“Mentalmente não estou bem, não estou forte”, avalia Alcaraz

Foto: Simon Bruty/USTA

Nova York (EUA) – Eliminado prematuramente no US Open, com uma surpreendente derrota diante do holandês Botic van De Zandschulp na segunda rodada, o espanhol Carlos Alcaraz reconheceu o ótimo nível apresentado em quadra pelo rival, mas também lamentou o seu desempenho. Ele acredita que o lado mental foi fundamental na partida, uma vez que não foi capaz de lidar com os momentos de pressão que enfrentou.

“Sinto que, em vez de dar passos em frente, dei-os para trás em termos de cabeça. Não sei o porquê. Saí de um verão espetacular, dizendo que mentalmente havia dado passos à frente, mas venho para essa turnê e fui para trás. Mentalmente não estou bem, não estou forte. Isso é um problema. Neste momento não quero dizer nada, quero conversar com meu pessoal e ver quais passos tomaremos agora. Não pensei sobre como a exigência em sequência possa ter me afetado”, analisou.

Alcaraz destacou que o calendário é muito difícil. “Joguei muitas partidas, em Roland Garros, Wimbledon e nas Olimpíadas. Tirei alguns dias de folga depois dos Jogos e achei que era o suficiente, mas não foi. Talvez eu tenha chegado aqui sem a energia que pensei que teria. Não quero usar isso como desculpa, mas sou o tipo de jogador que precisa de mais dias de descanso antes de um grande torneio. Eu tenho que aprender com isso”, acrescentou Alcaraz.

O lado mental realmente foi um fator para o espanhol, que contou ter brigado consigo mesmo na cabeça durante a partida. “No tênis você luta contra alguém que busca o mesmo que você: a vitória. Precisa ter calma e pensar melhor para realizá-las. Hoje eu estava jogando contra ele e contra mim mesmo, na minha cabeça. Muitas emoções que eu não consegui controlar. Era como uma montanha-russa. Às vezes estava em alta, outras vezes em baixa. Não posso ser assim se quero ganhar um torneio como este”.

Elogios a Van De Zandschulp

Além de falar sobre o seu lado da quadra, o espanhol também analisou o desempenho do algoz holandês e teceu elogios a Van De Zandschulp. “Acho que ele jogou muito bem. Ele jogou um ótimo tênis. Achei que ele ia me dar mais pontos de graça, mas não cometeu erros. Isso me confundiu um pouco. Eu não sei como lidar com isso e não consegui aumentar meu nível”, destacou o atual número 3 do mundo.

“Acho que meu tênis sempre esteve no mesmo ponto, mas hoje não foi o suficiente para me dar a chance de vencer. O que posso dizer? Não me senti bem em bater a bola e cometi muitos erros. Quando quis voltar, já era tarde demais”, observou Alcaraz, que garantiu que a derrota na final olímpica não foi um fator mental. “Foi difícil para mim nos instantes seguintes, mas então vi que ganhar a prata era uma grande conquista”, disse.

Depois de uma dura derrota, Alcaraz espera tirar lições para voltar mais forte no futuro. ”Houve vários jogos em que me senti assim e digo sempre a mesma coisa. Tenho que pensar sobre isso e aprender. Neste momento, o que penso é que não mudo e esse é o problema. Não posso ficar aqui sentado depois de cada derrota e não ter conseguido mudar o jogo. Eu preciso melhorar isso”, finalizou o espanhol.

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Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
15 dias atrás

A Espanha esperando até hoje o show na final olímpica rs.

Ramiro Cora
Ramiro Cora
14 dias atrás
Responder para  Paulo Sérgio

kkkkkkkkk isso mesmo

José Afonso
José Afonso
15 dias atrás

Eu falei que Goldenole ALUGOU UM TRIPLEX na cabeça do garoto ao derrotá-lo nas épicas finais das Olimpíadas e do Masters 1000 de Cincinnati do ano passado, mas poucos quiseram ver a realidade.

Vamos ver se passará de novo mais de 8 meses sem um grande título, como aconteceu após a derrota do jogo histórico de Cincinnati.

