João Fonseca não tem medo de sonhar alto, nem de declarar

Na esteira do bicampeão do Australian Open, Jannik Sinner, o brasileiro João Fonseca sonha alto e nem se intimida em declarar seus objetivos. Em audio distribuído nesse início de semana, o jovem tenista comenta o fato de ter conquistado um lugar entre os 100 primeiros do ranking da ATP. Está contente, é claro, mas longe de se mostrar satisfeito. Diz que os objetivos são de alcançar a posição de número 1 e levantar um troféu de Grand Slam.

A princípio essas declarações podem parecer presunçosas. Mas no já longíquo ano de 1997 aprendi que acreditar e demonstrar confiança são ingredientes fundamentais para o sucesso no tênis, e talvez na vida também. Naquela época ao sair do hotel em Paris pela manhã cruzei com o tenista e treinador Ricardo Acioly. Comentei que naquela tarde Guga Kuerten teria um desafio e tanto, muito difícil e estava meio que conformado com a superioridade e favoritismo do austríaco Thomas Muster. Logo Pardal (como ele é conhecido) retrucou: “Que nada, o Guga vai ganhar, pode acreditar”.

A frase, vinda de um profundo conhecedor da modalidade, me deixou bem mais animado. Fui para Roland Garros com pensamento positivo e mesmo nos momentos mais difíceis do jogo, não deixei de acreditar. O próprio Guga a certa altura dessa partida também precisou de um incentivo, parecido com o do Pardal, para sair vitorioso de quadra.  Ouviu do seu irmão Rafael um pedido de atitude mais positiva. Essa confiança sempre marcou a carreira do tricampeão de Roland Garros. Afinal o catarinense nunca teve medo de sonhar alto. E nesse aspecto o seu treinador Larri Passos teve um papel de suma importância.

Hoje João Fonseca quebrou uma barreira. Um passo importante, não só para premiar seu bom tênis, como também facilitar a sua vida profissional. Nesta posição entraria nos Grand Slams sem precisar jogar o qualifying como fez em Mebourne.

Atitudes ousadas fazem parte dos grandes esportistas. O mundo do tênis já deixou claro que o jovem tenista brasileiro é talentoso e tem tudo para alcançar enorme sucesso. O próprio João também demonstra estar consciente do que precisa para quebrar novas barreiras e os desafios parecem incentivá-lo ainda mais.

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Samuel, o Samuca
Samuel, o Samuca
2 meses atrás

Tem potencial para tal. Se for muito feliz na carreira, quem sabe. Está em aberto, o tempo dirá.

Victório Benatti
Victório Benatti
2 meses atrás

O João Fonseca é de fato um tenista talentoso e joga demais para sua idade.
A questão agora é ele ter a sorte de ser acompanhado por uma equipe competente e altamente qualificada.
Se o João + equipe derem “liga”, então seu sucesso estará garantido.
Vamos João, vamos equipe!!!

Marco Aurelio
Marco Aurelio
2 meses atrás

Estimado Chiquinho, belo e consistente texto! Nosso João tem, ceteris paribus, nas CNTP que vislumbro, tem tudo para, ao final de sua carreira, ter chegado a 1° do ranking, vencer pelo menos cada um dos quatro Grand Slams, e mesmo uma medalha de ouro nas olimpíadas!

Aliás, prezado Chiquinho, além da Steffi Graff, e do Nolan Djokovic, quais outros tenistas, homens e mulheres, que em suas carreiras ganharam pelo menos um Grand Slam de cada tipo, mais uma medalha de ouro nas olimpíadas? Obrigado pelo esclarecimento.

Marco Aurelio
Marco Aurelio
2 meses atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Desculpe, estimado Chiquinho, nao devia te-las (as abreviações) colocado. Querem dizer, mais ou menos, tipo, “se tudo correr bem na carreira dele”.

Mais ou menos isso, Chiquinho.

Sim, verdade, alguns dos nomes citados, por alguns motivos, não puderam participar das olimpíadas.

A Mônica Seles tinha tudo para conseguir, mas a tentativa de assassinato destruiu o mental dela .

