Favoritos podem ser novamente bem testados na segunda rodada do Australian Open, que começa pela parte de cima da chave masculina e a inferior feminina já na noite desta terça-feira. E muita atenção, claro, para as esperanças da casa. Nós teremos de dormir um pouco mais tarde para ver Bia Haddad na tentativa de ser a primeira brasileira na terceira rodada do Australian Open em toda a Era Profissional e também a primeira desde o vice de Maria Esther, em 1965.
Fato curioso, o decacampeão Novak Djokovic enfrentará apenas pela quarta vez em 19 edições do torneio um adversário australiano. Antes, venceu duas vezes Lleyton Hewitt e uma Alex de Minaur. Atual 43º do mundo aos 24 anos, Alexei Popyrin chegou a ser esperança, mas nunca vingou, apesar de ter melhorado seu jogo de base e ser um bom sacador. Já Jordan Thompson, que ganhou aquela partida incrível contra Rafa Nadal em Brisbane, tenta ganhar outra vez do instável Stefanos Tsitsipas como conseguiu em Indian Wells do ano passado.
De Minaur não fez lá uma grande estreia e encara um teste no mínimo interessante contra o jovem italiano Matteo Arnaldi, que provou no recente US Open e na campanha vitoriosa da Copa Davis também ser competente na quadra dura. O grandão Chris O’Connell ganhou de Alexander Zverev em 2023 e pode incomodar Ben Shelton. No dia seguinte, Thanasi Kokkinakis terá toda a torcida diante de Grigor Dimitrov numa provável programação noturna.
A segunda rodada masculina possui outras atrações. Andrey Rublev, depois do susto contra Thiago Wild, faz duelo inédito contra Chris Eubanks, que não embalou depois das quartas de Wimbledon mas é competitivo. Gael Monfils enfrenta Tomas Etcheverry e tenta se tornar o francês com maior números de vitórias de Slam em todos os tempos, com 122. Se fizer isso, há enorme chance de reencontrar Djoko e o amargo tabu de 19 derrotas.
Por fim, já na quinta-feira, Daniil Medvedev faz terceiro duelo contra Emil Ruusuvuori, um jogador um tanto imprevisível, e Carlos Alcaraz revê o Lorenzo Sonego que o venceu em Cincinnati de 2021. O melhor do dia no entanto deve ser Tommy Paul contra Jack Draper. O canhoto britânico ganhou duas vezes em Adelaide, em 2023 e 2024.
Duelos inéditos no feminino incluem Bia
Sete dos nove jogos que envolvem favoritas nesta quarta-feira, quando se abre a segunda rodada feminina, nunca aconteceram antes. E os outros dois só têm um confronto no histórico. Isso reforça o favoritismo dos principais nomes, entre eles o de Bia contra a adolescente russa Alexandra Korneeva, grande destaque juvenil de 2023 mas apenas 179ª no ranking profissional. Ela é a mais jovem inscrita, com 16 anos e 219 dias, e joga apenas seu segundo torneio adulto, em ambos saindo do quali.
Caso enfim chegue à terceira rodada em Melbourne, Bia será a primeira profissional brasileira a fazer isso, já que Cláudia Monteiro também ganhou uma partida em 1982 e outra em 1983. Nesta madrugada, a dupla canhota formada com Taylor Townsend avançou com autoridade.
Outro jogo envolvendo adolescente é o de Mirra Andreeva frente à experiente Ons Jabeur. A russinha perdeu todas as quatro tentativas diante de top 10 já feitas, mas a tunisiana tem no Australian Open seu mais fraco Slam em termos de vitórias, com oito em 14 possíveis. Vale observar também o desafio de Paula Badosa, agora apenas 100ª do mundo, diante da firme Anastasia Pavlyuchenkova.
Já na quinta-feira, Iga Swiatek tem 4 a 1 de vantagem sobre Danielle Collins, finalista do torneio há dois anos e que ainda não se reencontrou totalmente, e a dona da casa Ajla Tomljanovic tenta repetir a vitória de Wimbledon de 2021 sobre Jelena Ostapenko – jogo que terminou em bate-boca -, que se vingou um ano depois em Eastbourne. Já Sloane Stephens se candidata a surpresa. Não saiu de cabeça por figurar hoje no 44º posto, mas ganhou 3 de 4 partidas diante de Daria Kasatkina.
Resumão do terceiro dia
– Alcaraz suou num primeiro set sem quebras – deixou escapar nove break-points – diante do veteraníssimo Gasquet e seu backhand maravilhoso. Depois, dominou e saiu de quadra após 2h24. Destaque para os 66% de pontos quando usou o segundo serviço.
– Rune ganhou em quatro sets diante de Nishioka com muita disposição de ir à rede, mas poderia ter explorado melhor o serviço um tanto fraco do japonês.
– O saque ajudou muito Zverev diante do compatriota Koepfer: 19 aces, 72% de acerto e 78% de sucesso. Mas o número de erros também foi alto, com 58, apenas 5 a mais que o adversário.
– Vindo do quali e ainda sem perder set, Sumit Nagal fez história para o tênis masculino da Índia ao tirar Bublik. É o primeiro em 35 anos a ganhar de um cabeça em Slam e o primeiro a avançar uma rodada em uma década. Vai pegar o jovem chinês Shang, 18 anos, semi de Hong Kong dias atrás.
– Estreias tranquilas para Ruud, Norrie e Lehecka, mas trabalhosa para Dimitrov, que virou em cima do sempre perigoso Fucsovics. Búlgaro só foi 32 vezes à rede. Pode bem mais.