Ele tem obsessão em superar o GOAT, por isso as derrotas em finais para ele doem tanto.

Última edição 15 dias atrás by José Afonso
Renato B
Renato B
14 dias atrás
Responder para  José Afonso

Bi em WB ganhando do sérvio, com direito a surra nos 2 primeiros sets deste ano e vc vem dizer essas bobagens…

Ricardo Lage
Ricardo Lage
14 dias atrás
Responder para  Renato B

Nole jogando com um joelho e meio….que fique claro isso !

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
14 dias atrás
Responder para  Renato B

Este rapaz vive próximo de Saturno . Acredito que nunca tenha ouvido falar no All England Club . Acho que ele pensa ser algum TRIPLEX com 60 meses pra pagar kkkkkkk. Abs !

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
14 dias atrás
Responder para  Renato B

Desde 2022
Nole: 4 slam, 2 atp finals e 1 ouro olímpico
Silver Boy: 4 slam
Está em desvantagem nesse período em comparação com um tenista 16 anos mais velho e próximo do final da carreira.
Viu o espancamento de Djoko no Finals 2023? A conferir!

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
14 dias atrás
Responder para  Renato B

Djoko também perdeu 2 finais para Wawrinka. E daí?

José Afonso
José Afonso
14 dias atrás
Responder para  Renato B

Com o joelho operado há poucas semanas, apenas por isso a surra.

Fatos:

– Venceu US Open 2022 sem Djoko (impedido pela vacina)
– Venceu RG 2O24 sem Djoko (operando joelho)
– Venceu WB 2024 em cima de um Djoko recém-operado

Só um dos títulos dele foi contra um Big 3 (aos 36 anos).

Goldenole na mesma idade tinha que enfrentar Federer com 26 e Nadal com 22. E ainda sofria questões de saúde, até ajustar a dieta.

Só por isso tem números inferiores na mesma idade!

Jonas
Jonas
14 dias atrás

É uma situação parecida com a do Federer, que foi gênio, talentosíssimo, mas muitas derrotas suas foram mentais, área onde foi inferior a Nadal e Djoko em termos gerais.

Parece que muitos fãs não entendem, tênis é um conjunto de fatores e até então Djokovic foi o tenista mais completo da história, ao reunir técnica, físico, mental, golpes etc etc.

Mas imagino que o espanhol vai trabalhar isso, o vejo mentalmente pelo menos com mais potencial que o suíço.

João Sawao ando
João Sawao ando
14 dias atrás
Responder para  Jonas

Com 21 anos e cedo e não é…muito difícil se vai ter o nível do big4.

Jason Kali
Jason Kali
14 dias atrás
Responder para  Jonas

ápice mental do Federer final do AUS open 2017

Jason Kali
Jason Kali
14 dias atrás
Responder para  Jonas

ápice mental Carlitos final Wimbledon 2023

Jonas
Jonas
14 dias atrás
Responder para  Jason Kali

Ele não é ruim mentalmente, mas vai precisar ajustar, é normal nessa idade.

Jason Kali
Jason Kali
14 dias atrás
Responder para  Jonas

acho que no geral é bom, oscila mas quando a cabeça tá ajustadinha é bem forte

Sérgio Ribeiro
Sérgio Ribeiro
14 dias atrás
Responder para  Jonas

Djokovic era absurdamente fraco a nível mental nesta idade . Daí ter ficado de 2007 a 2011 como N 3 ( ele e Murray N 4 ) , sem nada incomodar o Touro Miura apenas um ano mais velho. Nadal não teve a menor dificuldade de 2004 a 2008 como N 2 , e voltar ao N 1 em 2010 . Lembras do ” Rei morto, Rei Posto ” da família Djokovic em 2008 ???? . Foi embora a cabeça do Sérvio até 2011 . Abs!

Jonas
Jonas
14 dias atrás
Responder para  Sérgio Ribeiro

Não, Djoko era fraco fisicamente nessa época, coisa que começou a resolver em 2010.

