Londres (Inglaterra) – De volta às quartas de final de Wimbledon depois de nove anos, Anastasia Pavlyuchenkova foi prejudicada em uma marcação polêmica da arbitragem neste domingo, na vitória sobre a britânica Sonay Kartal. Após a partida, a russa reconheceu o alívio por ter vencido, apesar do erro, e fez um apelo por mudanças nas regras do torneio.
O incidente ocorreu no primeiro set da vitória por 7/6 (7-3) e 6/4, quando o placar estava empatado por 4/4. Pavlyuchenkova tinha game-point para confirmar o saque, mas a adversária jogou uma bola claramente fora, não marcada pela tecnologia, que apresentou falha. Sem juízes de linha ou revisão por vídeo, o árbitro de cadeira mandou repetir o ponto e Kartal acabou vencendo o game. Visivelmente incomodada na virada de lado, a russa reclamou bastante, mas se recuperou e venceu em sets diretos.
“Foi muito confuso, porque a bola parecia claramente fora. Eu até tentei jogar, mas estava longe. Parei, o árbitro também parou o ponto. Achei que fosse meu game, mas aí ficamos esperando uma decisão e, como o sistema estava fora do ar, apenas mandaram repetir o ponto”, relatou a ex-top 15. “Foi um momento crucial. Eu esperava que o árbitro tomasse uma iniciativa. Ele até me disse depois que viu a bola fora, mas não tomou a decisão”.
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Ao ser lembrada de que chegou a dizer que “roubaram um game” dela, a russa respondeu com bom humor: “Agora que ganhei, tudo certo. Esquece isso. Mas acho importante levantar esse assunto para o futuro. Precisamos de um sistema melhor, como o futebol tem com o VAR. Era um ponto claro. Ficar com essa dúvida poderia ter me atrapalhado pelo resto do jogo”. Ela também foi questionada se sentiu que o fato de a rival ser britânica influenciou na decisão. “Tenho que ser honesta: pensei que sim. Foi muito estranho. Estávamos as duas esperando uma definição, e de repente só mandaram repetir, mesmo com a bola visivelmente fora”.
A russa de 34 anos vive um momento especial em sua trajetória. Ex-número 11 do mundo e finalista de Roland Garros em 2021, enfrentou uma grave lesão no joelho e caiu até o 844º lugar no ranking. Hoje, de volta ao top 50, enfrentará Amanda Anisimova por vaga na semifinal. A norte-americana lidera o histórico por 3 a 0.
“É incrível porque eu sempre achei que não era boa na grama, ainda mais agora ficando mais velha. Estou muito orgulhosa de mim mesma, competindo contra essas meninas mais novas nesse nível”, disse, emocionada.
“Me sinto muito velha agora. Parece que ontem eu era a mais nova do circuito, ganhando tudo e achando que era só mais uma partida. Terceira rodada de Slam? ‘Pfff’. Não valorizava nada, porque tudo vinha fácil. Hoje eu valorizo cada partida e cada momento. Alguns meses atrás eu nem conseguia treinar. E você começa a pensar: E se essa for minha última vez? Eu sempre fui uma boa jogadora, mas louca da cabeça. Agora minha resistência mental está melhor e estou lutando ponto por ponto”.
Boa jogadora! Se conseguisse dar uma afinada, seria ainda mais perigosa