– Segundo a ITF, o fato de 30 dos 32 cabeças masculinos chegarem à segunda rodada é recorde, desde que o sistema de cabeças dobrou, a partir de Wimbledon de 2001.
– Swiatek sofreu com o saque no começo, viu Kenin abrir 3/1, mas pouco a pouco impôs sua consistência e terminou com 30 winners contra 18 e 21 erros frente a 34.
– Como se esperava, Rybakina teve trabalho com Pliskova, a ponto de evitar três set-points seguidos no tiebreak da primeira parcial.
– Raducanu venceu outra vez Rogers em tarefa de 78 minutos e apenas cinco games perdidos, nenhum break-point cedido e 91% de pontos ganhos com o primeiro saque. Animador.
– Matos está mesmo se dando bem com Barrientos. Ganharam jogo duríssimo de estreia com direito a cinco match-points evitados, incluindo série de 0-40 no terceiro set.
– Stefani e Matos ganharam convite dos organizadores e irão defender o título de duplas mistas.
Dalcim , gostaria de saber o que ocorre com Shapovalov que surgiu como um jovem tenista promissor e depois empacou?
Acho que teve boa parte de mental, mas o mais recente foram mesmo problemas sérios de joelho, Oswaldo. Ele demorou demais para parar e cuidar disso.
Sumiu Nadal e Sumit Nagal dá uma boa dupla sertaneja! rs
E saiba que no tênis indiano ainda existe um Nandal…
Nagal, Nandal, muito bom!
Caro Dalcim, a Patrícia Medrado nunca jogou o AusOpen? E penso que é bem improvável que vejamos, um dia, um novo número um que jogue o backhand com uma mão só, o que achas? Além de ser um golpe a cada dia mais raro de se ver, penso que é desvantajoso na era do tênis agressivo e de muita potência nos golpes.
Não, nunca. Ela encerrou sua carreira em março de 1989 e o torneio foi disputado sobre grama até 1986, Paulo, o que não a motivava a viajar tão longe.
Sérgio Ribeiro:
Você que vive reclamando quando acusam o Federer de ser amarelão, principalmente por W2019, sempre com as tuas ladaias de que têm que acompanhar o esporte, que assistido a partida direito veriam que foi um grande jogo e nao teve nada de amarelar e blá-blá-blá.
Assim sendo, o senhor não deveria ter sido coerente e ter mantido a tua régua e não ter chamado Djokovic de amarelão pela final de RG2015? Pois quem assistiu a partida Wawrinka fez uma partida excepcional e etc?
Sei
A conferir
Rsrsrsrs Abs!
Sr. SR se perde nas próprias baboseiras que escreve, kkkkkk.
E reconheço em todos os sentidos. Fui incoerente com o que penso do Esporte. Fico agradecido pelo toque sincero. ABS !
E eu estou surpreso com teu comentário. Forte abraço.
Dalcim,
Apostar na Bia Haddad Maria está pagando aproximadamente o dobro em relação a quem apostar na Mirra Andreeva.
O pessoal dos sites de apostas está ficando maluco ou a russa é muito melhor que a Bia???
Samuel, o Samuca
Dalcim, o Rublev pode ser considerado zebra ou acha que é possível ir longe? E o Dimitrov, até onde pode ir?
Não, não dá para pensar que o número 5 do ranking é uma zebra. Pelo menos até as quartas. Como ele nunca passou disso em qualquer Slam, então dependendo do adversário que tiver ele pode não ser o favorito, Fábio.
Boa noite Dalcim, pode o ou a tenista voltar como a Wozniacki volta a jogar e ficar escolhendo torneios ? Ela vai jogar o Australian open , e depois só volta na gira americana ? Ou então só jogar os grand slam?
Ela pode fazer o que quiser, Sandra, mas se não subir no ranking dependerá de convites.
Djoko está claramente jogando abaixo do q o normal. Óbvio q nessas rodadas iniciais contra caras menos gabaritados ele vai vencendo, mas na segunda semana ficará exposto, se não melhorar. O detalhes é q os caras do Big3 sempre elevam o nível na hora do vamos ver, então isso não será surpresa se ocorrer…
Mais um jogo bem mais difícil do que o esperado, mas o importante é seguir passando.
Ainda bem que até agora o Djoko sempre deu o choque de realidade nos adversários heheheh
Assisti o primeiro set inteiro de Wozniacki x Timofeeva e me assustei quando vi o resultado final, hoje cedo. Impressionante a vitória da russa depois do que vimos no set 1. E igualmente impressiona a sua beleza: a menina parece uma boneca!
Quanto à “treta” entre o Djokovic e o torcedor, pra mim o sérvio fez bem em chamar o provocador pra ficar frente a frente. Ninguém tem sangue de barata.
Aliás… aqui no blog tem também internauta valentão que se fosse falar cara a cara, viraria um cordeirinho.
Sou sim a favor de críticas, mas não de ofensas.
Ele disse mais tarde na coletiva, que nós e a imprensa não precisávamos ouvir o que ele ouviu, e vinha ouvindo ao longo do jogo, mas o chamou para falar frente a frente e que em seguida, o exaltado se desculpou.
Não é porque o Djoko é um campeão que tem que aceitar ser insultado sem dizer nada.
Sempre acho surpreendente quem culpa mais o jogador pela sua reação do que o espectador pelas suas provocações.
De acordo com vc