Brasileira mais bem colocada no ranking mundial juvenil, Olívia Carneiro seguirá o caminho do tênis universitário norte-americano na próxima temporada. Ela irá para a Universidade de Georgia Tech no segundo semestre, mas antes foca nas disputas dos Grand Slam de sua categoria e também nos primeiros torneios profissionais. Paulista de 17 anos, Olívia aparece atualmente no 48º lugar do ranking juvenil e conquistou em outubro seu maior título, no ITF J200 de La Paz.
“Vou para a faculdade em agosto do ano que vem. Preciso ficar por pelo menos seis meses lá. Dependendo de como eu estiver jogando e do meu nível, vamos decidir se eu vou continuar nas ligas universitárias ou se vou seguir um calendário profissional normal”, disse Olívia Carneiro a TenisBrasil nesta terça-feira.
O Australian Open em janeiro será o segundo Grand Slam da carreira da tenista, que jogou Roland Garros ainda em 2022, quando venceu a seletiva nacional por vaga em Paris. A brasileira buscava vaga direta para a edição deste ano e vinha de bons resultados no primeiro semestre, com destaque para a semifinal do Banana Bowl, mas sofreu lesão muscular na região abdominal às vésperas do Grand Slam francês.
“Vou jogar os Grand Slam do juvenil. E dos ITFs, jogar só o que for necessário para manter o meu ranking e entrar nas chaves principais. E tentar jogar o máximo de profissionais possível”, explicou a jovem tenista, que busca tenta entrar no ranking profissional da WTA. Para isso, precisa ganhar 10 pontos ou somar em três torneios distintos no intervalo de um ano. Atualmente, ela já tem dois pontos.
Olívia disputou nesta semana o ITF W15 de Monastir, já pelo circuito profissional, mas foi superada na estreia nesta terça-feira pela nigeriana Adesuwa Osabuohien por 1/6, 6/4 e 6/4. Pelo mesmo torneio, Ana Candiotto caiu diante da canadense Carson Branstine com parciais de 6/1 e 6/0. O torneio tem mais duas brasileiras Luana Plaza e Julia Konishi.
Luísa Stefani e Ingrid Martins passaram pelo universitário
Duas brasileiras que passaram pelo tênis universitário vivem atualmente bons momentos no circuito de duplas da WTA, Luísa Stefani é a 18ª do ranking, enquanto Ingrid Martins está na 47ª posição, e comentaram sobre o caminho escolhido por Olívia, desejando sorte à jovem jogadora.
“A Olívia fez parte de nossa equipe como juvenil. Acho que ela teve uma decisão bem difícil entre seguir no profissional e ir para o tênis universitário, que eu sou super fã”, disse Luísa Stefani a TenisBrasil, durante o confronto entre Brasil e Coreia do Sul pela Billie Jean King Cup. “Sei que ganhou o maior torneio da vida dela há poucas semanas. Eu vivi um pouco esse peso da decisão e acho que as coisas começam a fluir depois que você escolhe seu caminho, dá um alívio para poder focar mais no tênis dela”.
Medalhista olímpica de bronze nas duplas em Tóquio e ex-top 10 no ranking da modalidade, a paulistana pôde conviver com Olívia e outras juvenis durante o período de recuperação da lesão no joelho, que a afastou das competições por mais de um ano. “Eu tive bastante contato durante a minha recuperação, quando comecei bem devagar, lá para março ou abril do ano passado. Foi super importante para mim, tanto nos treinamentos quanto no astral estar com ela e outras juvenis.
Ingrid acredita que a percepção da comunidade do tênis e do público geral sobre o assunto está mudando. “No início era muito pouco visto e poucas pessoas iam. A percepção era de que se você fosse para lá, seu tênis profissional acabou. Mas agora está mudando muito, você vê o João Fonseca indo, vê a Olívia também indo. Então a mentalidade está mudando e fico feliz de ter feito parte desse processo, junto com a Luísa e mostrar esse caminho para todo mundo”.
Olívia Carneiro e Victoria Barros conquistam seus maiores títulos