Madri (Espanha) – Um ano após disputar a última partida da carreira profissional, na fase final da Copa Davis de 2024, Rafael Nadal segue acompanhando o circuito, embora admita que assiste a menos jogos do que na época em que competia. O ex-número 1 do mundo lamenta a falta de concorrência para os atuais líderes do ranking, Jannik Sinner e Carlos Alcaraz, e avalia que o brasileiro João Fonseca ainda precisa de tempo antes de se consolidar como ameaça real aos dois protagonistas da nova geração.
Nadal recebeu na última segunda-feira o Prêmio AS do Esporte, em reconhecimento ao legado construído dentro e fora das quadras. Após a cerimônia, realizada no Hotel Palace de Madri, o espanhol concedeu entrevista à rádio Cadena SER e comentou sobre sua rotina pós-aposentadoria, além de reforçar sua impressão sobre o momento do circuito. Para o vencedor de 22 títulos de Grand Slam, o cenário atual é evidente.
“Vejo alguns jogos de tênis, os que me interessam. Acho que falta alguém que pressione o Sinner e o Alcaraz. Acho que o Fonseca ainda é muito jovem e não está em condições de pensar nisso. Falta alguém que os pressione um pouco, porque eles abriram muita vantagem sobre todos os demais. Para quem vê de fora, dá a sensação de que mesmo jogando mal, continuam vencendo e chegando a todas as finais”.
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Ao falar especificamente sobre Carlos Alcaraz, Nadal manteve o tom elogioso. “É espetacular, como vamos vê-lo de outra forma? Nunca fui muito de criar expectativas, mas sempre o vi muito bom, com um potencial para marcar época no nosso esporte. Ele já tem seis títulos de Grand Slam segue uma projeção impressionante. Pode ganhar 22 também, por que não? O mais importante é que não se machuque. Se você não tem lesões, também não perde a confiança no próprio corpo e isso vai te alimentando mentalmente”.
O espanhol também refletiu sobre o impacto das lesões em sua aposentadoria e sobre a comparação com jogadores de sua geração. “Se não fosse pelo físico, eu seguiria jogando tênis, mas tenho 39 anos. Nunca vivi pensando que, sem lesões, poderia ter ganho mais Grand Slams. Nem durante a carreira, nem agora. O Marcel Granollers tem 39 anos e é da minha geração, mas com todo carinho, ele joga duplas”, brincou.
Mesmo longe das competições, Nadal afirma ter menos tempo livre do que imaginava. “Sim, pensei que teria muito mais tempo para tudo. É uma questão de organização. Me tornei pai recentemente e isso torna tudo mais complexo. Achei que o primeiro ano seria mais caótico. Mas olhando para o ano que vem, vejo que também não será muito tranquilo. Continuo mais ocupado do que pensava”.












