Nova York (EUA) – De volta ao palco da conquista de seu primeiro Grand Slam, em 2022, Carlos Alcaraz tem duas missões durante o US Open. O espanhol busca a sexta conquista neste nível e também ultrapassar Jannik Sinner na disputa pela liderança do ranking da ATP.
Para reassumir o número 1, basta uma campanha melhor que a do italiano, abrindo a possibilidade de uma final entre eles valendo o topo do ranking. Alcaraz e Sinner se enfrentaram nas duas últimas finais de Slam, com vitória do espanhol em Roland Garros e do italiano em Wimbledon. Lembrando que Sinner carrega uma invencibilidade de 21 jogos nos Grand Slam em quadra dura, com dois títulos na Austrália e também o último US Open.
“[Vencer aqui] seria algo incrível de conquistar”, disse Alcaraz neste sábado em coletiva de imprensa. “Nos últimos três Grand Slams disputados em quadras duras, ele ganhou todos. O tênis que ele está mostrando é inacreditável. Eu até me inspiro nele de certa forma, só para estar pronto caso precise enfrentá-lo em algum momento. Estou me preparando para o torneio, para fazer um bom resultado e, quem sabe, encontrá-lo na final. Isso significaria que fiz uma grande campanha”.
+ Clique aqui e siga o Canal do TenisBrasil no WhatsApp
Em 2024, Alcaraz chegou a Nova York após a dura derrota para Novak Djokovic na final olímpica de Paris e acabou eliminado de forma precoce, ainda na segunda rodada, diante do holandês Botic van de Zandschulp. Desta vez, o cenário é diferente. O espanhol vem embalado pela conquista do Masters 1000 de Cincinnati, o oitavo título deste nível em sua carreira.
“É uma situação muito diferente. Agora tive tempo para descansar, desligar a mente, recuperar as energias. Passei duas semanas em casa treinando, mas com a tranquilidade de estar em casa. Isso me ajudou muito. Cheguei a Cincinnati mais feliz, com fome de competir, e deu para ver que estava mais preparado do que no ano passado. Hoje me sinto muito melhor. No ano passado tudo foi mais apertado”.
Estreia contra Opelka
A estreia de Alcaraz será nesta segunda-feira, por volta de 21h30 (de Brasília), contra o norte-americano Reilly Opelka, adversário reconhecido pela qualidade de seu saque. O vencedor enfrentará o italiano Mattia Bellucci ou o chinês Juncheng Shang. “Vai ser muito difícil jogar contra o Opelka pela primeira vez”, avaliou o espanhol de 22 anos. “Todos conhecem o estilo de jogo dele. Preciso estar pronto para isso, focado na devolução, tentando colocar o máximo possível de bolas em jogo. A ideia é encontrar um bom ritmo, jogar bem do fundo de quadra quando ele me permitir e ver o que acontece. A confiança está alta neste momento. A quadra está boa, as bolas também. Só estou me preparando para dar o meu melhor”.
Favorito para o título, dos últimos 41 jogos, venceu 39 (sendo 3×1 contra Sinner, no ano)
Um torneio difícil, com umidade e calor, aumenta o favoritismo, Alcaraz é o jogador mais bem preparado fisicamente do circuito (tecnicamente é um passeio).
Deve levar.
Não espero um grande jogo por parte de Alcaraz neste primeiro embate da competição. Mas acredito que como tem acontecido, ele feverá criar problemas para ele mesmo e, na hora mais crítica, resolvê- vos com seu incrível talento.
De 2023 pra cá, Carlitos teve os seguintes resultados em Slams disputados nas quadras rápidas: derrotas para Medvedev, Zverev, Botic e Djokovic. Última derrota do Sinner nas rápidas foi para o Zverev em 2023, antes dele ser número 1 e conquistar seu primeiro Slam.
Se o italiano estiver plenamente recuperado da virose, naturalmente é o favorito. Chave dele em tese é mais acessível que a do Alcaraz. Carlitos faz ótima temporada até aqui e como era de se esperar foi dominante no saibro. O que pouca gente imaginava era aquele domínio sofrido pelo Sinner na final de Wimbledon. Um 3 x 1 indiscutível… aliás o Alcaraz discutiu bastante com sua equipe naquela final.
O melhor Grand Slam do ano tem tudo para ser eletrizante desde o início, mas no masculino o título deve ficar mesmo com Sinner ou Alcaraz. No feminino a Iga é levemente favorita.
Sinner já vai perder o posto de número 1. Como sabemos, permanecer como número 1 por um longo período é a tarefa mais difícil no circuito de tênis.