Paris (França) – Após estrear com vitória sobre o norte-americano Learner Tien por três sets (6/3, 6/3, 6/4), Alexander Zverev reflete sobre a cobrança que tem recebido por sua temporada turbulenta. O alemão ficou satisfeito com seu desempenho diante de Tien, que o havia derrotado em jogo válido pela quarta rodada do ATP de Acapulco, em fevereiro. Sascha analisou a diferença de resultado nos confrontos.
“Acapulco é a quadra mais lenta em que joguei até agora. Achei as partidas semelhantes de certa forma, mas dessa vez joguei melhor. Eu não estava jogando bem em Acapulco e não fui capaz de vencê-lo por fora da quadra. Ele [Tien] é muito sólido nas extremidades das linhas e não te dá chances de jogo”, e prossegue: “Mas hoje acho que fui bem agressivo. Acredito que fiz um bom trabalho em concretizar minhas chances. O resultado é um tipo de troco por Acapulco”.
Sobre seu curto tempo de preparação para o torneio, Zverev admitiu não ter tido o aquecimento ideal para Roland Garros, mas acredita que, antes de se preocupar com seus adversários, precisa acertar seu próprio jogo.
“Eu não acho que tive a preparação ideal. Acredito que passar mal três dias antes do início do torneio não é ideal. Estou fazendo meu trabalho, no momento estou olhando para mim mesmo. Quando estiver nas semifinais ou na final, vejo contra quem estarei jogando. Por agora, todos precisam vencer suas partidas, superar o adversário que está em sua frente. É sobre cuidar das suas coisas primeiro”, expressou.
A carreira do alemão passa por um momento de inconstância, após amargar o vice-campeonato no Aberto da França de 2024, diante de Carlos Alcaraz, e perder para Jannik Sinner no início do ano, em Melbourne. Zverev admitiu ter sofrido de esgotamento mental após o Australian Open e pareceu irritado com a cobrança da imprensa, assumindo ser um tenista inconsistente.
“Meus altos são muito altos, eu percebo isso. Mas meus baixos são inferiores em relação aos de outros competidores. Eu me acostumei com isso. Meu tênis é assim. Só espero que meus altos sejam maiores que o de qualquer um pelas próximas duas semanas”, conclui.
Em Roland Garros, entretanto, Zverev acumula uma final e três semifinais nas últimas quatro edições. O retrospecto o coloca entre os favoritos na briga pela Copa dos Mosqueteiros. O atual número 3 do mundo avalia seu desempenho em Paris e cita Nadal e Djokovic à título de comparação. “Acredito que vencer dois sets contra mim seja muito mais fácil do que vencer os três sets contra mim. Jogar contra jogadores de alto nível é assim. É assim contra Carlos, Rafa, Novak, Jannik, e todo o resto”.
Ele completa: “Acho que tênis no saibro é o mais físico que há e é claro que a disputa em melhor de cinco deixa tudo ainda mais físico. E sempre confiei em minhas habilidades físicas. De vez em quando conto com isso. Por muitas vezes estive perdendo por 2 sets a 0 ou por 2 sets a 1 e consegui achar um jeito de me recuperar. Em outros torneios, se você perde os dois primeiros sets, significa que você está fora”.
Na próxima quinta-feira (29), Zverev enfrenta o holandês Jesper de Jong, obstáculo no caminho de sua obsessão pelo Aberto da França: “No fundo, para todo grande tenista, o Aberto da França é a prioridade. E para mim também é. Acho que jogar seu melhor tênis aqui é essencial”, constata.