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Dimitrov: “Tenho sorte de ter enfrentado e vencido os melhores”

Foto: Juarez Santos

Miami (EUA) – Finalista do Masters 1000 de Miami, Grigor Dimitrov é um jogador que se acostumou a enfrentar alguns dos maiores nomes da história do tênis, tendo desafiado nomes como Novak Djokovic, Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray em fases finais dos principais torneios. Mesmo com algumas vitórias contra cada um deles, o búlgaro não conseguiu acumular tantas conquistas. Ele tem nove títulos de ATP, incluindo o Masters de Cincinnati em 2017 e o Finals em Londres no mesmo ano. Perguntado se ele sente que “faltou sorte” por ter enfrentado esses grandes nomes tantas vezes, o experiente jogador de 32 anos diz que não, e se orgulha de sua trajetória.

“O sentimento é totalmente o oposto, na verdade. Eu me sinto muito sortudo. Quantas vezes você pode dizer que jogou em uma época contra os melhores jogadores e você derrotou todos eles? É ótimo. Sinto muito, mas posso viver com isso. Pessoalmente, é um pouco triste não ter mais esses caras por perto. Não quero jogar contra eles, não me interpretem mal (risos), mas porque adorava vê-los jogar e sempre aprendia alguma coisa com eles”, disse Dimitrov.

“Ao longo dos anos, tive muitas partidas de oitavas e quartas de final contra eles. E isso talvez também tenha me moldado para ter essa resistência mental e para fazer certas coisas diferentes naqueles momentos da minha carreira”, avalia o ex-número 3 do mundo e atual 12º colocado. “Certamente você pode aprender muito com cada um. Acho que cada um tinha um jeito muito diferente de fazer as coisas, mas todos tinham qualidades incríveis. De certa forma, eles são os pioneiros para nós. Não sei. Acho que no geral, vai ser difícil ver jogadores assim com tanta diversidade que todos eles tinham, sei que Novak e Andy ainda estão jogando, mas acho que será um pouco mais raro”.

Com a boa campanha em Miami, tendo eliminado nomes como Carlos Alcaraz nas quartas e Alexander Zverev na semifinal, Dimitrov voltará ao top 10 do ranking, posição que não ocupa desde novembro de 2018. O búlgaro vem de bons resultados desde o fim do ano passado, foi finalista do Masters 1000 de Paris e começou a temporada com um título em Brisbane, seu primeiro em mais de seis anos. “Acho que vencer os melhores jogadores com consistência é o maior sinal de sucesso”.

“Quero dizer, se você fizer isso, você sobe no ranking e as coisas ficam melhores para você. Mas para fazer isso é preciso disciplina, trabalho duro, muita dedicação e adaptação a jogadores de estilos muito diferentes. E você precisa conseguir fazer isso de forma constante. Isso tudo tem acontecido nos últimos meses. Foi difícil. Tive algumas derrotas muito doloridas, mas continuei acreditando, continuei fazendo o trabalho. Acho que a disciplina me trouxe até esse momento. E não me desviei dos meus objetivos. É claro que competir contra os melhores jogadores e vencê-los é definitivamente o que mais me deixa feliz”, complementou.

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A vitória sobre Zverev por 6/4, 6/7 (4-7) e 6/4 na sexta-feira à noite ficou marcada por um ponto espetacular do búlgaro, justamente para conseguir a única quebra de saque do terceiro set. Ele foi à rede e o alemão tentou uma passada na paralela. A bola desviou na fita e subiu. No improviso, e mesmo caído em quadra, Dimitrov ainda conseguiu alcançar a bola e aproveitar o break-point no set decisivo.

“No começo do terceiro set, ele teve uma chance de quebra. Saquei bem e depois fiquei e continuei jogando firme. Já sobre aquele ponto, não me lembro muito bem da cena. Mas vi que a bola estava chegando e apenas tentei fazer com que ela passasse da rede. Ele estava tenso, eu me lembro disso e eu já esperava que ele fosse jogar na paralela. Sei que o golpe favorito dele. Só que a bola bateu na fita e isso não foi divertido. Terei que ver outro replay, mas acho que depois disso eu continuei jogando muito bem”, comenta Dimitrov. “Nos últimos três games da partida, joguei com muita autoridade, tentei saque e voleio algumas vezes, fui à rede mais três vezes. Então esse foi um momento em que eu sabia que tinha que usar a meu favor”.

