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Veja como Wimbledon vai buscar lucro de US$ 70 milhões

O mais antigo torneio de tênis da história continua também a ser o evento esportivo de maior faturamento e lucro da Grã-Retanha. O All England Club, entidade privada que criou Wimbledon e permanece como promotor único, espera superar os números recordes de 2023 na edição que começa nesta segunda-feira. Contando com direitos de televisão, venda de ingressos e patrocínios, o AELTC atingiu a notável quantia de US$ 476 milhões de faturamento bruto no final da edição passada, um aumento de US$ 42 milhões em relação a 2022. O lucro operacional atingiu o recorde US$ 67,3 milhões, pouco mais de US$ 8 mi em relação ao anterior, que é novamente a meta.

No entanto, o Club fica com apenas 10% desse saldo positivo. Isso porque existe um contrato com a Associação Britânica (LTA), em vigor desde 2008, que garante 90% do lucro apurado para os cofres da entidade. Ah, mas isso não é doação. Longe disso. Acontece fruto de um acordo feito para que a LTA vendesse sua participação de 50% sobre o terreno e as instalações do Club, venda estimada à época em US$ 68,8 milhões. Esse contrato de repasse estará em vigor até 2053.

A receita bruta de Wimbledon tem como principal pilar a venda de direitos de transmissão, responsável por um terço do faturamento bruto. Quase US$ 50 mi anuais vem da BBC e outros 52,5 mi são pagos pela Disney americana. A agora dona da ABC e ESPN pagou US$ 480 milhões pelo contrato de 12 anos encerrado em 2023. Um adendo foi feito dois anos antes e garantiu a primazia entre 2024 até 2036. Ainda há contratos com a Sky europeia e a Warner, proprietária da Eurosport.

Os números da audiência justificam o investimento. A final entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic atingiu o pico de 11,3 milhões de telespectadores na BBC, com a final feminina entre Marketa Vondrousova e Ons Jabeur chegando ao pico de 4,5 milhões. Já a Comscore americana aponta que as finais femininas têm sido ligeiramente mais vistas na rede ABC (1,35 milhões) do que a masculina (1,32 mi) desde 2017.

Outro faturamento expressivo do Club é o de publicidade, que atingiu US$ 95 milhões no ano passado entre os 16 parceiros comerciais, que no entanto ainda têm exposição discreta nas quadras, uma tradição que o Club mantém ferrenhamente. Só como comparação, os outros três Slam chegam a ter 50 apoiadores. Cerca de US$ 24 milhões veem do contrato de Wimbledon com o banco Barclays. Outras marcas, como Evian, Vodafone e Amex, pagam em média US$ 7,5 milhões anualmente cada uma. Todos os acordos são feitos e gerenciados pela gigante IMG, incluindo os de TV.

Já os ingressos pesam, e muito, na conta final. A edição 2023 bateu o recorde absoluto de público, com 532.651 pagantes, superando em 17 mil a marca de 2022. Estima-se que cada ingresso gere, em média, US$ 200.

Quem mais vê tênis na TV

Um estudo de 2022 feito pela Kagan’s Consumer comparou a audiência do tênis na TV entre países das Américas, Europa e Ásia. O resultado foi medido em residências que assistem a torneios de tênis e ficou assim: França (35%), Itália e Polônia (33%), Índia (32%), Grã-Bretanha (28%), China (20%), Alemanha (17%), EUA e Suécia (14%) e Coreia do Sul (10%). O Brasil infelizmente não foi incluído na pesquisa.

A idade média dos espectadores variou em cada país, mas superou os 50% com mais de 43 anos em quase todos os lugares, exceto Índia e China, onde o maior público ficou entre 26 e 42 anos, na faixa dos 40%. O público mais jovem está afastado da TV. Somente a Alemanha registrou percentual mais expressivo, com 17% de espectadores até 25 anos, índice que ficou em 15% na Índia.

