Anisimova desfruta mais do tênis no recomeço da carreira

Foto: Qatar Tennis Federation

Doha (Qatar) – Campeã do WTA 1000 de Doha neste sábado, Amanda Anisimova comemorou o maior título de sua carreira e também terá seu melhor ranking a partir da próxima semana. A norte-americana de 23 anos aparecerá no top 20 pela primeira vez. A sequência de bons resultados desde o ano passado coincide com um momento de recomeço para a jovem tenista, que hoje desfruta muito mais do esporte.

Semifinalista de Roland Garros com apenas 17 anos em 2019 e ex-número 2 do ranking juvenil, Anisimova teve dois longos afastamentos do tênis, o primeiro logo depois da perda do pai em 2019, e o mais recente em 2023, para cuidar da saúde mental. Ela ficou oito meses longe do esporte, dedicando-se a atividades voluntárias e só voltou ao circuito quando se sentiu em plenas condições de competir. De volta desde o início da temporada passada, ela alcançou sua primeira final de WTA 1000 em agosto, no Canadá.

“Foi uma semana incrível aqui. Todos os jogos foram difíceis e estou muito feliz com minhas atuações e com meu nível. Conquistar meu primeiro título de WTA 1000 é muito especial”, comemorou Anisimova.

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Questionada sobre se tinha dúvidas se voltaria a competir por títulos importantes, ela admitiu que isso passou por sua cabeça, mas confiava no retorno. “Eu tive isso em mente ao fazer a pausa. Mas sabia que eventualmente voltaria, só não sabia quando. Tinha um plano para recomeçar os treinos e retornar de acordo com o cronograma que previa, o que não foi tão longo assim. Apenas precisava dessa pausa para focar em mim mesma. Quando voltei, passei a aproveitar muito mais o tênis”.

Vitória sobre Ostapenko na final

Na final deste sábado, Anisimova superou a letã Jelena Ostapenko por 6/4 e 6/3 em 1h21 de partida. Em um dia de muito vento, a norte-americana se adaptou melhor às condições. Ela aproveitou a instabilidade no saque de Ostapenko, que cometeu 10 duplas faltas e colocou poucos primeiros serviços em quadra, para quebrar quatro vezes o saque da adversária. Sua eficiência nas devoluções de backhand também se destacou ao longo da partida. E nem mesmo a paralisação por chuva no segundo set atrapalhou seu ritmo.

“Estou jogando muito bem do lado do backhand, mas também venho trabalhando muito no forehand e conseguido muitos winners. Estou tentando desenvolver meu jogo como um todo, ir mais para a rede e usar meu saque a meu favor. Acho que meu jogo está se encaixando. Mas, sim, ainda gosto de buscar aquele backhand na paralela sempre que posso”, disse rindo a jovem campeã, citando também o momento mais crítico da partida:

“Foi bem estressante, especialmente com a chuva, quando estava 3/3 no segundo set. Eu tentava me manter focada. Não havia muito o que nós podíamos fazer com as condições climáticas, mas quebrar o saque dela logo depois foi muito importante e fiquei feliz de ter conseguido”.

Semana de grandes vitórias

Além do título, a campanha em Doha foi marcada por vitórias sobre grandes nomes do circuito. Anisimova eliminou Paula Badosa, Victoria Azarenka e Leylah Fernandez, antes de enfrentar a ucraniana Marta Kostyuk nas quartas de final, em uma batalha de 2h29, a mais longa daquela rodada. No dia seguinte, superou a russa Ekaterina Alexandrova, que vinha de um título em Linz e acumulava oito vitórias seguidas.

“Acho que muito do meu sucesso vem da preparação mental, para ser honesta. Tenho feito um excelente trabalho nisso. Estou aproveitando a jornada, o processo, todas as horas em quadra e os treinos. Tenho um time incrível comigo e uma rede de apoio que tem sido fundamental. Estar longe de casa nem sempre é fácil, mas também estou aproveitando as viagens”.

A conquista também deixa Anisimova confiante para os próximos torneios da temporada. Ela já segue para o WTA 1000 de Dubai, que acontece na próxima semana, e estreia contra a compatriota McCartney Kessler. Se vencer, desafia Coco Gauff, número 3 do mundo. “Estou indo para os próximos torneios no piso duro com bastante confiança e um pouco de alívio por saber que posso competir em alto nível dia após dia. Estou ansiosa para as próximas três competições: Dubai, Indian Wells e Miami, que são muito favoráveis para mim”.

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Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
3 dias atrás

Que bom, tudo voltando ao normal.
Vai vencer muito, certamente.

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
3 dias atrás

Parabéns Amanda Anisimova. Grande e merecida conquista. Mais uma tenista de qualidade para melhorar a competitividade do circuito feminino. Sorte dos Estados Unidos que tem mais uma tenista nascida em seu território ganhando um título importante em 2025, depois de ficar com o título da United Cup sob o comando da Coco Gauff, ver a Madison Keys conquistar o AO e agora a Amanda Anisimova campeã do WTA 1000 de Doha.

LRSantis
LRSantis
2 dias atrás

Também jogando de calça não dá né Osta!

Flávio
Flávio
2 dias atrás
Responder para  LRSantis

Bem lembrado meu caro.

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