Acho que foram, apenas, a Graff e o Djokovic. Pode ter outro(a) tenista, mas nao sei, realmente. Abraços

Marco Aurelio
Marco Aurelio
2 meses atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Ah, Chiquinho, pesquisei, e além da Graff e do Djovovic, o Agassi, o Nadal e a Serena também ganharam os 04 diferentes Grand Slams, e pelo menos uma medalha olímpica.

Paulo Vinícius
Paulo Vinícius
2 meses atrás
Responder para  Chiquinho Leite Moreira

Por pouco o Djokovic não conseguiu… Sucumbiu diante da pressão na final de Us Open contra o Medvedev.

Mauricio AW
Mauricio AW
2 meses atrás
Responder para  Marco Aurelio

O Rafa Nadal conseguiu isso.

ITA
ITA
2 meses atrás
Responder para  Marco Aurelio

CNTP : Condições normais de temperatura e pressão. É coisa de exatas…mas significa se nada der errado , vai dar certo. Rsrs

Paulo H
Paulo H
2 meses atrás

Estamos vendo o desenvolvimento de um novo fenômeno, que vai rivalizar com Sinner e Alcaraz na disputa de muitos títulos. João Fonseca do Brasil! Quem viver, verá.

JClaudio
JClaudio
2 meses atrás

O jovem João Fonseca terá algumas dificuldades, hoje, o jovem é melhor jogador em quadras duras.
Desde o fim do ano tem jogado em quadras duras (está na França, para Davis, será jogada num piso rapido).
Olhando a chave do Brasil Open, muitos especialistas no saibro (mesmo o qualifying tem muitos), não creio que o jovem brasileiro terá uma adaptação rápida, terá dificuldades.

Thadeu
Thadeu
2 meses atrás

Fiquei um pouco preocupado com a decisão do João Fonseca em entrevista na Tênis News, em não começar de imediato um preparo mental de psicologia, afinal esse tipo de esporte, acredito eu é uns do que mais exige o atleta tanto no plano físico como o emocional, até pensei que seu Staff já havia se mexido em busca dessa ajuda, porém ao ver a reportagem verifiquei que ele propriamente não estão por enquanto muito preocupado com isso. ainda mais por ter falado que fez algumas sessões e não se sentiu bem ao fazê-lo.
Bom posso estar enganado, mas gostaria muito de vê-lo também aprimorar esse lado que o ajudaria muito nas decisões em quadra que viesse a tomar, torcer então para que seu Tênis que é tão fenomenal se supere, inclusive pelo seu enorme talento a não necessidade iminente em relação a esse aspecto do trabalho mental, é simples assim.

DJR
DJR
2 meses atrás
Responder para  Thadeu

Nem sempre é fácil encontrar um bom psicologo esportivo, ainda mais para um garoto de 18 anos que tem maturidade para jogar, mas não para fazer sessões que talvez nessa idade podem até tirá-lo do foco. A conta não é tão simples. Obviamente já pessaram, talvez até enham feito. mas não deu muito certo. Aí cabe a eles procurarem outras alternativas para o mental. Sim já vimos inumeras estralas do ATP se perderam devido ao mental conturbado, mas é torcer até pra que eles encontrem algo ou alguém que cuidem bem disso sem estragar a jornada!

Thadeu
Thadeu
2 meses atrás
Responder para  DJR

Sim concordo com sua coloração também amigo, só para acrescentar esse ponto de vista mental como é de enorme importância, a mudanxa total de atitude de um dos maiores jogadores de todos os tempos, pois havia um Roger Federer antes e depois desse trabalho realizado, seu temperamento e comportamento na quadra mudaram radicalmente, fazendo com que sua carreira explodisse e as vitorias e conquistas vieram em profusão..Abs

Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.
Jornalista especializado em tênis, com larga participação em diversos órgãos de divulgação, como TV Globo, SporTV, Grupo Bandeirantes de Comunicações e o jornal Estado de S. Paulo. Revela sua experiência com histórias de bastidores dos principais torneios mundiais. Já cobriu mais de 70 Grand Slams: 30 em Roland Garros; 21, no US Open; 18 em Wimbledon; e 5 no Australian Open.

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