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Tenistas dão suas impressões sobre novas regras nas duplas

Sadio Doumbia, Fabien Reboul, Gonzalo Escobar e Aleksandr Nedovyesov (Foto: ATP Tour)

Atualizado às 17h15, com a formação das quartas de final de duplas

Madri (Espanha) – Uma das maiores novidades desta edição do Masters 1000 de Madri está na implementação de novas regras no torneio de duplas. Ainda em fase de testes, essas mudanças trouxeram uma nova dinâmica às partidas, visando encurtar o tempo dos jogos e impulsionar a participação de mais jogadores de simples. Tudo isso com um objetivo claro: trazer mais visibilidade para os eventos e agradar os donos dos direitos televisivos das competições.

Dentre as novidades impostas pela ATP, os atletas passaram a ter apenas 15 segundos para iniciar o próximo ponto caso a jogada anterior tenha tido três rebatidas ou menos. Se essas três tacadas forem ultrapassadas, os tenistas terão os habituais 25 segundos para colocar a bola em jogo novamente.

Outro aspecto que vem sendo testado nessa semana tem a ver com o descanso dos jogadores. Eles não podem ficar sentados no banco durante todo o primeiro set, em vez de terem os tradicionais 90 segundos de pausa a cada dois games. Para compensar, ao final do set eles têm mais tempo para se recuperarem antes de iniciar a próxima parcial.

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Por fim, a terceira e última medida que foi colocada à prova alterou a formação das chaves de duplas, facilitando a participação de jogadores de simples. Neste caso, foram reservadas 13 vagas para parcerias formadas por jogadores de simples, enquanto outros 16 lugares se destinaram aos especialistas de duplas, com base no ranking da especialidade.

Com isso, o torneio de Madri teve alguns casos inusitados, mostrando os dois lados da moeda dessa transformação. Enquanto a chave atraiu grandes nomes e contou com a participação de cinco top 15 de simples, também viu a entrada de jogadores de fora do top 100 na lista individual da ATP, como o alemão Benjamin Hassan, 159º colocado, e o jordaniano Abdullah Shelbayh, apenas o 255º.

Duplistas comentam as mudanças

Com o torneio em andamento, alguns atletas já vieram a público para comentar o que acharam dos primeiros testes com as novas regras. Um deles foi o australiano Matthew Ebden, atual número 1 do mundo na prova e que fez parceria com o indiano Rohan Bopanna, vice-líder do ranking. Os dois, no entanto, caíram na primeira rodada justamente para uma dupla formada por dois top 40 de simples, o norte-americano Sebastian Korda (26º) e o australiano Jordan Thompson (33º), que não possuem boas classificações na dupla, ocupando a 185ª e a 58ª posições, respectivamente..

Para Ebden, a velocidade do jogo mudou bastante e ele acredita que isso pode ser bom para o público. “Agora parece um tiroteio, é emocionante. Assim que iniciamos a partida, bang [som de tiro], a batalha começa. As pessoas gostam de ver voleios, winners, bolas anguladas e devoluções, mas para mim havia muito tempo morto. Tentamos encontrar um produto melhor para os fãs”, destacou o australiano.

Por outro lado, há quem se oponha às inovações apresentadas em Madri. É o caso do britânico Jamie Murray, ex-número 1 do mundo nas duplas e que atualmente ocupa a 25ª posição. Segundo ele, o novo formato dos torneios, com menos dias de disputa e a redução do tempo na troca de lado, ainda são desafios a serem encarados pelos jogadores, que não estão familiarizados com esse ritmo de jogo.

“Parece que tudo é muito rápido. Quinze segundos entre os pontos nas duplas é muito pouco. Nas simples você joga muito por instinto, mas nas duplas há muito mais estratégia antes de começar os pontos, e perder essa comunicação com o parceiro não é bom para o esporte. Além disso, gostaria de ver mais divulgação desta disciplina nas redes sociais. As duplas são um zero à esquerda”, disse o britânico, que já venceu duas partidas na semana e está classificado para as quartas de final ao lado do neozelandês Michael Venus.

Duplistas dominam as quartas de final

Mesmo com todos os esforços da ATP em promover maior participação de jogadores de simples, tendo cinco top 15 inscritos, o torneio de duplas terá apenas uma parceria formada por simplistas nas quartas de final. Responsáveis por eliminar os principais cabeças de chave, Sebastian Korda e Jordan Thompson são os únicos sobreviventes em meio aos especialistas.

A dupla do norte-americano com o australiano desafiará agora os bons italianos Simone Bolelli e Andrea Vavassori. Quem avançar terá pela frente os vencedores do duelo entre o britânico Jamie Murray e neozelandês Michael Venus contra os franceses Sadio Doumbia e Fabien Reboul.

Do outro lado da chave, os norte-americanos Nathaniel Lammons e Jackson Withrow encaram o uruguaio Ariel Behar e o tcheco Adam Pavlasek, enquanto o monegasco Hugo Nys e o polonês Jan Zielinski desafiam o espanhol Marcelo Granollers e o argentino Horacio Zeballos, segundos principais inscritos da competição.

3 Comentários
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DENNIS SILVA
DENNIS SILVA
2 meses atrás

Tem que mudar mesmo. As duplas não tem atratividade. Sem os jogadores de simples é sempre quadra vazia ou anterior ao jogo de simples p ter público

Andre Borges
Andre Borges
2 meses atrás

Já falei, a ATP caminha a passos largos pra resumir o circuito de duplas a torneios exibição. Em breve vai existir a regra que os jogadores terão que escolher entre disputar um game em cadeira de rodas ou pernas de pau. Os pontos que vencerem vendados vale 2 e assim por diante.

SANDRO
SANDRO
2 meses atrás

As novas regras da ATP para as duplas são patéticas, os duplistas não deveriam aceitá-las…
Eu acompanharia mais o circuito de duplas, se as duplas fossem formadas sempre por tenistas que representassem a mesma bandeira como acontece no VÔLEI DE PRAIA, onde os 2 jogadores são sempre da mesma bandeira como GEORGE E ANDRÉ, DUDA E ANA PATRÍCIA etc…Assim como a dupla 100% brasileira MELIGENI E MATOS, os alemães KRAWIETZ E PUETZ, os italianos BOLELLI E VAVASSORI, os belgas VLIEGEN E GILLÉ, os gregos PETRUS E STEFANOS TSITSIPAS, por exemplo.
Não tenho motivação nenhuma para torcer por uma dupla “MISTA DE BANDEIRAS DIFERENTES” como a do MARCELO MELO com o americano RAJEEV RAM e a do TIAGO MONTEIRO com o italiano COBOLLI…
Todos os torneios de duplas deveriam ser como é o torneio de duplas das OLIMPÍADAS, no qual os jogadores das duplas representam sempre a mesma bandeira, dessa forma atrairia mais público e torcedores para os torneios de duplas…

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