Bom humor e competência levam Bia a mais uma vitória histórica

Foto: Andrew Ong/USTA

Muito legal ver como o bom humor, aliado é claro à competência, levou Bia Haddad Maia a conquistar mais um resultado histórico, ao alcançar desta vez as quartas de final do US Open, com vitória sobre a ex-líder do ranking da WTA, a dinamarquesa Caroline Wozniacki. Entre caras e bocas, língua pra fora, respiros de alívio e, acredito eu sem ter certeza, alguns xingamentos baixinhos, a tenista brasileira conseguiu superar os momentos mais tensos do jogo. Até mesmo no match-point decisivo essa controlada descontração ajudou. Deu um saque – até um meio sem força – de slice (que seu treinador tanto pediu ao longo de toda partida) para enfim registrar o resultado.

Curioso é que eu já até tinha avisado o editor do TenisBrasil que o bom humor seria o assunto por aqui. E não é que, de repente, isso foi tema da entrevista em quadra, com a primeira pergunta falando do sorriso da Bia. Aliás, esse encontro foi dos mais agradáveis. A tenista tentou segurar a emoção, só que depois do ‘olê, olê, olê, olê…’ da torcida não aguentou e caiu em lágrimas.

Esse clima demonstrado por Bia em quadra e as frequentes interações com seu treinador talvez determinem seu estilo. Não é segredo algum que a brasileira teve uma temporada difícil até agora. Mas mesmo nas derrotas mais decepcionantes sempre mostrou a força de seu tênis. Isso aconteceu na recente final do WTA 250 de Cleveland, quando teve incontestáveis domínios sobre suas adversárias e acabou perdendo para McCartney Kessler em jogo que poderia sim ter comemorado o título.

É muito bom que Bia talvez tenha encontrado um caminho suave para enfrentar os inevitáveis momentos tensos numa partida de tênis, ainda mais da importância de um encontro em Grand Slam. Afinal, essas quartas de final em Flushing Meadows já devolvem à número 1 do Brasil uma bem vinda tranquilidade e uma trégua aos constantes questionamentos pelo jeito que administra sua carreira. Mas não há dúvidas que as cobranças são muitas, especialmente a quem faz sucesso.

11 Comentários
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João Sawao ando
João Sawao ando
3 meses atrás

Bia vamos em frente. Rumo a final e quem sabe…

Fukuha
Fukuha
3 meses atrás

Talvez seja a forma dela encarar as partidas, se divertindo e sem sofrência.

Rodrigo
Rodrigo
3 meses atrás
Responder para  Fukuha

Excelente, acho que é exatamente isso.
Inclusive que tenha sido o caminho que seu treinador encontrou (inclusive as incontáveis interações entre ambos) para tirar a autopressao, que era nitidamente a maior adversária da Bia.

Neri Malheiros
Neri Malheiros
3 meses atrás

Chiquinho Leite Moreira, que texto delicioso e leve como Beatriz Haddad Maia se fez merecedora após mais esta brilhante e histórica vitória! É verdade que poderia ter sido bem mais fácil, mas uma tenista da extirpe da dinamarquesa com sobrenome polonês não iria sucumbir sem luta. No saque derradeiro, virei para minha companheira e falei que ela devia tirar o peso do golpe para surpreender a adversária. E como você bem destacou, Bia fez exatamente isso e a guerreira Wozniacki devolveu na rede.

E por falar em disposição de combate, tive o prazer de conhecer – e de lutar lado a lado – com o também jornalista Paulo Moreira Leite, que, imagino, tenha alguma relação de parentesco contigo. Um abraço!

Rafael Azevedo
Rafael Azevedo
3 meses atrás

Belo texto!

Vamo, Bia!!!

André Aguiar
André Aguiar
3 meses atrás

Bom humor ajuda em qualquer situação, mas noto também que a Bia eleva o nível quando, ao invés de resignar-se, irrita-se com uma sequência de erros cometidos, soltando às vezes uns palavrões. Isso aconteceu ontem no segundo set, findo o qual dirigiu-se ao vestiário e de lá voltou com cara de poucos amigos, sugerindo ter tido um diálogo impublicável com a pessoa atrás do espelho. E foi assim que conseguiu, logo no início do terceiro set, a quebra determinante para a vitória. Com caras e bocas, sorrisos e palavrões, mas sobetudo jogando muito tênis, ela é a nossa adorável guerreira.

Carlos Alberto Ribeiro da Silv
Carlos Alberto Ribeiro da Silv
3 meses atrás

O azar da Bia é que ela é a única representante de destaque do Brasil no circuito de simples feminino de tênis. Então, muita gente cria grandes expectativas sobre ela, às vezes esperando até mais do que ela pode dar, e aí, quando não vem o resultado, muitos são duros e até injustos nas críticas sobre ela. A minha torcida é para que ela se fortaleça mentalmente, consiga controlar as emoções e administrar a pressão da melhor forma possível, e assim possa jogar o seu melhor tênis na maioria dos jogos que disputar.

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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