Nadal: “Foi um dia emocionante e fiz o meu melhor”

Málaga (Espanha) – Escalado para abrir o confronto entre Espanha e Holanda pelas quartas de final da Copa Davis, Rafael Nadal foi superado por Botic van de Zandschulp, 80º do ranking, por duplo 6/4 em jogo que pode ter sido o último de sua vitoriosa carreira profissional. Aos 38 anos, o espanhol escolheu a Copa Davis para marcar sua despedida do tênis e agora torce por uma classificação de seu país para a semifinal para que possa continuar à disposição do time e buscar mais uma conquista.

Nadal reconhece que se emocionou antes da partida desta terça-feira, desde a entrada em quadra e a execução do hino espanhol. O ex-número 1 do mundo disputou poucos torneios em seu último ano no circuito e diz que fez o melhor que pôde contra o rival de 29 anos e ex-top 30, mas que a carga emocional da partida também tornou sua missão mais difícil em quadra.

“É claro que foi um dia emocionante, porque pode ser minha última partida de simples como profissional. Foi assim que me senti ao ouvir hino nacional pela última vez como profissional. Foi muito especial. E então, é claro que tive alguns sentimentos confusos e isso torna as coisas um pouco mais difíceis”, avaliou o espanhol. “Mas é isso. Fomos à quadra e vivemos aquele momento. Tentei fazer o meu melhor e ficar o mais positivo possível o tempo todo, jogando com a energia certa. Não foi o suficiente. Parabéns ao Botic. Ele foi melhor do que eu”.

Apesar de toda a expectativa que cerca seu torneio de despedida do circuito, Nadal explicou que a decisão de colocá-lo em quadra cabe apenas ao capitão do time, David Ferrer. ‘É claro que não foi uma decisão fácil para o capitão. Mas no final, eu realmente acredito que David me colocou em quadra por ele acreditar que eu seria o com mais chances de vencer. Eu disse a ele, desde o começo, que ele não precisava sentir nenhuma pressão para me colocar em quadra. Honestamente, eu não tinha certeza se iria jogar hoje”.

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“Tivemos muitas conversas durante a semana. De vez em quando, eu não tinha certeza, porque eu sabia que algo como o que aconteceu hoje poderia acontecer. Mas depois do treino de ontem, David estava confiante de que eu era o jogador para entrar em quadra hoje. Eu treinei muito bem. Claro que me colocar em quadra para jogar a primeira partida foi um risco, mas esse é o trabalho do capitão. No final, é ele que tem que tomar as decisões. E tenho certeza de que ele pensa no que é melhor para o time, não só para mim”, explicou o vencedor de 22 títulos de Grand Slam.

Fim de invencibilidade de 20 anos na Davis

A derrota também encerrou uma invencibilidade de 20 anos de Nadal na Copa Davis. O espanhol havia perdido pela única vez na competição ainda em 2004 para o tcheco Jiri Novak. E desde então, venceu outros 29 jogos que disputou. “Se eu fosse o capitão, provavelmente eu mudaria o time e não me colocaria no dia seguinte (sorrindo). Se passarmos, esse é o meu sentimento. Mas no final, não é minha decisão e tenho certeza de que ele tomará a melhor decisão possível para o time. A propósito, é de certa forma bom talvez se essa fosse minha última partida. Eu perdi minha primeira partida na Copa Davis e perdi minha última. Então fechamos o círculo (risos)”.

Nadal agora fica na torcida por Carlos Alcaraz, que venceu seu jogo contra Tallon Griekspoor por 7/6 (7-0) e 6/3 e forçou a definição nas duplas. Alcaraz joga ao lado de Marcel Granollers contra Wesley Koolhof e Botic van de Zandschulp. “Eu realmente espero que Carlos vença sua partida, e depois as duplas também. Eu vou continuar trabalhando duro todos os dias para estar no time. Se o capitão precisar de mim mais uma vez, estarei lá. Se não, apenas apoio do banco”.