Recurso da Corte Arbitral amplia suspensão de Tara Moore para 4 anos

Tara Moore (Foto: Arquivo)

Londres (Inglaterra) – A britânica Tara Moore teve sua suspensão por doping ampliada para quatro anos após decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS), anunciada nesta terça-feira. A medida reverte a decisão anterior de um tribunal independente, que havia inocentado a jogadora de qualquer culpa ou negligência pelas substâncias proibidas encontradas em seu organismo.

Moore havia sido suspensa provisoriamente em maio de 2022 após testar positivo para os esteroides anabolizantes nandrolona e boldenona durante o WTA 250 de Bogotá. Em dezembro de 2023, um tribunal independente da Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) concluiu que a tenista não teve culpa ou negligência, atribuindo o resultado positivo ao consumo de carne contaminada.

No entanto, a ITIA recorreu da decisão em relação à nandrolona. E o tribunal deu ganho de causa à entidade. “Nosso critério para recorrer de uma decisão em primeira instância é alto e essa decisão não foi tomada levianamente”, afirmou Karen Moorhouse, diretora executiva da ITIA. “Neste caso, nosso parecer científico independente foi de que a jogadora não conseguiu explicar adequadamente o alto nível de nandrolona encontrado em sua amostra. A decisão de hoje está de acordo com essa conclusão”.

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A ITIA também afirmou que cada caso é analisado com base em seus próprios fatos e circunstâncias, e prometeu esclarecer dúvidas de jogadores e equipes de apoio assim que os detalhes completos da decisão forem revisados.

Com isso, Moore deverá cumprir quatro anos de suspensão, descontando-se o período em que já esteve afastada provisoriamente. Apesar de inicialmente liberada para competir no fim de 2023, a britânica volta a ficar impedida de atuar até o encerramento da pena.

O caso de Tara Moore, assim como o da chilena Barbara Gatica, que também testou positivo para boldenona e foi suspensa por 19 meses, gerou críticas dentro do circuito. O técnico australiano Darren Cahill, atual treinador de Jannik Sinner, pediu que a WTA concedesse um ranking protegido ou provisório a Moore, lembrando que o sistema de classificação do tênis zera os pontos após 12 meses. Já o ex-top 50 John Millman defendeu uma compensação financeira pelos prejuízos sofridos pela jogadora durante o período de afastamento.

Zanellato comprovou contaminação e foi autorizado a voltar a jogar

Um caso parecido com o de Tara Moore aconteceu com um brasilieiro, o paulista Nicolas Zanellato, que está livre para voltar a jogar, após apresentar evidências de que sua amostra positiva para a substância proibida boldenona veio como resultado do consumo de carne contaminada na Colômbia.

Após uma investigação, que incluiu entrevistas, revisão de documentação detalhada e aconselhamento de cientistas independentes aprovados pela WADA, a ITIA determinou que Zanellato não teve culpa ou negligência por sua violação das regras antidoping.

Desde então, Zanellato posteriormente obteve mais evidências e documentação em apoio ao seu caso – que incluía recibos detalhados e informações sobre a fonte da carne consumida. A ITIA conduziu sua própria investigação paralela sobre as circunstâncias e constatou que a explicação foi verificada como plausível por especialistas científicos independentes.

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PRGF
PRGF
4 horas atrás

Se essa moça fosse Italiana, tudo seria diferente…

Provavelmente estaria até nas cabeças dos grands Slans

Fabio
Fabio
1 hora atrás
Responder para  PRGF

É amplamente reconhecido que na Colômbia se usa boldenona como esteróide para o gado. Tanto que vários tenistas já conseguiram reverter suas punições pelo consumo (indireto) da substância. Já a nandrolona, não. Aí é doping do atleta mesmo.

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