E mais

– Alcaraz abre a Central às 9h contra o quali estoniano Mark Lajal, que é uma semana mais jovem.
– Já Sinner enfrenta Hanfmann, que tirou apenas cinco games do italiano no US Open mais recente.
– Aos 39 anos e 108 dias, Wawrinka pode ser o terceiro profissional com essa idade a vencer em Wimbledon desde 1980, repetindo Karlovic (com 40 anos) e Federer.
– A melhor aposta para uma ‘zebra’ na abertura da rodada masculina é Alex Bolt, canhoto australiano de 31 anos e 235º do ranking. Ele enfreta Ruud, que só ganhou dois jogos em quatro presenças em Wimbledon.
– Jogo interessante envolve os ‘trintões’ Dimitrov e Lajovic, ambos donos de belos backhands de uma mão.
– Mas velho mesmo será Monfils e Mannarino, que juntos somam 73 anos. Dos sete duelos, três foram na grama (2-1 Mannarino) e dois em Wimbledon (1-1).
– Aos 20 anos, Gauff já disputa seu quinto Wimbledon, mas nunca passou das oitavas.
– Sabalenka tem estreia teoricamente tranquila contra a 103ª do ranking, mas já avisou que não tem certeza que entrará em quadra. O problema é no ombro.
– Queridinha da casa, Raducanu tem estreia duríssima diante de Alexandrova
– Meligeni estreia às 7 horas contra Coric, que até 10 dias atrás só jogou no saibro e foi mal até em nível challenger.

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Gustavo
Gustavo
1 dia atrás

Que interessante!!

Belarmino Jr
Belarmino Jr
1 dia atrás

Até Djoko declarou que é o slam dos seus sonhos…. É provável que ele trocaria vários AO por mais um título no MAIOR e MELHOR slam de todos, já que, provavelmente, não deve nem chegar perto de mais um título no piso verde, e Wimbledon,o maior símbolo do esporte, agradece! O recorde permanecerá com o melhor e maior tenista da história, o rei da grama, hards, cobertas e geral, Roger Goaterer! Aliás eu não comemoro recordes de tenistas, deixo para pessoas fúteis, não ganho nada com isso e o jogador nem sabe da minha existência. Mas acho importante para o esporte que o suíço permaneça com o recorde em Wimbledon, pois é o jogador mais talentoso, habilidoso e técnico da história, além de ser disparado o favorito do público londrino…. É também o que mais representou no piso verde o que tradicionalmente se pede: Habilidade, grandes voleios, slice venenosos….td isso o fez o maior vencedor do slam mais importante e o rei da grama.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
1 dia atrás
Responder para  Belarmino Jr

Obviamente o GOAT dos esportes jamais trocaria “vários” AO por 1 único Wimbledon; o máximo que ele faria seria trocar 1 dos 10 por mais 1 RG para ficar com um Quadruple Career Slam, mas eu tenho dúvidas se abriria mão de ter 2 dígitos em um mesmo Slam, recorde que só ele e Nadal possuem.

Você está chamando todos os torcedores esportivos de fúteis quando diz que só os atletas podem comemorar títulos e recordes (desde a antepenúltima pasta). Aliás, eles nem existiriam sem torcida, que é o que financia qualquer modalidade. Percebeu a bobagem?

De qualquer maneira, se torcer e comemorar é ser fútil, o que você está fazendo aqui nesses anos todos se matando com seu fanatismo exacerbado pelo Terceirão?

Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
1 dia atrás
Responder para  Paulo Almeida

PA, ele não comemora e nem dá importância.
Imagine se fizesse…

Paulo Almeida
Paulo Almeida
22 horas atrás
Responder para  Luiz Fabriciano

E ainda manda mais um comentário desesperado na melhor maneira terraplanista de negar a realidade.

Marquinhos/Johnny esperneia no chão como ninguém: “O recorde permanecerá com o melhor e maior tenista da história, o rei da grama, hards, cobertas e geral, Roger Goaterer!”

Kkkkkkkkk, é diversão garantida mesmo, parafraseando o Luiz Fernando.

