Para quem assiste uma partida de tênis, o importante são as belas jogadas, a força dos jogadores, os saques indefensáveis e os duelos equilibrados.
Já para quem está lá dentro, entre as linhas da quadra, num corre-corre infindável, defendendo, atacando ou pensando numa tática adequada, cada detalhe conta, além do adversário. Clima, hidratação, piso, iluminação, raquete e também as bolas, que são o tema da vez. Aliás, nem tão atual assim.
O calendário tenístico anual acaba de começar, carregando com ele questões não resolvidas do circuito. Uma delas, já recorrente, é sobre o elemento redondo e pequeno que vai de lado a lado da quadra e cada vez mais culpado por insucessos ou lesões.
Com razão, os jogadores vivem se queixando de mudanças de marcas que compram o direito de estarem presentes, exibindo seus produtos e aproveitando a visibilidade de grandes torneios.
Diferentemente das raquetes, que cada tenista pode experimentar, modificar ou simular jogar com um novo modelo, as bolas são impostas pelo órgão que organiza a competição – e o mercado é amplo nesse aspecto, já que por ano são produzidas 330 milhões delas.
Esse ano tenístico que começou na Oceania já trouxe a queixa do número 1 do mundo, Novak Djokovic, que atribui à mudança de bolas uma lesão no punho, seguido de outros jogadores que já estão prevendo mais dramas para a edição 2024 do Australian Open.
Vale lembrar, ainda sobre o tema, que há dois anos a melhor tenista da atualidade, Iga Swiatek, comprou uma “guerra”, segundo ela, ao reclamar do fato de as mulheres jogarem com bolas diferentes das usadas pelos homens no US Open. Nessa ocasião, a queixa se devia ao fato de as bolas do feminino terem menos feltro, acelerando o desgaste e ficando mais leves, contrariamente à recomendação do uso de bolas com camada extra de feltro em quadras duras (sintéticas), segundo o próprio fabricante.
Nesse caso específico, com o apoio de várias tenistas, as bolas foram unificadas já na edição do ano passado. No entanto, persiste na Austrália a polêmica sobre a qualidade das bolas atuais, que em poucas trocas ficam mais “peludas” e lentas, embora já haja promessas de revisão do tema.
Para os profissionais, a má notícia é que a marca atual teve o contrato renovado e a garantia de mais cinco anos de presença no primeiro Grand Slam do ano. Para o público em geral, ao menos a certeza de um espetáculo de longas trocas e pontos mais disputados está garantida!
A polêmica sobre as bolas no tênis destaca a influência crucial dos detalhes no jogo. A reclamação de Djokovic e a persistente discussão sobre a qualidade das bolas no Australian Open mostram como esses pequenos elementos impactam os jogadores. Mesmo com a renovação do contrato da marca, a promessa de revisão sugere uma atenção contínua a essa questão, enquanto os fãs podem esperar por trocas longas e pontos mais disputados.
A disputa qualificatória já utiliza bolas oficiais da fase principal?
E os tenistas que chegaram lá para a fase principal já treinam com essas bolas?
Ainda bem que Bia só joga no segundo dia, no Domingo à noite aqui, Segunda-feira lá, para ter mais tempo de adaptação com algumas variáveis de jogo.
Claro, Ubiratan, todo o torneio é jogado com a mesma bola desde o quali.
PATRÍCIA, qual o diâmetro duma bola de tênis? Aproveitando o ensejo a respeito das ferramentas de trabalho dos tenistas, quais as medidas de uma raquete? As mesmas valem para as tenistas e para os tenistas?
Olá, Valmir! O parâmetro imposto pela ITF estabelece os valores de 6,54cm a 6,86cm para o diâmetro de uma bola de tênis. Com relação às medidas de uma raquete, não se pode passar de 29 polegadas (73,7cm) de comprimento e 12,5 polegadas (31,7cm) de largura na área da cabeça da raquete. As medidas são as mesmas para homens e mulheres. A minha, por exemplo, tem 68,5cm de comprimento por quase 28cm de largura.
MUITO obrigado, Patrícia…
Cara Patrícia: primeiramente, Feliz Ano Novo! Um prazer interagir com você e parabéns pelo Blog.
Uma pergunta: você falou em “certeza de um espetáculo de longas trocas e pontos mais disputados”, o que tem sido uma tônica do circuito há bastante tempo, mas o que os admiradores do tênis que preferem pontos rápidos, muitos Winners e Aces, podemos fazer? Só sentar e chorar? Eu, particularmente, sempre preferi ver a bola correr mais que os jogadores, mas faz anos que não vejo um torneio realmente rápido. Isso não vai mudar mais? O tênis está fadado a ficar cada vez mais próximo da modalidade de mesa, com muitas e muitas trocas? Até a grama de WB está devagar, e isso também passa pela questão das bolinhas. O que você acha? Cordial abraço.
Caro Groff, bem colocado da sua parte. A tendência é realmente essa como aconteceu por exemplo em Wimbledon, quando resolveram mudar o tipo de grama e bola de forma a “alongarem” os pontos. De qualquer maneira, com a evolução das ciências, fisiologia do exercício, treinamentos especializados etc, os jogadores e jogadoras com mais preparo físico têm feito a quadra parecer bem menor, chegando em todas as bolas. Portanto, isso garante o bom espetáculo. Boa sorte!
A bola de Wimbledon é um tijolinho compacto, joguei uma vez com slazenger com um inglês que apareceu desavisadamente no meu clube, pedi pra trocar de bola na primeira virada. Aliás, Demoliner reclamou de epicondilite por causa da dita cuja depois do grand slam inglês do ano passado. Lá também não vão mudar de bola, até porque lá nada se muda.
Slazenger é o patrocínio mais antigo de qualquer evento esportivo do planeta. Então a chance de mudar é muito pequena.