Newport (EUA) – Dois nomes que fizeram história no tênis feminino voltaram a se encontrar neste sábado, na cerimônia de apresentação de novos membros do Hall da Fama Internacional do Tênis. Maria Sharapova, ex-número 1 do mundo e vencedora de cinco títulos de Grand Slam, foi apresentada por sua antiga rival Serena Williams.
Chamada ao palco, Serena recordou a carreira e o legado construído pela russa. E mesmo com uma vantagem muito grande no histórico de confrontos, com 20 vitórias e apenas duas derrotas, ela se lembra da perda da final de Wimbledon de 2004 para Sharapova.
“Até hoje, ela considera aquele jogo como o ponto alto da carreira dela. E até hoje, eu considero aquela uma das minhas derrotas mais difíceis”, relembrou a vencedora de 23 títulos de Grand Slam. “Há alguns meses, Maria me mandou uma mensagem dizendo que precisava conversar… Quando liguei para ela, ela perguntou se eu a introduziria no Hall da Fama. E antes que ela pudesse terminar a pergunta, eu já disse que sim, imediatamente, com coração aberto. Porque, claro, é Maria. Eu estava honrada”.
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“Maria e eu já fomos as rivais mais ferozes, tínhamos nossas diferenças. Para o mundo, parecíamos a quilômetros e quilômetros de distância, Mas a verdade é que não éramos tão diferentes. Queríamos exatamente a mesma coisa, na mesma época: ser as melhores. Foi isso que tornou nossa rivalidade tão eletrizante e tão icônica”, explicou.
“Hoje, seu principal troféu é o filho Theodore [que completou três anos em julho]. Ela continua com o mesmo fogo e muito focada em ser uma grande mãe. Ela me lembra muito a Venus, é uma pessoa muito leal à sua família. Se eu conhecesse ainda melhor, diria que poderia ser minha irmã”, comentou a norte-americana. “Ela construiu um legado que vai durar para sempre. É uma honra para mim, como uma antiga rival, uma fã e amiga para sempre, apresentar Maria Sharapova no Hall da Fama do Tênis”.
Sharapova agradece aos pais e também destaca a rivalidade
Grata também pela introdução de Serena e pela forma como o relacionamento delas mudou nos últimos anos, Sharapova posteriormente elogiou muitos membros de sua equipe e, como acontece com muitos dos indicados, elogiou principalmente a família. “Nós realmente fizemos isso juntos, não é?”, perguntou ela ao pai, Yuri, que veio da Rússia para os Estados Unidos com nada mais do que US$ 700 e o sonho de ajudar sua filha de seis anos a se tornar uma campeã. Elogios também foram feitos à mãe de Sharapova, Yelena, e à maneira como ela transmitiu valores como elegância e gentileza. “Ao dedicar minha vida ao tênis”, disse Sharapova, “o tênis me deu uma vida”.
A russa também falou sobre a rivalidade. “Serena fez mais do que aprimorar meu jogo. Ela ajudou a cristalizar meu senso de identidade. É um presente ter uma pessoa que te motiva a conquistar o seu máximo. E serei eternamente grata a ela, por exigir o meu melhor. Sempre teremos muito respeito uma pela outra e nossas origens são mais similares do que podem parecer. Nós duas tivemos pais que acreditavam muito em nós e que se sacrificaram para que pudéssemos chegar até aqui”.
Sharapova foi campeã em todos os torneios do Grand Slam. E teve o maior sucesso em Roland Garros, com duas conquistas em 2012 e 2014. A russa conquistou 36 títulos no circuito da WTA e acumulou uma premiação superior a US$ 38 milhões. Ela anunciou o fim de sua carreira profissional em 2020, semanas depois do Australian Open daquele ano, em que perdeu para Donna Vekic na primeira rodada. Menos de um ano antes, no US Open de 2019, jogou contra Serena pela última vez.
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