Paulo F.
Paulo F.
1 dia atrás
Responder para  Belarmino Jr

Ele tem tão somente SETE títulos em Wimbledon.
Tadinho do Djokovic, né?

Paulo Almeida
Paulo Almeida
22 horas atrás
Responder para  Paulo F.

Enquanto uns aí tem somente 1 de RG e sem passar pelo Nadal.

Luiz Fernando
Luiz Fernando
23 horas atrás
Responder para  Belarmino Jr

Marquinhos, desculpe, Belarmino, aceita q dói menos kkkk…

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
21 horas atrás
Responder para  Belarmino Jr

O cara passa a vida inteira negando os fatos, chama seu tenista derrotado e preferido de “goaterer da shopee”, e argumenta que os fãs do esporte são fúteis. É mole?
Tá sertis!!!

Ronildo
Ronildo
1 dia atrás

Muito interessante este post. Hoje mesmo fiquei interessado em pesquisar (no Google) o significado da palavra Wimbledon, mas não consegui resultados satisfatórios. Não foi de todo um fracasso esta “difícil e complicada” pesquisa, uma vez que fiquei sabendo que Wimbledon é um distrito de Londres, sede do torneio e que lhe dá nome. Então pelo que entendi Wimbledon é o nome do distrito, nome da sede/clube esportivo onde é realizado o torneio e nome do evento anual. Seria isto?
Ainda sobre valores, tenho feito algumas corridas de aplicativo para sanar algumas dívidas. Ontem fiz uma corrida muito interessante. A passageira era uma adolescente de uns 16/anos. Ela mesmo tomou a iniciativa de conversar e disse que estava indo na casa da irmã assistir ao jogo do Brasil. Conversamos rapidamente sobre o time brasileiro. Porém eu falei que gostava mais de tênis do que de futebol e para minha surpresa ela também disse que gostava muito de tênis. Então pediu para mim citar tenistas para ver se ela conhecia. Comecei:
_”Roger Federer”, ela: _”Conheço”
_ “Rafael Nadal”, ela: _”Sei quem é”
_ “Djokovic”, ela: _”Já vi também”.
A corrida era curta, estava acabando.
Então ela disse rapidamente: “Sabe eu gosto de assistir mesmo é Carlos Alcaraz, conhece!?”
Na verdade fiquei simplesmente abismado por estar no Brasil e ter adolescente vendo tênis por causa de Carlos Alcaraz. Imaginem a atração dele em países onde o tênis é mais popular. É um público que Federer, Nadal e Djokovic não atingiram com tanta força em suas grandes carreiras.

Marcelo Reis
Marcelo Reis
1 dia atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Dei uma pesquisada e achei interessante: o nome vem de uma antiga vila, hoje bairro, nos idos dos anos 900 DC. O nome original da vila era “Wimbedounyng”, que com o tempo evoluiu para “Wimbleton” no século XVIII e que, já no século XIX, assumiu a grafia que hoje permanece.

Ronildo
Ronildo
1 dia atrás
Responder para  Marcelo Reis

Legal Marcelo, bem antiga a origem do nome.

André Aguiar
André Aguiar
1 dia atrás
Responder para  Ronildo

Do verbete ‘Wimbledon, London’ da Wikipedia em inglês (https://en.m.wikipedia.org/wiki/Wimbledon,_London):

“The original nucleus of Wimbledon was at the top of the hill close to the common – the area now known locally as “the village”.
The name Wimbledon means “Wynnman’s hill”, with the final element of the name being the Celtic “dun” (hill). The name is shown on J. Cary’s 1786 map of the London area as “Wimbleton”, and the current spelling appears to have been settled on relatively recently in the early 19th century, the last in a long line of variations”.

Donde conclui-se que Wynnman, que deu origem ao nome Wimbledon, foi um antigo proprietário de terras situadas na colina na qual iniciou-se o povoamento daquela região.

Ronildo
Ronildo
1 dia atrás
Responder para  André Aguiar

Legal André. Super interessante a história do nome.