Dimitrov enfrenta no próximo domingo o italiano Jannik Sinner, número 3 do mundo, na final de Miami. O búlgaro venceu o primeiro duelo entre eles, no saibro de Roma em 2020, mas o italiano venceu as duas últimas, em Miami e Pequim no ano passado. Sinner, de 22 anos, disputa sua terceira final em Miami e a segunda seguida, e busca um título inédito. E assim como Dimitrov, também tenta conquistar o segundo Masters 1000 da carreira.

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Paulo H
Paulo H
3 meses atrás

Nessa final, qualquer um que vença terá sido merecido e não desagradará nem a mim, nem a uma legião de fãs do tênis bem jogado. Sinner e Dimitrov, embora de gerações distintas, representam o tênis em que cada jogador além de possuir um amplo repertório de jogadas, busca soluções dentro da quadra, sem ficar suplicando por uma ajuda do seu box. Como era antigamente…

Sociedade da Neve
Sociedade da Neve
3 meses atrás

Enfrentado os melhores e perdido.
E a única vez que ganhou de Federer foi naquela partida pós “maior amarelada da história”, quando Federer percebeu que enquanto Djokovic existia n tinha como ele ganhar GS, e ali já tava desmotivado, caso contrário teria um H2H de zero contra o suíço.
Pelo menos o búlgaro deu uma ajudada danada naquele AO 2017, n cravo q Nadal ganhasse de Federer, mas que ajudou a no fim do jogo o espanhol estar sem pernas, isso ajudou, e no fim pós AO a rivalidade Fedal acabou se tornando uma rivalidade, não uma freguesia, isso Dimitrov ajudou muito pra isso acontecer.

Guilherme
Guilherme
3 meses atrás
Responder para  Sociedade da Neve

Se esqueceu que Federer tbm jogou 5 sets contra Wawrinka em AO 17?

Sociedade da Neve
Sociedade da Neve
3 meses atrás
Responder para  Guilherme

Sim, mérito dele por ter um jogo sem muitas trocas de bola, mas fato é que aquela semi prejudicou muito mais Nadal do que Federer, evidente que a qualidade do jogo de Federer favoreceu.

Paulo Almeida
Paulo Almeida
3 meses atrás
Responder para  Sociedade da Neve

Não, continuou uma bela freguesia, mas não aquela coisa vexatória de 23×10 no h2h.

Federer fugiu pro vestiário naquele jogo contra o Dimitrov e Djoko já estava eliminado por lesão.

Wendel
Wendel
3 meses atrás
Responder para  Paulo Almeida

Para mim não é mais freguesia

Paulo Almeida
Paulo Almeida
3 meses atrás
Responder para  Wendel

24×16 é freguesia grande.

