Lulu Sun compara nível do tênis universitário dos EUA ao top 100

Lulu Sun (Foto: AELTC)

Inglaterra (Londres) – A grande surpresa desta edição de Wimbledon é uma verdadeira cidadã do mundo. Nascida na Nova Zelândia, filha de pai croata e mãe chinesa, mas criada na Suíça, Lulu Sun cursou faculdade nos Estados Unidos e foi justamente na América do Norte onde se destacou para o tênis, competindo e triunfando no forte circuito universitário do país.

Apesar de estar disputando apenas o segundo Grand Slam da carreira, depois de cair na estreia em Melbourne no começo deste ano, Sun acredita que a experiência adquirida na Universidade do Texas, em Austin, trouxe uma bagagem fundamental e aponta que o nível das competições universitárias nos EUA está cada vez mais próximo dos principais jogadores do circuito profissional.

“Não consigo expressar em palavras o que sinto nesse momento, só posso dizer que estou jogando em um nível excelente. Sabia que poderia jogar bem, pois o nível na NCAA está cada vez mais parecido com o dos tenistas do top 100. Ter furado o qualificatório foi fantástico e essa oportunidade de competir contra as melhores do mundo está me dando muita confiança”, disse a tenista, irradiante após bater Emma Raducanu em plena Quadra Central do All England Club no último domingo.

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Esta foi, inclusive, a primeira vez que a tenista de 23 anos pisou em um dos grandes palcos do tênis mundial, algo que ficará marcado para sempre na sua memória. “Quando eu estava saindo para a Quadra Central, pensei: ‘Nunca vi isso’. Eu estava olhando em volta e vendo tudo pela primeira vez. Estou super feliz por poder jogar nesta quadra na frente de todos vocês. É uma experiência incrível para mim”, disse na entrevista pós-jogo na grama do estádio principal diante da torcida britânica.

Na próxima rodada, Lulu Sun terá um duelo contra a croata Donna Vekic, que também disputará as quartas de final em Wimbledon pela primeira vez, mas já alcançou a antepenúltima fase de dois outros Grand Slam, no US Open de 2019 e no Aberto da Austrália de 2023.

A trajetória de Lulu

Apesar de nascer na Nova Zelândia, Sun foi com os pais para a Suíça quando tinha apenas cinco anos de idade e começou a jogar tênis por lá. Tanto é que ela chegou a defender o país nos primeiros anos de carreira. Depois, optou por se mudar para os EUA e se formou em Relações Internacionais, além de se destacar na NCAA.

Sua estreia no circuito profissional aconteceu em 2015, aos 14 anos de idade em um ITF no Egito, e o primeiro dos sete títulos conquistados pela neozelandesa em categorias inferiores veio em 2019, na Austrália. Apenas em 2022, ela debutou no circuito da WTA, disputando o torneio de Rabat. Naquele momento ela já figurava entre as 300 melhores do mundo, fez sua estreia no top 200 na temporada seguinte e agora chegou a Wimbledon com o melhor ranking da carreira, ocupando o 123º lugar.

Vinda do qualificatório, Lulu faz uma campanha histórica, se tornando a primeira neozelandesa quadrifinalista no All England e a segunda a atingir a antepenúltima fase de um Grand Slam, 35 anos após Belinda Cordwell fazer semi no Aberto da Austrália. Com isso, está dando um salto de 70 posições e assumindo provisoriamente o 53º posto.

Navarro também elogia circuito universitário

Outra jogadora que faz em Wimbledon sua melhor campanha em Grand Slam é a norte-americana Emma Navarro, que eliminou a compatriota Coco Gauff, atual número 2 do mundo, nas oitavas de final e disputará as quartas de final de um dos quatro principais torneios do calendário pela primeira vez na carreira.

Também com 23 anos de idade, ela vive um temporada de notável evolução, conquistando seu primeiro título de WTA em Hobart, além de fazer semi em San Diego e Bad Homburg e quartas em Indian Wells. Em Slam, chegou à terceira rodada em Melbourne e nas oitavas em Paris. Atualmente, ocupa o 17º lugar no ranking, o melhor da carreira.

Assim como Lulu Sun, Navarro é mais uma profissional que veio do circuito universitário dos Estados Unidos, tendo sido a campeã de simples da divisão principal da NCAA em 2021, defendendo a Universidade de Virginia. Para ela, a experiência na faculdade foi fundamental para sua formação como tenista.

“Estou jogando o melhor tênis da minha vida, me sinto mais confortável do que poderia imaginar. Sinto que a experiência universitária está me ajudando muito a continuar progredindo porque desde muito jovem sei lidar com a pressão”, declarou na entrevista coletiva após o triunfo sobre Gauff no último domingo. Navarro agora enfrentará a italiana Jasmine Paolini, para quem nunca perdeu em três jogos disputados, todos sobre piso duro.

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