Enquanto o tênis brasileiro vive a euforia do surgimento de um novo ídolo – o carioca João Fonseca, com seu enorme potencial para feitos surpreendentes -, seguimos acompanhando o circuito internacional feminino que, diga-se de passagem, virou uma caixa de surpresas a cada torneio.
As líderes do ranking seguem as mesmas, distantes entre elas por apenas 806 pontos. Aryna Sabalenka ainda lidera enquanto Iga Swiatek torce para ganhar um WTA 1000 e retomar sua coroa, apesar dessa tarefa estar ficando cada vez mais complicada.
Acontece que 2025 chegou com uma longa lista de espera de tenistas esbanjando força nos golpes e prontas para
posar com troféus. Desde o final de dezembro, quando começa o circuito do ano seguinte, os nomes das campeãs não se repetem. A bem da verdade, a líder do ranking até venceu, porém. com uma certa dificuldade, a russa Polina
Kudermetova, na época 106ª colocada, na final do WTA 500 de Brisbane.
Vale entretanto ressaltar que as suas maiores rivais estavam competindo na mesma semana na United Cup – evento
misto organizado pela ATP e WTA, também na Austrália. A partir de janeiro portanto, incluindo o Australian Open, vencido pela norte-americana Madison Keys, o desfile de campeãs segue uma constante. Na Nova Zelândia, deu a
dinamarquesa Clara Tauson por desistência da Naomi Osaka, que se lesionou quando liderava o jogo. Em Singapura,
ganhou a belga Elise Mertens. Na Áustria, a tcheca Ekaterina Alexandrova saiu com a taça, enquanto em Abu Dhabi deu Suíça com Belinda Bentic, ex-nº 4 do mundo. A russa Anastasia Potapova, algoz da Bia Haddad em Dubai, foi a campeã do Transylvania Open. No Qatar, o título ficou para a norte-americana Amanda Anisimova e finalmente, no recém-concluído WTA 1000 de Dubai, a vitória ficou para Mirra Andreeva. Vale um parêntese aqui para essa jovem russa de 17 anos, uma das poucas do circuito treinada por uma ex-tenista e primeira espanhola vencedora em Wimbledon, Conchita Martinez.
Além de chamar a atenção para o fato desse evento ter contado com a participação de quase todas as tenistas top 10 do mundo, esse início de ano tem muito a dizer sobre o futuro do tênis feminino mundial, que traz novos nomes sem esquecer as “veteranas”, como no caso de Keys, já com 30 anos, e da campeã olímpica dos Jogos de Tóquio 2020, Belinda Bencic, no seu retorno da licença maternidade.
Na história do tênis, grandes rivalidades marcaram época e deixaram saudades. A tcheca Martina Navratilova e a norte-americana Chris Evert protagonizaram a maior delas nas décadas de 70 e 80, contabilizando oitenta confrontos, dos quais 60 foram em finais. Outras grandes rivais foram as próprias irmãs Williams, que se confrontaram 31 vezes, e a alemã Steffi Graf e a sérvia Mônica Seles.
Enfim para os saudosistas ou aqueles que torcem para duelos épicos, dividindo torcidas, entre as líderes do tênis feminino, os fatos e feitos indicam que o momento agora é plural. Mas nem por isso deixa de trazer emoção e renovação.