Caminho certo

Foto: João Pires

Independente do resultado que Beatriz Haddad Maia venha a alcançar no Parque Villa-Lobos – como única top 50 inscrita, espera-se unicamente o título e a festa brasileira -, o SP Open já cumpriu todas as metas desejadas.

Trazer de volta um grande torneio feminino ao Brasil era uma necessidade óbvia e o envolvimento do público, principalmente paulista, ávido por ver de perto tenistas de bom nível e participar ativamente da torcida, justificou o alto investimento dos promotores.

E realizar um evento num parque público, ainda que com ingressos cobrados, coloca o tênis em evidência. Em primeiro lugar, o ambiente ajuda muito, cheio de verde e com bom espaço de deslocamento. O Villa-Lobos é um lugar muito agradável, bem localizado e com acesso muito razoável, ainda que faltem transporte público, estacionamento e hotéis mais próximos.

Claro que o drama dos ingressos segue, a exemplo do Rio Open. Neste primeiro ano, as arquibancadas parecem até modestas tamanho o interesse demonstrado pelo público. As quadras secundárias ficaram aborratadas de gente, pelo menos 50% obrigados a ver de pé num lado sem assento. Os jogos de duplas, aliás, têm sido muito concorridos.

Já no belo estádio principal erguido, sobram sempre aqueles irritantes lugares vazios, que não combinam com ‘bilheteria esgotada’. É o velho problema da cota contratual resevada aos patrocinadores e apoiadores. A primeira sessão é a que mais sofre. Talvez seja o caso de os promotores pensarem em mudar a regra e reservarem os lugares corporativos apenas para a rodada noturna, naturalmente mais atrativa até por conta do horário.

No aspecto quadra, o SP Open também deu visiabilidade à nova geração, que era um objetivo relevante. A histórica vitória da mão pesada de Naná Silva, o prazer de ver o talento de Victória Barros e as ótimas atuações de Ana Candiotto, quase desconhecida para os menos ligados no dia a dia, fizeram valer cada centavo dos milhões de reais investidos no evento.

E, claro, também a chance de ver as nossas melhores jogadoras do circuito, e destaco especialmente Luísa Stefani, que teve mínimas chances de atuar no Brasil depois de sua grande arrancada.

O SP Open entra nesta sexta-feira em sua reta final, ainda com Bia, Stefani, Laura Pigossi e Ingrid Martins com chance de seguir em frente e, quem sabe, chegar aos títulos. O entusiasmado público merece.

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Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
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