Xangai (China) – A edição de 2025 do Masters 1000 de Xangai terá uma final em família. Depois de o monegasco Valentin Vacherot superar o sérvio Novak Djokovic em sets diretos na primeira semifinal do dia, foi a vez de seu primo, o francês Arthur Rinderknech garantir vaga na decisão, ao superar de virada o russo Daniil Medvedev, com parciais de 4/6, 6/2 e 6/4, em 2h29 de jogo.
Aos 30 anos de idade, Rinderknech disputará a segunda final de ATP da carreira e a primeira de nível 1000. Em 2022, ele foi vice-campeão do ATP 250 de Adelaide, sendo superado pelo australiano Thanasi Kokkinakis de virada.
Além disso, ele se torna o nono francês a chegar em uma final de Masters 1000, repetindo Guy Forget (5), Jo-Wilfried Tsonga (4), Richard Gasquet (3), Gael Monfils (3), Cedric Pioline (3), Sebastian Grosjean (2), Gilles Simon (2) e Ugo Humbert (1). Destes, apenas Forget (2), Tsonga (2), Pioline (1) e Grosjean (1) foram campeões. O último título de um tenista da França foi de Tsonga no Canadá em 2014.
Ex-número 42 do mundo, Rinderknech ocupa hoje o 54º lugar do ranking, mas dará um salto de pelo menos 26 posições na lista da próxima semana, alcançando um inédito top 30, mais precisamente o 28º posto. Se for campeão, poderá alcançar a 22ª colocação.
Apesar de serem primos, Rinderknech e Vacherot se enfrentaram apenas uma vez como profissionais, com vitória do francês sobre o monegasco em sets diretos nas quartas de final de um ITF na França em 2018. O campeão daquele torneio seria o russo Aslan Karatsev, ex-top 15 e semifinalista do Australian Open em 2021.
“Nem nos melhores sonhos poderíamos ter sonhado com isso, então nem posso dizer que é um sonho, porque acho que nem uma pessoa da nossa família sonhou com isso. Então não foi um sonho, é apenas algo que surgiu do nada. Começamos a acreditar, eu diria, nas quartas de final. Agora estamos aqui, lutamos em tantas batalhas e, de alguma forma, somos os caras que estão no final, então é simplesmente incrível”, disse Rinderknech sobre a final em família.
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Já Daniil Medvedev perde a chance de alcançar a 11ª final de Masters 1000 da carreira e a 10ª sobre quadra dura. Campeão do torneio em 2019, ele é o segundo tenista em atividade com mais decisões disputadas em piso sintético, 33 ao todos, atrás apenas das 94 de Novak Djokovic.
O russo segue na seca de títulos no circuito e não levanta um troféu sequer desde a conquista no saibro de Roma em 2023. De lá para cá, o ex-número 1 do mundo disputou três finais e perdeu todas, no Australian Open e Indian Wells do ano passado e em Halle na atual temporada.
A campanha desta semana ao menos o ajudará a ganhar quatro posições no ranking, saindo do 18º para o 14º lugar. No ranking da temporada, ele ocupa apenas o 15º posto e está a exatos 1.125 pontos do italiano Lorenzo Musetti, hoje o oitavo colocado, fechando a zona de classificação para o ATP Finals.
Francês ataca mais e é recompensado
Com isso, Medvedev corre sérios riscos de ficar de fora da competição que fecha a temporada masculina pela primeira vez desde 2019, quando fez sua estreia no evento. Campeão em 2020, ele também foi finalista em 2021 e fez semi 2023. Na última edição, não passou da fase de grupos.
No primeiro set, Daniil Medvedev se mostrou eficiente, tendo no saque sua principal arma. Ele acertou 82% do primeiro serviço e venceu 74% dos pontos nessas bolas, precisando salvar apenas um break-point no oitavo game. Com a quebra conquistada ainda no terceiro game, o russo administrou a vantagem e largou na frente.
A partir da segunda parcial, o panorama mudou completamente e Arthur Rinderknech passou a dominar o jogo. Mesmo precisando salvar quatro break-points, ele abriu confortáveis 3/0 e conquistou uma nova quebra de zero no oitavo game, empatando a partida.
No set decisivo, Medvedev teve três oportunidades de abrir vantagem, mas desperdiçou um break-point no quinto game e dois no sétimo. Esses lances acabaram fazendo falta para o russo, que, sacando sob pressão, cedeu no 10º game e viu Rinderknech fechar a vitória.
