De fã a ídolo, Fonseca se adapta à nova realidade no esporte brasileiro

Foto: Divulgação/Fotojump

Felipe Priante
Do Rio de Janeiro, especial para TenisBrasil

A expectativa em torno do jovem carioca João Fonseca na disputa do Rio Open já estava bastante alta antes mesmo dele ter elevado tudo um pouco mais ao faturar o ATP 250 de Buenos Aires no último domingo. Um dia depois, ele já estava no Rio de Janeiro para a disputa do ATP 500 carioca, fez seu primeiro treino antes da estreia na competição e vivenciou a experiência de ser o grande ídolo local, um panorama bastante diferente de anos atrás.

“É uma pressão boa, é um sonho jogar tênis e uma honra representar o Brasil. Como eu já disse várias vezes, fazer esse papel de inspirar crianças é muito legal, ainda mais fazendo o que eu gosto, isso me dá combustível para seguir lutando e trabalhando cada vez mais duro por novos títulos. As coisas vão acontecer naturalmente, não posso dizer que vou ser uma estrela do tênis, não é assim que funciona, mas posso dizer que estou trabalhando muito duro para chegar lá”, disse Fonseca.

Assim como falou antes de sua estreia em Buenos Aires, o tenista de apenas 18 anos destacou as mudanças bruscas que têm acontecido nos primeiros anos como profissional. “Fui jogando torneios maiores cada vez maiores, fui crescendo. O João de um ano atrás não acreditaria que poderia chegar tão longe tão cedo. Fico feliz com minha trajetória até aqui”, comentou o jovem brasileiro.

“Nessa semana aqui consegui ver o quanto tudo mudou. Ficou muito feliz e orgulhoso de mim mesmo, mas ao mesmo tempo querendo mais. Ver as crianças me seguindo me dá forças pra continuar trabalhando”, acrescentou Fonseca, que se viu sair de fã para ídolo, sendo cumprimentado por estrelas do esporte após a conquista em Buenos Aires. “Honrado porque são ídolos mundiais sabendo quem eu sou. Neymar, Vini Jr, Ronaldo, eles são pessoas intocáveis e me parabenizaram, é sensacional. Dois anos atrás eu era o torcedor e via as pessoas como ídolos”, destacou.

Festa por 1º título e foco na estreia

O jovem carioca não escondeu a felicidade pela conquista inédita, se tornando o mais jovem brasileiro a levantar uma taça na ATP. “É meu primeiro título, é muito especial pra mim. E logo depois tenho uma semana no Rio, é um passo importante na minha carreira. Foi passo bem grande e espero poder cada vez mais jogar os torneios maiores. Primeiro título é sempre inesquecível, foi na Argentina, gostaria que fosse aqui, mas foi especial”, comentou Fonseca.

“Obviamente tem uma expectativa muito maior depois de um título”, falou o carioca, que na temporada passada foi às quartas no Rio. “Depois de um ano muita  coisa mudou, saindo de 700 para 70. Vai ser muito diferente, é um salto importante de maturidade para mim. O que aconteceu no passado e agora é focar no presente. Treinei super bem hoje”, disse.

A estreia de Fonseca será contra o francês Alexandre Muller, de 28 anos e atual 60 do mundo, em duelo inédito. “Nunca joguei  com o Muller e nunca treinei com ele. É um jogador que não conheço bem, mas vou ver com minha equipe para montar um plano de jogo”, pontuou o carioca, que garantiu que os problemas físicos que teve na semifinal e final de Buenos Aires já estão superados.

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Eduardo Luís Coelho
Eduardo Luís Coelho
2 dias atrás

Ponha o pé no chão João e aos poucos vai conhecendo seu adversário. Esqueça aa deixadinhas mas rasgue o verbo nas diagonais que com certeza você vai chegar lá.

Evandro
Evandro
2 dias atrás

De 700 para 70 em um ano….

Agora, de 70 a 7 em mais um ano.

