Londres (Inglaterra) – O australiano Alex De Minaur estava voando ano passado. Havia conquistado títulos no primeiro semestre e chegado às quartas de final de Rolando Garros. Em breve, teria o melhor ranking da carreira (6º) e havia acabado de marcar um duelo com Novak Djokovic por uma vaga nas semifinais de Wimbledon quando sofreu uma lesão no quadril que o obrigou a abandonar o torneio. Não jogaria tênis até o Aberto dos EUA, meses depois.
Como o mundo dá voltas, terá mais uma oportunidade de encarar o sérvio no All England Club após derrotar o dinamarquês August Holmgren, com parciais de 6/4, 7/6 e 6/3. Desta vez, o o duelo será pelas oitavas de final. “Engraçado como é a vida. Foi um momento brutal para mim ano passado tendo que lidar com todas aquelas emoções. Mas aqui estamos um ano depois, me sentindo bem e pronto e terei minha chance novamente. Estou animado com isso. São essas as partidas que você quer jogar. Não quer atravessar uma chave de Grand Slam sentindo que ganhou de graça. No fim, você quer vencer os melhores jogadores e esse é o meu foco”, disse.
De Minaur chegou a esta edição de Wimbledon como o 11º cabeça de chave, com 27 vitórias e 12 derrotas na temporada, final no ATP 500 de Roterdã, semifinais no Masters 1000 de Monte Carlo e quartas no Aberto da Austrália.
“Ano passado, eu estava muito confiante e pronto para encarar o mundo. E fui interrompido. Eu diria que agora estou muito mais sábio e passei por muito mais experiências. Eu joguei mais grandes partidas. Acho que estou mais preparado mentalmente para o próximo jogo. Apesar de meu nível ano passado ter sido muito alto, era meio que bem perigoso. Sinto que este ano estou mentalmente em um bom lugar e espero que o jogo, o tênis, apareça”, afirmou.
Eles se enfrentaram duas vezes em 2024: Djokovic prevaleceu no saibro de Monte Carlo, e De Minaur, na quadra dura da United Cup. Houve apenas mais um duelo, no Aberto da Austrália do ano anterior, com vitória do ex-número 1 do mundo.
“O objetivo é se preparar para as partidas sempre do mesmo jeito, seja na primeira ou na quarta rodada e independente do adversário. Essa é a mentalidade e o foco que eu terei. Obviamente, eu sei o que esperar dele. Não é que ele vai acertar alguns bons golpes e eu vou ficar, nossa, da onde veio isso. Eu sei do que ele é capaz. Espero que ele traga seu melhor tênis, como frequentemente faz em Grand Slams. Será um desafio e é isso que eu quero. São essas as partidas que eu quero jogar”, disse.
De Minaur reservou algumas palavras ao seu último adversário, August Holmgren, que furou o qualifier e chegou à terceira rodada em sua estreia na chave principal de um Grand Slam. “Eu entendo perfeitamente a sequência que ele teve. O nível que ele mostrou a semana inteira é extremamente perigoso. Ele tem um saque incrível, uma grande direita. Ele tira a raquete da sua mão e, quando está jogando com muita confiança, é um adversário bem complicado. Eu tive que trazer meu melhor tênis para avançar. Ele merece muito crédito, teve um grande torneio”, encerrou.