O retrato da elite do tênis feminino mundial no WTA Finals

Foto: WTA Tennis

Foi com grande expectativa que acompanhei os dois últimos torneios do circuito feminino antes do gigante WTA Finals. Ao longo do ano, as tenistas top miram nos Grand Slam e nesse evento super exclusivo e de enorme prestígio, onde participa um seleto grupo composto pelas oito melhores pontuadas em simples e as oito melhores duplas.

Ano passado, nessa época e neste blog , me ative a comentar sobre os pós e contras relativos à realização do WTA Finals na capital da Arábia Saudita, pelo tratamento dado às mulheres quando o assunto é direitos humanos. Muito barulho e protesto, vencidos por um argumento infalível: distribuição de mais de US$ 15 milhões de prêmios. Com contrato selado até 2026, o país não mede esforços para se mostrar mais aberto e progressista e também demonstrar apoio ao esporte feminino.

Para esta edição, a competição promete grandes embates. Com formato diferente da maioria: é dividido em dois grupos no sistema ‘round robin’, ou seja todos contra todos, com passagem garantida para as semifinais, para as duas melhores de cada grupo. Em consequência, teremos logo no início grandes duelos entre tenistas que normalmente só se enfrentariam nas finais.

Estive portanto analisando as “concorrentes “ e, comparando com as últimas edições, após o cancelamento de 2020 em função da pandemia da Covid -19. Não foi surpresa encontrar o nome da Aryna Sabalenka e Iga Swiatek em cada uma delas. Afinal nesse período, ambas foram protagonistas de inúmeras finais.

Em seguida, duas norte-americanas com quatro participações – a atual detentora do título, Coco Gauff, e Jessica Pegula, que curiosamente, embora muito constante no seu desempenho, ainda falta no seu currículo um título de Grand Slam. Se somarmos à lista a presença da Madison Keys e da Amanda Anisimova, os EUA saem na frente como o país com o maior número de representantes.

A italiana Jasmine Paolini aparece pelo segundo ano consecutivo como única representante da Europa Ocidental e, finalmente na última vaga, que gerou muita expectativa, com decisão nessa última quinta-feira, Elena Rybakina. A cazaque, que esteve mais longe da classificação, resolveu achar seu melhor tênis do ano nos últimos dois torneios, vencendo o WTA de Ningbo, na China, e chegando às semis do Pan Pacific de Tóquio. Resultados necessários para superar a russa Mirra Andreeva em pontos. Após essa conquista e com vaga garantida, entregou o jogo alegando lesão.

Outro fato curioso para quem acha que o esporte está ficando muito “jovem” é que, contrariamente aos últimos anos, duas das classificadas já passaram dos 30 anos, casos de Pegula e Keys, enquanto a italiana Paolini está chegando lá em poucos meses. O recado é claro: além de vigor físico, experiência e maturidade desempenham um papel relevante na modalidade. Palmas para as balzaquianas…

E finalmente para nossa alegria, como coroação de um ano positivo para o tênis feminino brasileiro, vendo novos nomes despontando e com a realização de eventos ITF, WTAs 125 e 250, veremos a estreia da paulista Luísa Stefani, classificada para a chave de duplas ao lado da húngara Timea Babos.

Diferente do ano passado, quando esteve lá na competição com a holandesa Demi Schuurs na condição de “alternate”, ou seja, esperando uma possibilidade de jogar em caso de impedimento de alguma dupla participante, desta vez a classificação foi ajudada pelos dois títulos conquistados no SP Open e Linz e garantida pelo vice- campeonato da dupla em Ningbo. Esnobando, depois de classificada, ainda venceu neste domingo em Tóquio, coroando um grande ano.

Com tudo isso e com torcida organizada , vamos preparar a pipoca porque, a partir do próximo sábado, o show vai começar!

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Oscar
Oscar
17 dias atrás

Diferentemente de muitas que chegarão desgastadas no Finals pela temporada, Luísa e dupla vão em ótimo ritmo, vencendo concorrentes nos últimos torneios.

Patricia Medrado
Patricia Medrado
17 dias atrás
Responder para  Oscar

Oscar
Verdade ! Vão chegar super confiantes !!!