Vamos ver rs

André Borges
André Borges
2 dias atrás

Vou ver com minha equipe para montar um plano de jogo.
O plano de jogo: sacar insano, bombardeá-lo de forehands já na segunda bola, tijolada atrás de tijolada e devolver o segundo serviço de dentro da quadra sem deixar o cara respirar.
Kkkkkkkkkk

Thiago
Thiago
1 dia atrás
Responder para  André Borges

Exato. Contra caras medianos, basta impor o jogo dele.

JClaudio
JClaudio
2 dias atrás

Sempre existe a comparação com Gustavo Kuerten, como a CBT irá “usar” a figura de um possível fenômeno do tênis?
O programa Bola da Vez o presidente da CBT (em fim de mandato), Rafael Westrupp, disse que está tudo preparado na confederação, caso ocorra o surgimento de um novo fenômeno do tênis.
Segundo ele, a entidade tem patrocínios, dinheiro, profissionais preparados, programas de desenvolvimento, hoje, a CBT está preparada para “usar” o jovem tenista, bastante carismatico, para a massificação do tênis.

Henrique
Henrique
2 dias atrás
Responder para  JClaudio

Se continuar fazendo o que está fazendo, daqui uns 30 anos aparece um novo Guga ou um Fonseca. A CBT não investe na base e nunca investiu. Se a molecada quiser chegar lá, só com um bom “paitrocínio” ou quem sabe se der sorte, com um patrocínio de verdade. Agora dinheiro pra fazer altas confraternizações depois das derrotas do Brasil nas edições da Copa Davis que ocorreram em nosso país, aí o aixa está cheio. Fora carros da Peugeot pra cima e pra baixo pra andar se graça. Hahahahahahaha

JClaudio
JClaudio
1 dia atrás
Responder para  Henrique

Olá Henrique…
Incrível, como nada é feito.
Em mais de 25 anos, a CBT teve 3 presidentes…
Nastás que foi acusado de corrupção e afastado pelo jogadores, liderado pelo Guga (dez anos depois foi inocentado pela justiça).
Jorge Lacerda, apoiado pela família Kurten e jogadores, foi condenado na justiça por desvio de dinheiro, foi condenado a 4 anos (em liberdade).
Rafael Westrupp, apoiado por Jorge Lacerda (não podemos esquecer) e a família Kurten, durante oito anos trabalhou para ser presidente do COB (não conseguiu).
Teremos agora Alexandre Farias, eleito por aclamação, apoiado pelo Westrupp (que foi apoiado por Lacerda).
Teve processo por desvio , condenação por notas frias, apoio de jogadores e federações a dirigentes corruptos, que também recebiam em representação de vendas de pisos, arquibancadas (infraestrutura), clínicas, patrocínios e promotores (falidos) de eventos (que não pagavam os colaboradores).
A CBT hoje, está encastelada em Santa Catarina, dirigida por pessoas ligadas a federação catarinense e a família Kurten (em algum momento, tem que cobrar o responsável).
Ninguém tem interesse em popularizar o tênis, é um nicho dirigido por algumas pessoas, mesmo se tivesse ferramentas para a massificação do esporte, esses dirigentes não deixariam, são políticos de clubes ricos, que tem o domínio sobre o esporte, e ganham com ele.
Dalcim, no programa Bola da Vez, perguntou sobre a figura dos “olheiros”, Westrupp não entendeu a pergunta, respondeu não sobre a descoberta na base, não existe projetos para o crescimento do esporte…
Até porque, rico precisa de um esporte para chamar de seu…

Henrique
Henrique
1 dia atrás
Responder para  JClaudio

Exatamente JCláudio. Enquanto isso na Argentina, o país está recheado de boas quadras públicas espalhadas pelas cidades, Buenos Aires é um bom exemplo disso. E a tradição de formação de jogadores lá é amplamente maior do que aqui. Enquanto isso a CBT, boia literalmente.

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