Cidade que mais atrai turistas no mundo, Paris estará ainda mais dominada por eles nesta próxima quinzena durante os Jogos Olímpicos. Não bastasse o número já enorme de pessoas vindas de fora normalmente, a competição traz para a cidade não só mais turistas, mas também jornalistas e todo o pessoal de apoio. Em contrapartida, os parisienses é que não estão na cidade.
Em minha primeira vez na Cidade Luz, estranhei um pouco os vagões do metrô nunca estarem muito cheios, mesmo andando em horários distintos, alguns deles perto da “hora do rush”, mas como não tinha parâmetro para avaliar, achei que poderia ser sorte.
A resposta veio nesta sexta-feira, em que voltei para casa mais cedo, já que o complexo de Roland Garros encerrou as atividades às 12h30 (horário local), por causa da cerimônia de abertura dos Jogos. Cruzei com uma argelina que mora em Paris há anos que me contou que a cidade está muito mais vazia do que o normal nessa época: “Os parisienses saíram de Paris”.
Isso explicou o porquê de o metrô nunca estar cheio e talvez também o fato de ter visto poucas crianças pequenas na rua. Talvez essas famílias tenham preferido se afastar da muvuca causada pela competição. Inclusive foi o que fizeram os donos do apartamento onde estou radicado, que saíram da cidade para que eu pudesse ocupá-lo .
No quarto dia por aqui, digo que a opção de “fugir” de Paris pode não ser tão maluca, já que diversas ruas estão fechadas, com trânsito exclusivo para veículos dos Jogos, sem falar nas constantes alterações no funcionamento das estações de metrô. Algumas estão permanentemente fechadas durante as competições e outras abrem em fecham de acordo com os eventos nas redondezas. Em três oportunidades eu já tive que fazer desvios aqui para sair de casa até Roland Garros.
Rolou em Roland Garros
– a sexta-feira foi um dia de pouco tênis no complexo, já que além do fechamento mais cedo, também teve uma chuva que atrasou bastante o começo dos treinos, mas ainda assim os brasileiros conseguiram treinar.
– também conseguiu treinar Rafael Nadal, que esteve na Philippe Chatrier (com o teto fechado) junto do resto da equipe espanhola; ele e Carlos Alcaraz aprimoraram a dupla contra Pablo Carreño e Marcel Granollers.
– em algumas equipes, os destaques não são apenas os jogadores, mas também a comissão técnica estrelada, como o caso da Espanha, que conta com David Ferrer e Carlos Moyá, ou o da Austrália, com Lleyton Hewitt e Samantha Stosur.
– com o começo da competição, no sábado, vai acabar o acesso quase irrestrito da imprensa nos espaços do complexo, podendo acompanhar de pertinho os treinos dos principais jogadores, mesmo na Philippe Chatrier e Suzanne Lenglen; a partir de então além da divisão, imagens estão proibidas (apenas para os detentores dos direitos de transmissão) e fotos apenas dos fotógrafos credenciados.
A sensação que estou tendo é que a cerimônia de abertura foi toda projetada para a TV e Web, e não para o público, muito menos para o parisiense.
Também fiquei com essa sensação na hora. Conversei depois com gente que acompanhou a abertura in loco e a organização colocou telões do lado do público para poderem acompanhar o que estava acontecendo em outros pontos do desfile.