Itana
Itana
17 dias atrás

Nada como um bom retrospecto para “avivar” nossa memória!
É interessante essa pontuação sobre as “balsaquianas”.
Com um bom preparo físico, dedicação e talento essas ” meninas” ainda estarão no circuito por alguns anos!
Agora é estocar o milho para estourá-lo qdo a competição começar!

Patricia Medrado
Patricia Medrado
16 dias atrás
Responder para  Itana

Itana
Sim! E prepare a bandeira verde amarela!

Vanda Ferraz Lopes de Oliveira
Vanda Ferraz Lopes de Oliveira
16 dias atrás

Com este resumo mais do que interessante , assistir ao Final vai ser eletrizante
Ribakina, como a Patrícia falou deixou para o final do ano o seu melhor Tenis.
É uma concorrente mais que perigosa!!!!!
Evidente que minha maior torcida será para a Luísa e Timea.
A Luísa merece uma coroação no final do ano !!!!!!!!!!!!!!

Patricia Medrado
Patricia Medrado
16 dias atrás

Vanda
Olha que vão ter muitas chances já que estão com muitas vitórias consecutivas !

Vanda Ferraz Lopes de Oliveira
Vanda Ferraz Lopes de Oliveira
6 dias atrás
Responder para  Patricia Medrado

Olha que maravilha Patrícia!!!!
Fico tão feliz por ela !!!!
Torcendo muuuuito por amanhã!!!

Ronildo
Ronildo
16 dias atrás

De todas as tenistas citadas, a mais surpreendente pra mim é a Jasmine Paolini. Teve um super upgrade na carreira quando muitas já estão pensando na aposentadoria. Mesmo porque se começa muito cedo tênis. Então quando se chega aos 26, 27, algumas já estão com 20 anos vivendo tênis.

Patricia Medrado
Patricia Medrado
16 dias atrás
Responder para  Ronildo

Ronildo
Ela é surpreendente . De baixa estatura, consistente e rápida, vive um bom momento na maturidade da carreira.
Torço muito por ela !

Whitney White
Whitney White
13 dias atrás

Uma pena que ate o momento ainda n testemunhamos nenhuma tenista brazuca conseguir figurar neste seleto grupo do WTA Finals!!! Achava que a Bia Haddad quando teve aquela inedita ascensao ao Top 10 do ranking poderia brigar por grandes resultados a partir daquele momento para enfim conseguir integrar este ultimo torneio da temporada. Infelizmente a grande heroina nacional da modalidade mesmo contando com boas campanhas naquele periodo n somaria pontos suficientes para disputar o exclusivissimo evento das campeas. Creio que num futuro proximo o cenario para a chave de simples feminina n deve mudar muito!!!

Evandro
Evandro
9 dias atrás
Responder para  Whitney White

A Bia ainda pode figurar, sim. A dificuldade dela sempre foi a confiança, mais nada. Vamos aguardar que 2026 promete mudança na nossa maior atleta e uma volta por cima!.

Guilherme
Guilherme
11 dias atrás

Muito bom vc questionar sobre um torneio na Arábia Saudita, pelo tratamento dado às mulheres quando o assunto é direitos humanos.
Parabéns

Evandro
Evandro
9 dias atrás

Acredito muito que a também balzaquiana Bia Haddad fará um 2026 consistente, com a cabeça firme no lugar, exibindo seu belo tênis, e estará no Finals de Riad ao término. Vamos, Bia!!!

Maurício Sabbag
Maurício Sabbag
4 dias atrás

Oi, Patrícia! Será que essa disposição dos ‘sheiks’ em mostrar maior apoio ao esporte feminino não teria algo a ver com a ascensão da Ons Jabeur?

Ex-tenista profissional e medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos na Cidade do México-1975, foi por 11 anos consecutivos a número 1 do Brasil e chegou ao top 50 em simples. Atualmente, possui 16 títulos mundiais no circuito Masters da ITF e ocupa os cargos de diretora executiva do Instituto Patrícia Medrado e líder do Comitê Esporte do Grupo Mulheres do Brasil.
Ex-tenista profissional e medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos na Cidade do México-1975, foi por 11 anos consecutivos a número 1 do Brasil e chegou ao top 50 em simples. Atualmente, possui 16 títulos mundiais no circuito Masters da ITF e ocupa os cargos de diretora executiva do Instituto Patrícia Medrado e líder do Comitê Esporte do Grupo Mulheres do Brasil.

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