Gustavo
Gustavo
1 dia atrás

Por que Carlos Alcaraz é chamado de “salvador do tênis?”

Será que é pq Yannik Sinner é o “pecador”/sinner?

Kkkk

Luiz Fernando
Luiz Fernando
23 horas atrás
Responder para  Gustavo

Será q tem alguma coisa a ver com certo tenista sérvio q antes era a boia na qual alguns muitos náufragos se agarravam e q depois de pulverizar “alguns” recordes se tornou uma “persona non grata”? Tenho a impressão que sim kkkkkkkkkkkkkkkkkkk…

Gustavo
Gustavo
17 horas atrás
Responder para  Luiz Fernando

Kkkkkk

Leandro
Leandro
1 dia atrás

Dalcim, considerando que parte do assunto do post foi as marcas associadas com Wimbledon, acredito que vale a lembrança que a Slazenger segue como patrocinadora e é a fornecedora de bolas do torneio desde 1902.
Se não me falha a memória, esse é o acordo de publicidade esportiva mais antigo do mundo.
Abraços!

Paulo F.
Paulo F.
1 dia atrás

Borna Coric jogando contra um Meligeni?
Vai Coric!

Ronildo
Ronildo
1 dia atrás

Em 2018 Borna Coric venceu a final de Halle contra Federer. Pensa a pedreira que Megligene enfrentou.

Girafales
Girafales
1 dia atrás

Dalcin, se a LTA fica com 90% dos lucros anuais de U$67,3 milhões até 2053 o valor total pela venda de 50% do terreno e das instalações do club seria muito maior que U$68,8 milhões, não? ou estou me confundindo?

Girafales
Girafales
1 dia atrás
Responder para  José Nilton Dalcim

Mas se nos dois últimos a média do lucro foi de U$63 milhões, os 90% correspondentes à LTA só em 2022 e 2023 já ultrapassa U$110 milhões. Projetando um média similar até 2053 chegamos a um número astronômico de 1,5 bi… Fiquei intrigado agora, mestre, onde posso buscar mais informações a respeito?

Paulo F.
Paulo F.
1 dia atrás

A se lamentar, de largada, o abandono de Sabalenka por lesão no ombro.
As viúvas não vão detonar a bielorrussa por ela “avacalhar” a chave?
Ou esse tipo de comportamento só vale para o GOAT?

Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
1 dia atrás
Responder para  Paulo F.

Vixe!
Há quem jura de pés juntos que Djokovic está lá somente com essa intenção mesmo.

JOÃO LUIZ MELLO BORIN
JOÃO LUIZ MELLO BORIN
1 dia atrás

Dalcim, qual chave do masculino você achou mais difícil? A do Sinner parace mais pedreira, e a do Djokovic mais “facil”

Paulo Almeida
Paulo Almeida
23 horas atrás
Responder para  JOÃO LUIZ MELLO BORIN

Não, a do Alcaraz é a mais tranquila até as quartas, caso o Tommy Paul chegue lá.

Rodrigo
Rodrigo
1 dia atrás

Dalcim, boa tarde! Tava vendo umas fotos antigas aqui, e achei curioso que a Serena, em 2012, usou faixa e munhequeiras roxas. Embora tenha acompanhando o torneio na época, não me lembrava dessa situação. Pq foi permitido a ela? Pergunto pq sei do rigor deles com as vestimentas brancas e fiquei curioso (além de lamentar a minha falta de memória, rs.). Obrigado!

Luiz Fabriciano
Luiz Fabriciano
1 dia atrás

Dentre todos os itens bem interessantes do post, um chama-me atenção e deveria servir de baliza para amparar as intermináveis discussões sobre a lendária Guerra dos Sexos.
As maiores TV’s do mundo exibiram as finais do ano passado e a final masculina teve 2,5 vezes mais audiência que a feminina.
Isso é um fato que demonstra nada além do interesse particular em ver esse ou aquele jogo, diferentemente de quererem impor uma escolha.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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