Paris (França) – Semifinalista no ano passado e um dos principais candidatos ao título em 2024, Carlos Alcaraz venceu mais uma partida e já está na terceira rodada de Roland Garros. Mas, ao contrário da estreia em que sobrou diante do norte-americano J.J. Wolf, desta vez o espanhol teve mais trabalho do que o esperado e chegou a perder set para o holandês Jesper De Jong.
Ciente dessa oscilação, o número 3 do mundo destacou as dificuldades que encontrou na partida, citando principalmente aspecto mental. “Houve muitos altos e baixos no jogo. Joguei um ótimo tênis nos dois primeiros sets, mas foi difícil me manter fisicamente em alta intensidade, então fiz um terceiro set muito ruim e no quarto eu lutei o máximo que pude. A verdade é que mentalmente foi um jogo com muitos altos e baixos da minha parte”, analisou após aplicar as parciais de 6/3, 6/4, 2/6 e 6/2.
Um ponto a se comemorar é o fato de que o espanhol não voltou a sentir incômodos no antebraço direito e parece jogar cada vez mais solto em quadra. “O meu braço está bem, não senti nada. Obviamente este tipo de condição não ajuda em nada, pois, com a umidade, a bola fica muito grande e se torna difícil de movimentá-la e acertar winners, os pontos ficam cada vez mais longos. Isso pessoalmente me assustou um pouco sobre como meu braço iria reagir, mas tudo correu muito bem. Então eu não relaciono esses altos e baixos ao meu braço, mas a mim mesmo”, avaliou.
Energia baixa e luta interna
Ao tentar explicar o que passa pela sua cabeça quando essa oscilação acontece, Alcaraz enfatiza a importância de manter-se sempre positivo. “Tento passar o máximo de tempo possível com uma atitude positiva, embora às vezes seja bastante difícil, porque os pensamentos negativos vêm até você. Se você não está jogando em um bom nível e não consegue obter a energia necessária, é frustrante. É aí que você tem que voltar a pensar nas coisas positivas e consequentemente o nível vai voltar se a predisposição for boa.”
“Não diria que fiquei distraído, mas me custou muito voltar ao jogo durante um set e meio. O Djokovic já disse que é impossível passarmos da primeira à última bola sem um mau momento, sem que haja altos e baixos. Mas se isso pode durar apenas um game é muito melhor que um set e meio. Então é nisso que temos que trabalhar, para que não dure tanto e possamos voltar o mais rápido possível. Não creio que seja desatenção, mas sim falta de energia. Há momentos em um Grand Slam em que é um pouco mais difícil para você ter um estado de alta energia, então é isso que precisa mudar”, completou.
Carlitos também admitiu que gostaria de ter ficado menos tempo dentro de quadra, a fim de se poupar para as próximas rodadas, que deverão ser mais exigentes. “Ele [De Jong] fez uma grande partida, acho que apresentamos um bom espetáculo, com drop shots, bolas anguladas e golpes muito bons. No terceiro set percebi que precisava ficar mais sólido. Era o momento de deixar de lado o espetáculo e tentar colocar seis ou sete bolas em cada ponto. Eu teria preferido ficar menos tempo em quadra, mas em um Grand Slam é preciso saber sofrer”, ponderou.
Experiência de assistir Nadal na Chatrier
Outro assunto da coletiva foi a derrota de Rafael Nadal na estreia para Alexander Zverev. Por ser potencialmente a última partida do espanhol em Roland Garros, o duelo diante do alemão chamou a atenção de muitos jogadores, dentre eles o próprio Alcaraz, que foi até a Philippe Chatrier para acompanhar o jogo presencialmente, como o sérvio Novak Djokovic e a polonesa Iga Swiatek.
“Como fã de tênis, foi uma partida muito bonita de se ver, poder assistir o Rafa em Roland Garros. Não tive a sorte de vê-lo ao vivo aqui outras vezes, acho que foi a primeira, e a verdade é que essa era uma experiência que eu precisava viver. Foi uma boa partida de tênis, apesar de ele ter perdido”, comentou o tenista de 21 anos.