Naná é a jogadora mais jovem de todo o ranking da WTA

A divulgação do ranking da WTA desta segunda-feira é especial para Nauhany Silva, que aparece pela primeira vez na lista profissional, com seis pontos conquistados. Nascida em março de 2010, Naná, tem apenas 14 anos e se tornou a tenista mais nova do mundo no atual ranking. Ela é a única nascida em 2010 a aparecer na lista oficial.

Para que uma tenista entre no ranking profissional da WTA, é exigido que ela pontue em três torneios diferentes ou acumule dez pontos. Naná aproveitou alguns torneios realizados no Brasil para cumprir esse requisito. Ela venceu uma partida do quali de um ITF W50 em São Paulo ainda no mês de março. Também na capital paulista, mas em setembro, recebeu convite para a chave principal de um ITF W35 e ganhou uma rodada. E há semanas, na cidade de Leme, passou pelas duas fases do quali de outro W35.

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Com todos os resultados computados, a jovem paulista ocupa a 1.291ª colocação. Depois de Nauhany, a segunda jogadora mais jovem do ranking atual é a romena Giulia Safina Popa, também de 14 anos, mas nascida no fim de 2009. Popa ocupa o 1.266º lugar da WTA, com sete pontos. Já a recordista como jogadora mais a jovem a ter entrado no ranking é a norte-americana Stephanie Rehe, que apareceu na lista pela primeira vez aos 13 anos e 2 meses, em 1983. Como houve mudanças no regulamento e apenas jogadoras maiores de 14 anos podem competir profissionalmente, essa marca só será superada se acontecer outra mudança de regra no futuro.

“Eu comecei a jogar pelo meu pai [Paulinho]. Ele é treinador de tênis e me ensinou desde pequenininha. Ele me incentivou e acabei gostando. Até hoje estou aqui, jogando”, disse Nauhany Silva, em entrevista a TenisBrasil, durante o Roland Garros Junior Series, realizado em São Paulo no mês de abril. Ela foi campeã da seletiva latino-americana e conseguiu disputar o torneio juvenil de Roland Garros, o primeiro Grand Slam de sua carreira. Na época, já estabelecia entre os objetivos entrar no ranking profissional ainda este ano.

“É uma conquista muito especial e significante, algo que eu queria muito. Agora é seguir trabalhando, dia a dia, para correr atrás de novos objetivos”, disse explicou a tenista, que está em Punta del Este, no Uruguai, disputando nesta semana um ITF juvenil na categoria 18 anos.

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Atleta do Rede Tênis Brasil, Nauhany teve a oportunidade de dividir experiências com Bia Haddad Maia, número 1 do país e que conquistou no último domingo o título do WTA 500 de Seul. A jovem jogadora também pode treinar durante uma semana com a equipe da Billie Jean King Cup, na preparação para o confronto contra a Alemanha. “Já conversei muitas vezes com a Bia, mas agora treinar durante uma semana com ela é bem diferente”.

Atraindo a atenção da comunidade de dentro e fora do tênis, Naná deu entrevista até para o Jornal Nacional, da TV Globo, na última semana e tem sonhos e objetivos bem claros: “Quero continuar jogando bem tênis e espero que algum dia seja a número 1 do mundo”.

Léo Azevedo, diretor-técnico do Time RTB, comemorou, com cautela, a entrada de Nauhany Silva no ranking. “Muito contente com a entrada da Naná no ranking WTA. Mais do que o resultado em si, ficamos felizes com a evolução que ela vem apresentando. O ranking e os pontos vão e vêm, a maturidade e a melhora ficam. E, no final, é isso que a levará onde ela quiser. É um feito entrar no ranking WTA aos 14 anos, mas é preciso ter os pés no chão, e seguir trabalhando para melhorar, como ela tem feito tão bem com o técnico Danilo Ferraz, comigo, e com toda a equipe. É um passo, mas a estrada é longa e bonita!”

O experiente treinador falou a TenisBrasil sobre a importância de trabalhar a longo prazo com tenistas jovens. “Tento passar para os juvenis que o momento é importante até a página 2. O que a gente tem que fazer é prepará-los pensando lá na frente. A gente tem que olhar para o jogador e pensar como a gente imagina a Nauhany daqui a três, quatro ou cinco anos. Ter uma visão maior e de longo prazo. A gente sabe que no Brasil, que tem uma cultura mais futebolística, é difícil. As pessoas são resultadistas, mas é preciso ter visão de longo prazo. O projeto tem que mostrar: ‘Daqui a um ano, a gente quer estar aqui. Daqui a três, estar aqui’. E os jogadores têm que saber que estão dentro de um plano”.

A opinião é compartilhada por Danilo Ferraz, que acompanha Naná no dia a dia. “Essa conquista nos motiva bastante, era um dos nossos objetivos, e isso aconteceu, entre outras coisas, em consequência da evolução e do trabalho diário que realizamos. A Naná vem trabalhando cada vez melhor no dia a dia. O importante é mantermos o pé no chão e entender que a caminhada é longa e que estamos no caminho certo para ela continuar evoluindo e melhorando a qualidade do trabalho. Os resultados serão consequência disso”.