Madri (Espanha) – Embora a velocidade das quadras tenha mudado nos últimos anos, com raros os pisos muito velozes, o espanhol Rafael Nadal acredita que os tenistas mais jovens estão promovendo uma revolução com o saque, arma que ele considera cada vez mais importante para se obter sucesso no circuito.
“Os atletas estão ficando mais altos e se movimentando melhor. O saque tem um impacto decisivo. Se você não limitar essa potência, alguém com mais de dois metros de altura e boa mobilidade vai aparecer e você não vai conseguir competir com ele, não vai conseguir fazer uma quebra”, falou Nadal palestra para alunos da Escola Universitária UAX.
Nadal acredita neste caminho ao ver os sucessos de jogadores como o francês Giovanni Perricard, que atualmente tem um dos saques mais potentes do circuito. O jovem tcheco Jakub Mensik também fez bonito com o serviço em sua campanha rumo ao título no Masters 1000 de Miami, sua primeira grande conquista.
É neste caminho que o espanhol vê o circuito seguindo, embora acredite que ainda há mais por vir. “Djokovic jogou uma final há dois dias, eu continuei competindo até um ano e meio atrás. Isso me leva a pensar que a mudança não foi tão brusca ainda, porque continuamos tendo chances de sucesso”, opinou o ex-número 1 do mundo.
“Tinha 19 anos e disseram que eu não jogaria mais”, relembra Nadal
Absolutamente certo, o Nadal.
ai, eu amo o Natal
Sem dúvidas, pontos de graça com o saque tem determinado campeões nas quadras duras e rápidas (que são a maioria do circuito). Por isso temos Sinner reinando absoluto neste piso.
Não basta apenas sacar bem, uma vez que a bola entra em jogo, tem que aguentar. Mensik também demonstrou que aguenta.
A grande incógnita é que até hoje, pelo menos na história recente, não vi alguém que dependesse muito da saque ter uma sequência grande sem se machucar. Berretini, Hurkacz, Medvedev, Raonic, Anderson, Cilic, etc…
O saque, variação e jogo mais agressivo estão voltando.
Tempos atrás, a atp promoveu mudanças padronizando velocidade e deixando o jogo mais lento para priorizar rally e a consequência foi que os jogadores viraram tudo robozinhos rebatedores iguais.
O saque e o jogo ofensivo aparecem como diferencial nessa nova geração
Só não chegou a 25 slams por problemas físicos… mas, no meu coração, será sempre o homem dos 25 slams
Correto. E o Djokobic não chegou a 25 pq foi impedido de jogar na Austrália e tinha problemas com o gluten. Assim como o Federer não chegou a 25 pq além de lesões no fim da carreira, não foi tão precoce como os outros pois o circuito era mais duro na época, com mais pisos diferentes e adversários de maior qualidade.
Tudo “E se…”
Corrigindo: Federer não chegou a 21
Boa leitura do Nadal. Com as quadras cada vez mais lentas, o saque se torna uma arma cada vez mais importante, garantindo pontos grátis, necessários à manutenção dos serviços.
É estranho pensar que a mudança das quadras, tornadas cada vez mais lentas em meados de 2010, tinha como objetivo, exatamente, limitar os grandes sacadores, forçando trocas de bolas cada vez mais longas, o que tornaria o esporte mais “atrativo”.
Na verdade, os atletas se tornaram mais altos, mais fortes e o que vimos foi um favorecimento aos marreteiros de fundo de quadra, que hoje dominam completamente o circuito. Felizmente, temos exceções à regra, que continuam mantendo o espetáculo em alto nível.
Difícil discutir a grande importância do serviço no tênis moderno, mas em minha percepção o que mais evoluiu e “equilibrou” a relevância do saque foi justamente a devolução.
Alguns jogadores, Djoko talvez seja o melhor exemplo (citei Djoko mas sem nenhuma intenção de polemizar ou abrir discussão sobre quem foi ou não melhor) do que estou abordando.
Apesar de ter um bom serviço ele sempre é lembrado pela excelência nas devoluções.
Isto também é observado na nova geração.
No tênis feminino talvez a devolução seja mais relevante do que o saque.
Um abraço a todos.