Os números finais reforçam a superioridade do francês ao longo do jogo. Rinderknech liderou em winners (47 a 32) e aces (12 a 11), mas também cometeu mais erros não forçados (40 a 15), refletindo sua abordagem agressiva. Outro destaque é a performance na rede: o francês conquistou mais pontos voleando (31 em 47) do que do fundo de quadra (26 em 67), surpreendendo Medvedev com variações e pressão constante.
The match up we didn’t know we needed 🤩
Arthur Rinderknech defeats Daniil Medvedev 4-6 6-2 6-4 to book a spot in the final against his cousin Vacherot 🤝#RolexShanghaiMasters pic.twitter.com/SdHyLeZl9e
— Tennis TV (@TennisTV) October 11, 2025
Que legal! Que loucura deve estar na família deles!!!
Mas alguém sabe o que o Daniil ficou buzinando no árbitro ao final do jogo? Figuraça esse russo…kkk
Exato, há muito tempo não se tem uma surpresa assim no tênis masculino ainda mais no torneio importante desse, que façam uma boa final amanhã.
Esse russo merece perder mesmo. Não tem jogo em que ele não reclama. Seja com os juízes, com a torcida, com o adversário e até mesmo com sua própria equipe técnica. Bem feito. Que ele pare de encher o saco de todos porque senão não vai ganhar mais nada na carreira.
Verdadeiro fiasco esse M1000 de Xangai. Xangai que tinha um dos pisos mais rápidos do circuito, entrou no balaio dos demais, uma quadra rápida-lenta, pesada. E paga por isso, com os jogadores quebrantados e desinteressados no final da temporada. Sobrou a raspa do tacho dos 2 lados da chave (um aposentado em atividade, um jogador de challenger, um russo na pior fase da carreira e o Rinderknech, que deve se consagrar campeão no domingo).
Calma cara, ok que o clima atrapalhou os grandes jogadores, mas temos que valorizar essa surpresa que acho válida.
O “aposentado em atividade” (Djokovic) é top 5.
Se o (Fonseca) for um dia top 5 vai ser taxado de “fenômeno”.
Top 5 no ranking atual e top 3 na corrida do ano.
Está com 4580 pontos no ano, contra 4280 de Zverev e 3,835 de Fritz.
Imagina se o “aposentado em atividade” não estivesse aposentado, então.
Essa resposta acho que deve ter sido para o meu xará ou para mim? Pois é difícil saber para quem é. Kkk
Sensacional,que história fantástica
Fiquei curioso para saber se no masc iá teve final entre primos
A final insolita, o número alto de desistências, além de favoritos ficarem pelo caminho por diversos motivos, demonstrou que esse Master não tem mais razão de ser. Fixo comnoeba das pessoas que devem ter pagos ingressos astronômicos pra assistirem a uma final com atletas totalmente desconhecidos. Se for pelo lazer, tudo bem Mas deve ser bastante frustrante pros admiradores desse esporte em Xangai, e os que adquiriram seus ingressos vindo de outras partes do mundo, desfrutar de uma final dessa categoria. Que a ATP observe todos os detalhes, pra vê se vale realmente permanecer com o Master 1000 de Xangai, no circuito. No mínimo, pelo respeito à plateia.
Não concordo. Acho que é um grande mérito dos finalistas, isso sim. Afinal Djokovic e Medvedev são jogadores de peso. Jogadores com grand slam no currículo. Temos é que valorizar as excelentes campanhas do monagesco e do francês.
Com Slam e ex-número 1, os dois.
Rinderknech será o 30º francês TOP30 de simples masculino na história
E o 9º tenista da geração 95 no TOP30, depois de Norrie, Kyrgios, Edmund, Jarry, Sonego, Van de Zandschulp, Nishioka e Djere.
cade o João né , desistiu de um master 1000 pra jogar um 250 é dificil de entender , poderia ser uma surpresa
Tem muito jogador de currículo que sequer chegou numa final de Masters 1000 e muita gente já dando hate no torneio pelo feito dos 2 desse ano… tem um monte de “fenômeno” aí que sequer tem final de Atp500…
O esporte muitas vezes emociona pelos detalhes, o choro solitário de Vacherot, num canto da quadra, quando Rinderknech vence a partida.
Em Wimbledon, após seu adversário, Dimitrov desistir por contusão, Sinner olha o búlgaro chorando, pega a bolsa com as raquetes do adversário e carrega na tradicional saída dos tenistas.
Nos corredores de um torneio, Alcaraz e sua equipe comemoram efusivamente a conquista, Alcaraz repara que está perto do local onde Sinner pensa na derrota, imediatamente pede para sua equipe fazer silêncio em respeito ao adversário…
Emoção, solidariedade e respeito.
Que história épica. Foi tanto tempo big3 e sinner-alcaraz q eu nem lembrava mais a última surpresa.