Nova geração tcheca conquista dois títulos no Mundial de 14 anos

O trabalho de referência que é feito na República Tcheca para a formação de jovens tenistas foi mais uma vez premiado com conquistas para sua nova geração. Jogando em casa, os tchecos conquistaram as dois títulos no Mundial de 14 anos, em Prostejov.

A equipe feminina conquistou a competição pela sétima vez na história. Mais que isso, foi a segunda consecutiva e a terceira nas últimas quatro edições. As demais conquistas foram em 1991, 1998, 2001, 2003, 2019 e 2022. O time deste ano foi formado por Sara Oliveriusova, Lucie Slamenikova e Jana Kovackova. E mais uma vez, a capitã da equipe foi a ex-top 20 Petra Cetkovska, que pôde dividir sua experiência com as mais jovens.

Nas finais do último sábado, as tchecas venceram a Alemanha por 2 a 1. A série começou com Mariella Thamm vencendo Jana Kovackova por duplo 6/1. Na sequência, Sara Oliveriusova igualou a série ao derrotar Tamina Kochta. A definição ficou para as duplas, em que Oliveriusova e Slamenikova venceram Kochta e Thamm por 7/5 e 6/2.

Ao longo da semana, as tchecas ficaram em 1º lugar no Grupo C, que também contou com Estados Unidos, Grã Bretanha e Eslováquia. Elas chegaram até a perder das britânicas na fase de grupos, o que não alterou o cenário de classificação. A equipe passou pela Austrália nas quartas e pela Sérvia na semi. Jana Kovackova foi a jogadora de maior destaque, vencendo seis dos oito jogos que disputou.

Conquista inédita para o time masculino

No masculino, a equipe tcheca venceu pela 1ª vez após quatro vices (Foto: Srdjan Stevanovic)
No masculino, a equipe tcheca venceu pela 1ª vez após quatro vices (Foto: Srdjan Stevanovic)

Pela primeira vez os tchecos comemoram o título masculino no Mundial de 14 anos, após uma incômoda série de quatro vice-campeonatos nos anos de 1997, 2004, 2007 e 2018. O time campeão contou com Tomas Krejci, Jakub Kusy e Filip Ladman, sob o comando do capitão Jiri Kulich. Na final, os tchecos venceram o Canadá por 2 a 0. A série começou com Jakub Kusy vencendo Joshua Adamson por 6/3 e 6/2. E depois, Tomas Krejci passou por Andy Kepche por 6/2 e 6/4.

O time tcheco venceu todos os seis confrontos que fez durante a semana. Na fase de grupos, derrotou o Brasil por 2 a 1 (com o goiano Luis Augusto Miguel derrotando Tomas Krejci por duplo 6/4), e fizeram 3 a 0 contra Coreia do Sul e Paquistão. A equipe da casa também venceu a Turquia nas quartas e a França na semi, totalizando 14 vitórias em 16 jogos na semana contando simples e duplas.

Mas o que tem na água de lá?
São vários os fatores que levam um país de 10 milhões de habitantes (menos que a cidade de São Paulo, por exemplo) ter tanto sucesso no tênis, principalmente quando falamos do jogo feminino. Isso passa por um trabalho sólido com os mais jovens, com a participação ativa de ex-atletas no processo de treinamento, e também pela integração frequente entre tenistas profissionais de alto nível, realização de muitos torneios no país (inclusive interclubes).

Tenistas de ranking mais baixo competem desde muito cedo com suas principais referências. Não por acaso, estão sempre surgindo jogadoras de muito talento com diferentes estilos e a atual temporada já teve duas novas tchecas finalistas de Slam, Karolina Muchova em Roland Garros e a campeã de Wimbledon Marketa Vondrousova. No ano passado, o Primeiro Set publicou uma matéria sobre o processo de formação no país, inclusive com relatos de jogadoras como Petra Kvitova e Barbora Krejcikova. A reportagem está disponível neste link.

Brasil termina em 8º entre os meninos e 13º com as meninas

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O time masculino do Brasil conseguiu chegar às quartas de final da competição. Em uma semana bastante prejudicada pela chuva, o trio formado por Luis Augusto Miguel, Felipe Mamede e Lucas Moscatto venceu os confrontos contra sul-coreanos e paquistaneses, perdendo apenas para os tchecos na fase de grupos. Os brasileiros perderam para os alemães nas quartas e depois disputaram o playoff do 5º ao 8º lugar, superados por britânicos e norte-americanos.

Em boa fase no circuito da categoria, com três títulos nas últimas semanas, Guto Miguel venceu três dos quatro jogos de simples que fez na semana, inclusive contra os números 1 das equipes tcheca e alemã. Sua única derrota individualmente foi para o norte-americano Michael Antonius. Tanto o paulista Lucas Moscatto quanto o brasiliense Felipe Mamede tiveram duas vitórias e duas derrotas em simples. O capitão foi Ivan Cressoni.

A equipe feminina, do capitão Santos Dumont, foi formada por Nauhany Silva, Ana Cruz e Clara Elkind. As brasileiras caíram ainda na fase de grupos, numa chave que tinha Romênia, Austrália e Paraguai. Já no playoff do 9º ao 16º lugar, as brasileiras perderam do Japão, mas venceram Egito e Paraguai. A paulista Nauhany Silva foi o destaque da equipe ao vencer cinco dos seis jogos de simples que fez na semana. Tanto Cruz quanto Elkind conseguiram uma vitória e duas derrotas.

Na história da competição, o melhor resultado do Brasil foi um terceiro lugar do time masculino em 1994. No feminino, a melhor campanha foi o quarto lugar em 2003.

A potiguar Victoria Barros, de 13 anos e que já tem disputado competições contra jogadoras de 18, já havia participado do Sul-Americano e do Mundial de 14 anos no ano passado, quando o Brasil ficou em oitavo lugar. Ela também esteve no Sul-Americano de 12 anos em 2021, ano em que o Brasil foi campeão. Para o Mundial deste ano, foi levada a mesma equipe que se classificou, disputando o Sul-Americano da categoria em maio. A tenista, que se mudou para a França no início do ano, teve um período de férias no Brasil após as competições do primeiro semestre e retornou recentemente aos treinos.

Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.
Jornalista de TenisBrasil e frequentador dee Challengers e Futures. Já trabalhou para CBT, Revista Tênis e redações do Terra Magazine e Gazeta Esportiva. Neste blog, fala sobre o circuito juvenil e promessas do tênis nacional e internacional.

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