Nova York (EUA) – A participação de Venus Williams e Leylah Fernandez chegou ao fim nesta terça-feira no torneio de duplas do US Open. Nas quartas de final, elas foram superadas pelas líderes do ranking, Taylor Townsend e Katerina Siniakova, por 6/1 e 6/2 em apenas 56 minutos.
Apesar da dura derrota, a participação marcou um capítulo especial para Venus, que não chegava tão longe em um Grand Slam desde 2017. A norte-americana de 45 anos celebrou a oportunidade de voltar a competir em alto nível e destacou a inspiração que sentiu ao dividir a quadra com a canadense, que tem menos da metade da sua idade: apenas 22 anos.
“Ganhei muita confiança jogando com a Leylah, tendo a oportunidade de disputar mais partidas de duplas. Foi simplesmente uma experiência incrível”, disse a veterana, dona de sete títulos de Grand Slam em simple e 15 nas duplas, sendo 13 na prova feminina e outros dois nas mistas.
Mesmo reconhecendo que não esteve em sua melhor forma contra a forte dupla adversária, a irmã mais velha das Williams valorizou o progresso durante o torneio. “Vi minha evolução a cada jogo. Em muitos aspectos, só faltou tempo. Gostaria de ter jogado melhor hoje pela Leylah, mas com algumas partidas a mais eu teria sido uma parceira mais forte”, admitiu.
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Em seguida, Venus destacou o orgulho de ter encarado o desafio de voltar a competir após ficar cerca de um ano e meio parada. Ela não entrava em quadra desde as derrotas nas estreias de Indian Wells e Miami em 2024, retornando na atual temporada de quadra dura para as disputadas de Washington, Cincinnati e US Open, obtendo uma vitória em quatro partidas.
“O que mais me orgulho é que não é fácil voltar depois de tanto tempo afastada. Nunca tinha tido uma pausa tão longa. Isso trouxe desafios para os quais eu não estava preparada, de várias formas. Mas me orgulho de ter permanecido fiel a mim mesma. Não tentei jogar outro jogo. Não tentei jogar de forma conservadora. Eu fui para cima, e é isso que eu sou. Quando você se arrisca, coisas boas acontecem. Talvez não tenha acontecido desta vez, mas sei quem eu sou e sei que posso evoluir quando tiver mais chances”, frisou.
Apesar da idade e de jogar cada vez menos, Venus descarta focar numa carreira de duplas a esta altura. “Dentro de quadra, Leylah e eu ficávamos nos lembrando de ser as melhores jogadoras de simples que pudéssemos. Então o foco sempre será as simples. Não vou me tornar jogadora de duplas. Nunca fui e nunca serei. Para mim, é simples”, enfatizou a ex-número 1 do mundo em ambas as modalidade.
Questionada sobre sua relação com o esporte, Venus deixou claro que o vínculo permanece inabalável. “Acho que nunca deixei de amar o tênis. Sempre foi parte do meu DNA. Para estar aqui, batalhando nesse ponto da carreira, tem que haver um pouco de amor, não?”, disse.
A norte-americana ainda refletiu sobre os próximos passos, sem definir planos concretos para o restante da temporada. “Estava muito focada neste torneio e senti que tínhamos chance de avançar mais. Agora, tenho compromissos já assumidos, mas se houver oportunidade espero voltar a jogar ainda este ano”, concluiu.
Leylah destaca aprendizado com Vênus
Por sua vez, Leylah Fernandez fez questão de valorizar a experiência ao lado de Venus Williams em Nova York. Para a canadense, vice-campeã de simples em 2021, a parceria de uma semana e meia foi enriquecedora tanto no aspecto técnico quanto no pessoal. “Foi uma semana e meia incrível, aprendendo tanto com a Venus. Como disse antes, eu sou meio que uma esponja, absorvendo tudo, aprendendo e tentando melhorar meu tênis”, comentou a canhota de 22 anos.
Fernandez também ressaltou que jogar ao lado de uma lenda do esporte a ajudou a resgatar a essência de sua relação com o tênis. “Acho que hoje não deu certo para nós, mas há muitos pontos positivos para mim daqui para frente. Ver a Venus jogando com alegria em quadra me lembrou por que comecei a jogar tênis. O mais importante é que comecei por amor ao jogo, para levar alegria em quadra, não só para mim, mas também para os fãs.”