João
João
3 meses atrás

Eu estou curtindo bastante essa performance do Dimitrov.
Realmente tem um tênis bonito de se ver em vários aspectos.
Mas preciso fazer um alerta.
Não existe um novo e genial tenista no circuito como alguns parecem pensar.
Muito pelo contrário, esse mesmo jogador já andou pelo circuito por pelo menos 10 anos e sempre foi medíocre. E sempre jogou com esse mesmo estilo, fez partidas e até torneios memoráveis mas ninguém “notou”. A novidade agora, que ele se tornou um super-gênio, teria sido porque surrou o Alcaraz? Ora, pelo menos 50 tenistas do atual circuito tam total condições técnicas de bater o Alcaraz sem o menor problema.
Mas claro que compreendo que o marketing gigantesco em cima do espanhol bem como a necessidade de alguns torcedores de terem um ídolo imbatível vai sugestionar muitas pessoas que alguém que venceu ele é uma espécie de deus dos deuses.
Mas claro que não é, alcaraz não é 10% do que a imprensa diz que ele é.
Quantos “alcarazes” aparecem e somem do circuito todo ano?
Cheios de qualidades, cheios de técnica, cheios de esperança.
Mas o tênis é muito parelho no aspecto técnico. E alcaraz, não é nenhuma fortaleza mental, então, repetindo, ganhar dele é natural e o básico é não amarelar, se deixar sugestionar que está diante de um novo GOAT. Infelizmente, muitos tenistas se deixam engambelar. Não precisava, poderiam vencer. Enfim, apenas para ilustrar que Dimitrov não virou gênio de uma hora para outra, não vai ganhar slam, não vai ser o novo número 1, nada disso. Vai continuar nessa mesma mediocridade. E não é que eu torça contra ele, pelo contrário, é apenas uma constatação óbvia. Estão ai os Gasquets, Krygos da vida que mostram o que quero dizer.
E por fim minha previsão final acerca de Carlos “milagre” Alcaraz: Vai ser um Hewwit, nada mais que isso, sinto muito se estou ferindo alguns sentimentos.

Flávio
Flávio
3 meses atrás
Responder para  João

Acho que não vai não cara, pois Alcaraz deve crescer mais porque é novo e já é vencedor, agora dar gosto de ver Dimitrov jogar ,pois joga muito e tem muita qualidade. Quando vimos o tênis feminino parece outro esporte do que o masculino faz, infelizmente é a realidade.

Ricardo
Ricardo
3 meses atrás
Responder para  João

Ele foi terceiro no ranking e é medíocre? Vc é da mesma laia dos caras que dizem que o Raonic, que foi 3 também, é um fracassado.
Os dois foram do tempo do big 3
Ganharam milhares de dólares, vc é o que?

Flávio
Flávio
3 meses atrás
Responder para  Ricardo

Ricardo o Raonic era ou é muito passivo a derrotas, agora Dimitrov é muito mais jogador do que Raonic que o azar do búlgaro é que viveu na era do big 3 e ainda tinha Warinka e Murray para atrapalhar.

hmsl
hmsl
3 meses atrás
Responder para  João

Para Alcaraz se tornar o novo goat, terá que ultrapassar Djokovic.
E, para ultrapassar Djokovic terá que jogar e ganhar muitos Slams, Finals, e Master 1000, e isso levará muitos e muitos anos, caso ocorra.

Clóvis Rizzi
Clóvis Rizzi
3 meses atrás
Responder para  hmsl

Normal. Djoko, Nadal e Federer também levaram muitos e muitos anos… Se vai conseguir, ainda não sabemos, o que podemos dizer é que ele está no caminho certo. 20 anos e 2 GS.

Clóvis Rizzi
Clóvis Rizzi
3 meses atrás
Responder para  hmsl

Mas o melhor de tudo é saber que há vida, ou melhor, há tênis após o Big4. Alcaraz, Sinner, Medvedev, estão movimentando o jogo. Quem sabe, João Fonseca seja um campeão de GS em 3 ou 4 anos e se junte a esse grupo. Viva o tênis!!!

Clóvis Rizzi
Clóvis Rizzi
3 meses atrás
Responder para  João

Acho que você não sabe muito bem o que está falando. Então vamos lá… “Quantos “alcarazes” aparecem e somem do circuito todo ano?” Resposta: Quase nenhum! Campeão de GS (US Open) antes dos 20 anos é fato raro na história do tênis, e de quebra venceu Wimbledon em cima de Novak Djokovic, um dos maiores da história, antes de 21 anos. Se Carlos Alcaraz decidisse se aposentar hoje, já teria seu nome na seleta lista de campeões de Grand Slam. Lleyton Hewitt encerrou a carreira com 2 GS e 2 Finals, aos 20 anos Alcaraz já igualou em Slam. Sem contar que ser comparado com Hewitt é um privilégio para poucos na história. Acho que nem preciso continuar…

Paulo Vinícius da Silva Reis
Paulo Vinícius da Silva Reis
3 meses atrás

Esse transmite a energia do tênis. Jogador fantástico

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