Nova York (EUA) – Em duelo de cinco sets pela terceira rodada do US Open, Andrey Rublev precisou superar momentos difíceis para vencer Coleman Wong, de Hong Kong, por 2/6, 6/4, 6/3, 4/6 e 6/3, em 3h10 de partida. O russo, de 27 anos, começou atrás no placar, mas conseguiu se reorganizar mentalmente e virar o jogo, garantindo a vaga nas oitavas de final do torneio.
Na coletiva, Rublev comentou sobre os altos e baixos do confronto e revelou como conseguiu se recuperar. “Foi uma partida realmente difícil. O Wong estava jogando de forma incrível, enquanto eu não consegui jogar, não comecei bem. Ele simplesmente me destruiu. E então, pouco a pouco, comecei a gritar comigo mesmo de forma mais agressiva para acordar: ‘Ok, é agora. Não importa, vá atrás das jogadas.’”
Rublev explicou ainda que, com esse tipo de atitude, conseguiu controlar melhor a partida. “Pelo menos comecei a conseguir jogar os ralis, devolver mais bolas e defender um pouco melhor. O saque começou a funcionar também. Pouco a pouco, consegui virar a partida”, explicou.
No entanto, foi essa mesma atitude que acabou rendendo ao russo uma multa de US$ 3 mil neste US Open, depois de proferir palavrões em quadra na vitória sobre o local Tristan Boyer por 3 sets a 1, na segunda rodada. Questionado sobre o assunto, Rublev discordou da penalização.
“Depende da situação. Quando você fala consigo mesmo de forma negativa, é uma decisão pessoal e não deveria ser cobrado por isso. Já xingar árbitros ou outras pessoas, ou sair gritando em todas as quadras, é diferente e merece atenção. Nos esportes, momentos de estresse são normais, e expressar frustração consigo mesmo faz parte da vida e do jogo. Por isso, não acho que seja algo que mereça grande punição”, opinou.
O número 15 do mundo também refletiu sobre sua maturidade emocional, tendo em vista os recorrentes episódios de controle dentro de quadra. “Não sei exatamente como definir minha maturidade, mas se pegar os momentos em que não estou me sentindo bem, jogando mal, enquanto o adversário está completamente livre, vejo que este ano perdi todas essas partidas. Hoje foi parecido, mas consegui me desbloquear e competir, mesmo sem jogar bem. Para mim, isso já representa uma pequena evolução, algo que nunca tinha conseguido antes.”
Concordo com o Rublev. Acho que xingar a si próprio e até quebrar raquetes, desde que não ofereça riscos para outras pessoas, não deveria ser punido.