PLACAR

“Tive chances reais de mudar o jogo”, avalia Nadal

Foto: FFT

Paris (França) – O tão esperado retorno de Rafael Nadal a Roland Garros, naquela que inclusive pode ter sido sua última partida no torneio, trouxe uma carga extra de emoção para todos os fãs de tênis que estiveram na Philippe Chatrier ou acompanharam de algum lugar do mundo o duelo com Alexander Zverev nesta segunda-feira.

Apesar de todas as incertezas sobre as condições que o espanhol chegaria para este confronto, o que se viu em quadra foi um tenista que até certo ponto conseguiu oferecer resistência ao alemão, chegando a levar a segunda parcial para o tiebreak. Na análise do próprio Nadal após a derrota em sets diretos, houve chances reais de ele levar o duelo para outro caminho e complicar a vida do alemão.

“Estou muito orgulhoso de ter conseguido competir hoje. Não sinto que estive muito longe de me dar opções reais para fazer algo importante. Minha partida foi boa, colocando as circunstâncias em perspectiva. Cometi erros, mas não se constrói uma casa em dois dias. Eu tinha opções reais para levar o jogo para outra situação e não aproveitei porque me faltou conhecimento, ritmo e confiança para entender o que tinha que fazer em cada momento”, avaliou Rafa na coletiva de imprensa.

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Mesmo com a derrota, a sua primeira em estreias no saibro parisiense, Nadal sai com bons sentimentos dessa experiência um tanto quanto diferente para quem esteve habituado a reinar na capital francesa, principalmente depois de ter passado pelas situações mais difíceis de toda a sua carreira nos últimos 16 meses.

“Passei por momentos muito ruins. Meu corpo era como uma selva, às vezes uma cobra me mordia, outras vezes um tigre me mordia e eu não via luz. Cheguei a um ponto em que estava mentalmente destruído, infeliz e sem energia. Me convenci de que precisava parar e tive a sensação de que provavelmente nunca mais pisaria em uma quadra de tênis”, confessou.

“Mantive a disciplina para me dar a oportunidade de estar aqui. Essa foi a primeira semana em que senti que meu corpo estava preparado para se mover sem limitações. Esse foi o primeiro torneio em que pensei que tinha alguma chance de vencer”, acrescentou o jogador que completará 38 anos no próximo dia 3 de junho.

Motivação para continuar jogando

Em outro momento da entrevista, Nadal foi questionado sobre o que o ainda impulsiona a continuar tentando reencontrar o alto nível e se manter no circuito. “Sou um cara normal que gosta do que faz. Sou apaixonado por esportes, competição, gosto de treinar e jogar tênis. Me divirto viajando com minha esposa e meu filho, então enquanto sentir que sou competitivo e estou saudável vou continuar, mas tenho que verificar se meu nível de jogo está subindo. Hoje não é hora de analisar essas coisas, mas de aceitar o que tenho que fazer daqui em diante”, respondeu.

Wimbledon, Olimpíada e o futuro

Na hora de falar sobre os próximos passos, Rafael Nadal foi abordado sobre duas competições em especial, Wimbledon, que é o próximo Grand Slam da temporada e começar daqui pouco mais de um mês, e os Jogos Olímpicos de Paris, que será realizado ali mesmo no complexo de Roland Garros. Segundo o espanhol, jogar na grama de Londres é uma realidade distante, enquanto as Olimpíadas deverão ser seu próximo grande objetivo após a derrota de hoje.

“É difícil fazer a transição para a grama e logo depois temos os Jogos Olímpicos [no saibro novamente]. Tenho que analisar, mas não acho que seja a coisa mais inteligente para mim depois de tudo o que meu corpo sofreu”, falou a respeito de ir ao All England Club por mais uma vez.

“Espero chegar em boa forma [nos Jogos de Paris], mas vou ter o mesmo problema que aqui; não vou ser cabeça-de-chave e chegarei sem ritmo de competição. Se conseguir chegar um pouco melhor fisicamente do que hoje, virei com a confiança necessária para aproveitar e me dar oportunidades. Depois de verificar isso, avaliarei como estou e tomarei decisões sobre o que posso fazer no futuro”, acrescentou a respeito do torneio olímpico, que acontece daqui a dois meses.

Por fim, pensando a longo prazo e numa continuidade da carreira em 2025, Nadal deixou tudo em aberto, embora saiba que as condições para se manter até lá são complicadas. “Se eu continuar feliz no dia a dia e meu corpo responder bem fisicamente, não vou fechar portas. A lógica me diz que é muito difícil, mas o passar das semanas é o que vai dar as respostas. Quando a energia e a esperança se acabarem eu saberei [que é hora de parar], e nesse dia comunicarei definitivamente”, explicou.

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12 Comentários
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Paulo Almeida
Paulo Almeida
1 mês atrás

Teve chances de levar o segundo set mesmo e, com o jogo empatado, poderia ter engrossado mais, mas nunca saberemos.

Devanor
Devanor
1 mês atrás

Tomou 3 X 0 e ainda fala que teve chances

Marcelo Reis
Marcelo Reis
1 mês atrás
Responder para  Devanor

Eu vi ao jogo por completo. E a verdade é que Nadal teve chances sim, em especial no 2º set. O placar é um pouco enganador.

Lee
Lee
1 mês atrás

Como eu tinha comentado o Físico do nadal seria o maior problema para enfrentar o Zverev teve alguns momentos do jogo que o nadal conseguiu jogar de igual pra igual mas não tinha como um jogador de 38 anos que ficou um ano parado aquentar a intensidade do Zverev e que está sacando muito. Mas o Nadal conseguiu cansar um pouco o Zverev nesse jogo e com certeza ele vai ter problemas lá na frente pq o Zverev é um jogador que pode vencer qualquer um hoje e só não ganhou nenhum slam até agora pq lá no final tem problemas físicos e aínda mais em jogos de 5 sets. Mas no geral foi um bom jogo do Nadal que deu azar de pegar um top 4 logo no início se ele pegasse uma chave um pouco mais fácil com certeza ia chegar na segunda semana.

Osvaldo
Osvaldo
1 mês atrás

isso aí, Nadal ! vamo guardar todas as energias para o último caneco em RG em 2025 ! Vc vai voltar mais forte do que nunca ! rumo ao 15º RG !
#rumoaos25slams #euacredito

José Cardoso Jr
José Cardoso Jr
1 mês atrás

Até me surpreendeu no 2° set. Mas não surpreendeu o Zverev. Como dito anteriormente: “um dos primeiros a chegar e um dos primeiros a sair”. Deu a lógica.

Girafales
Girafales
1 mês atrás

“quando a energia e a ilusão se acabarem eu saberei [que é hora de parar], e nesse dia comunicarei definitivamente”
a tradução não corresponde ao que Nadal quis dizer. Ilusion em espanhol significa esperança e não ilusão, como está no texto em português

José Nilton Dalcim
Admin
1 mês atrás
Responder para  Girafales

Perfeita a observação, Thiago. Grato!

Daniel Macedo
Daniel Macedo
1 mês atrás
Responder para  Girafales

Acho que o tradutor foi mais realista que o Nadal…

Marcelo Ikeda
Marcelo Ikeda
1 mês atrás

pq Nadal jogará as Olimpíadas se seu ranking está tão baixo? Nas Olimpíadas tbem tem RP ou WC?

João Sawao ando
João Sawao ando
1 mês atrás

Eu falei que não chegaria na segunda semana e não ganhou o primeiro jogo…

Ana
Ana
1 mês atrás

Ano que vem estar com 39 anos!!!! Não consigo ver ele vencendo um GS….

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