José Afonso
José Afonso
14 dias atrás
Responder para  Sérgio Ribeiro

Nada disso, apenas questões de saúde e alimentação o faziam ficar atrás.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
14 dias atrás
Responder para  Jonas

E tática.

Jonas
Jonas
14 dias atrás
Responder para  Paulo Almeida

Sem dúvida, ele tomou vareio tático ano passado contra o Medvedev e no AO contra Zverev. Ficou perdido.

Rockton
Rockton
14 dias atrás

Alcaraz precisa arrumar uma namorada.

João Silva
João Silva
14 dias atrás

Já aconteceu isso quando ele perdeu Roland Garros com câimbras. Ficou meses abaixo.
Vai ter que saber escolher os torneios.

Joselito
Joselito
14 dias atrás
Responder para  João Silva

Esse ano ele também ficou perdidíssimo naquela partida contra o Zverev no AO.
Quando a partida requer uma mudança tática, falta-lhe ainda esse algo a mais.

Renato B
Renato B
14 dias atrás
Responder para  Joselito

Mas depois faturou RG, ganhando do mesmo Zverev, e WB, com direito a surra nos 2 primeiros sets, além da medalha de prata nas Olimpíadas. Ele só tem 21 anos, as pessoas as vezes se esquecem disso.

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
14 dias atrás
Responder para  Renato B

Medalha de prata? Kkkkk
Esse é o show na final?

Lee
Lee
14 dias atrás

Esse é o problema dele tão novo ainda e com preocupação de quebrar recordes, ele deveria ir um passo de cada vez sem estar preocupado em bater recordes. Ele é um jogador de alto nível mas é como Djokovic tinha falado que o mais difícil no tênis é conseguir se manter consistente por um longo período, vamos ver como vai ser o Sinner agora no próximo ano quando ele vai ter que defender os títulos. E um jovem de 21 anos ficar abalado mentalmente por perder um ouro olímpico não é nada bom pois ele aínda vai ter mais umas 3 oportunidade, Djokovic teve que esperar 4 oportunidade para conseguir. Mas em Fim o Usa Open é o Slam que mais acontece zebra até por que não tem ninguém disparado em títulos e jogar no verão em Nova York com alta temperatura e umidade sempre é uma coisa que pode complicar um pouco.

Fernando
Fernando
14 dias atrás
Responder para  Lee

Foram apenas revezes para Alcaraz. Faz parte do processo. Nos próximos anos ele jogará muito melhor.

Última edição 14 dias atrás by Fernando
Sandra
Sandra
14 dias atrás
Responder para  Lee

Muito bem colocado. Alcaraz tem tempo de sobra e não precisa apressar nada pois ele vai naturalmente fazer sua história, mas precisa ter paciência, estar preparado para derrotas, comparações e expectativas altas. Le só tem 21 anos e muito a amadurecer. Um degrau por vez.

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
14 dias atrás

Oscilação absolutamente normal para um jogador de 21 anos. O maior desafio para se manter na elite é administrar a pressão de jogar sempre como favorito, enfrentando adversários sempre motivados e com uma responsabilidade menor. O próximo adversário do Botic Van De Zandschulp será o britânico Jack Draper. Tenho certeza de que a responsabilidade do holandês será muito maior, a pressão também será maior e vamos ver se ele vai manter o nível do jogo contra o Alcaraz. Por outro lado, o Tourinho Miúra já mostrou que tem uma grande força mental e logo retomará o seu melhor nível.

Marcos RJ
Marcos RJ
14 dias atrás

Interessante como tem machão frustrado que adora criticar as líderes do ranking da WTA (Iga/Sabalenka/Rybakina) toda vez que pedem para tenistas fora do top 10. Se perdem para qualquer jogadora abaixo do top 20, ainda que sejam jogadoras de alta qualidade, são chamadas de “fracas”, “sem técnica” ou “amarelonas”.
Mas se os líderes do ranking masculino caem nas primeiras rodadas então está tudo na boa: foi porque esse jogador perdeu para o jogador favorito do manezinho, ou estava com medo de jogar com o jogador favorito do manezinho. Haja paciencia

Gisele
Gisele
14 dias atrás

É só volta a jogar o seu jogo

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