o torneio invicto, fará 1500 pontos.
Alcaraz não precisa nem chegar na final.

Julio Marinho
Julio Marinho
6 horas atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Mas se vencer as 3 partidas de primeira fase, com 600 pontos, a coisa termina não, Dalcim? Porque uma coisa é ele precisar de 450 pontos, outra é ele precisar não fazer menos que 450 do que Sinner fizer. Nas minhas contas, se ele vencer as 3 do round robin, ou 2 do round robin mais a semi, o máximo que a final traria seria um gosto amargo do #1 ao Alcaraz. Abraços!

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
7 horas atrás

Jannik Sinner deu aula em Indoor, não dando chances aos oponentes em Viena e Paris . Disputou um total de 11 Torneios na Temporada , pois a suspensão veio somente após AOPEN 2025 . Resolveu não disputar os ATP 500 de Hamburgo e Washington, e de quebra pular Masters 1000 de Toronto. Carlos Alcaraz disputou 14 Torneios e 5 Finais contra seu rival , levando 4 : Masters 1000 de Roma , Masters 1000 de Cincinnati, Roland Garros e USOPEN 2025 . A vitória do jovem Italiano foi em Wimbledon 2025. Daí não tem choro , a decisão do N 1 ficou para ATP Finals, com favoritismo do N 2 por ser também em Indoor. PS : Esse papo de 3 meses a menos de Temporada, poderia ter sido compensado, se Italiano não abre mão dos Torneios citados acima . Abs !

Maurício Sabbag
Maurício Sabbag
7 horas atrás

Sinner e Alcaraz aos demais tenistas:
” Bem, vamos então repartir os pontos. Metade pra nós… e metade pra vocês!”

Luiz Fernando
Luiz Fernando
6 horas atrás
Responder para  Maurício Sabbag

Acho que 60-40 seria mais realista…

Berg
Berg
6 horas atrás

Que excelente descrição de Sinner amigo Dalcim. Sinceramente nunca vi um cara bater tão forte na bola o tempo todo e manter uma precisão e regularidade absurda. Normamelmente os caras que jogam martelando a bolinha o tempo todo erram demais e lhe faltam regularidade. Sinner é uma maquina. O pior é que tirando o Alcaraz, não existe nenhum outro tenista sequer próximo do Sinner. Estamos vivenciando provavelmente a maior diferença de nível da história do melhor tenista para 99% do circuito. E só não é 100% porque existe o Alcaraz. Enfim, ou surge algume fenômeno, ou os próximos 4 slams já tem dono. Alias, de Federer, Nadal e Djokovic, Sinner me parece com o caminho mais aberto para fecha o grand slam no mesmo ano. Já bateu na trave em 2025, e ano que vem entra como favorito aos 4.

Valdir Semensato
Valdir Semensato
6 horas atrás

Em 2025 tivemos um show dos Superbigs, mas que por um deslize ou outro acabaram dando algums pontos aos demais que puderam sentir o gostinho da.vitória em alguns torneios.

Esperamos vê-los tevamdo o duelo pelo topo até o último jogo e que vença o melhor!

Mas para ser honesto, 2026 promete e duvido que cometam os mesmos deslizes e larguem pontos preciosos pelo caminho: – 2026 e 2027 serão os anos dos Superbigs!

E esperamos que em 2028 eles tenham companhia!

Julio Marinho
Julio Marinho
6 horas atrás

Uma máquina, não há como definir de outra forma. O que sempre me impressionou não foi a potência ou os lados sem buracos. Não é o primeiro nem o último a ter esses atributos. Mas a regularidade para o nível de força e profundidade com que bate as bolas. Sinner coloca em quadra quase toda vez o que seria aquela partida da vida que jogadores do top30, colocam uma, duas ou três vezes na carreira. Toda semana ele está lá, jogando nesse nível. É assustador! Que Carlitos continue à altura porque sei arquirival (e amigo) é do mais alto gabarito.

Evandro
Evandro
6 horas atrás

Dalcim, como isso está acontecendo já há dois anos, pergunto (especialmente, se se confirmar no Finals): houve, na Era Aberta, o domínio tão claro de apenas dois tenistas sobre os demais do circuito masculino?

JClaudio
JClaudio
5 horas atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Entre 2005 e 2010, Federer e Nadal dividiram o 1 e 2 do ranking, dos 24 slam do período, ganharam 21.
Acredito que seja o maior duelo do tênis, muito por causa do período (2005/2010).

José Afonso
José Afonso
6 horas atrás

É o legítimo número 1.

Deu um “xô” no fake pra lá, ao menos por um tempo. Jogando 3 meses a menos por forças externas era quase impossível mesmo terminar o ano como número 1.

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
5 horas atrás
Responder para  José Afonso

Não jogou 3 meses a menos por causa da suspensão, que somente começou após o AOPEN 2025. Disputou apenas 11 Torneios porque quis, Sr José Afonso. Se deu ao luxo de pular até Masters 1000 de Toronto, 2 ATP 500 como está descrito acima . Alcaraz somente 3 Torneios a maís ( 14 ) . Em 5 Finais entre ambos , Italiano somente venceu Uma . A diferença está aí. Sem choro !!!. rsrs,Abs !

Julio Marinho
Julio Marinho
5 horas atrás
Responder para  José Afonso

Deu nada. Porque quando se encontram, esse xô aí fica esquecido.

Ruy Machado
Ruy Machado
5 horas atrás

Apesar de Aliassime tem jogado muito bem e suportado a pressão de Sinner, não lembro de ter oferecido perigo real ao Italiano. Sinner jogou o necessário para vencer e tomar a ponta do ranking. O cara é uma máquina de jogar tênis! Não tão imprevisível e espetacular quanto Alcaraz. Porém, seu jogo pouco oscila no decorrer de uma temporada. Provavelmente , o Espanhol feche o ano como N°1 pois defende menos pontos. Destaque também para o show de luzes na abertura da partida… Sensacional!

Refaelov
Refaelov
5 horas atrás

Não tenho muito a acrescentar ao que bem colocou o Dalcin: Aliassime realmente voltando aos seus melhores dias, sacou bem demais nos momentos espinhosos e tirou quase tudo do seu monumental forehand mas, o italiano sacou ainda melhor e isso somado à sua assombrosa capacidade de aliar potência e regularidade em seus golpes de base leva a esse resultado: o canadense não conseguiu sequer 1 break point durante todo o jogo..

E essa queda precoce do Alcaraz em Paris deixou o Finals consideravelmente mais interessante: não acho um cenário absurdo um tropeço na fase de grupos do Carlitos levando os dois a decidirem quem será o campeão da temporada 2025 nas SF do Finals..

Saudações!

Última edição 5 horas atrás by Refaelov
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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