PLACAR

Apuro tático

Com exceção do top 10 Jannik Sinner, as semifinais do Masters de Toronto são uma considerável surpresa. Os dois mais recentes campeões do US Open ficaram pelo caminho e assim haverá um campeão inédito de nível 1000. A outra boa notícia é que a média de idade entre eles nem chega a 24 anos.

A queda dos dois grandes favoritos se explica acima de tudo pelo apuro tático de Tommy Paul e de Alex de Minaur, que têm a quadra dura como sua real especialidade. Com estatura média para o circuito, não são grandes sacadores, mas se mexem muito bem o tempo todo e com isso conseguem trabalhar muito bem a bola.

O norte-americano havia vencido Alcaraz há exatos 12 meses em Montréal e sabia a receita: atacou todas as devoluções de segundo saque, bateu o mais reto que pôde nas trocas e ficou muito esperto com as deixadinhas. É bem verdade que o espanhol voltou a jogar de forma muito irregular, por vezes precipitada, e aquelas escolhas ruins das partidas anteriores novamente vieram, e em momentos muito pouco apropriados.

O primeiro set entre De Minaur e Medvedev foi, digamos, estranho. O russo fez 5/2 e pirou por três games seguidos, o que é péssima atitude diante de um lutador ferrenho como o australiano. Mas aí o russo abriu 4-0 e 5-1 no tiebreak, perdeu serviços, e ainda teve três set-points. Na outra série, chegou a 2/0 e 4/2 antes de levar outra virada. Deu até a impressão que não queria ganhar. De Minaur fez sua parte com louvor e terminou com apenas 11 erros.

Paul terá pela frente o semifinalista mais jovem, porém o mais experiente. Jannik Sinner busca sua terceira final de Masters depois de um jogo a 1.000 por hora contra Gael Monfils. O francês arriscou o máximo que pôde – e como eu gosto quando ele adota essa postura -, o que obrigou Sinner a espancar a bola também. Nos confrotos diretos, Paul ganhou na grama e Sinner venceu no saibro, ambos no ano passado. Me parece bem aberto.

Saibrista de ofício, Alejandro Davidovich está em semana entusiasmada, tendo atropelado Alexander Zverev e sobrevivido a maratona diante de Casper Ruud. Curiosamente, só tem uma final na carreira, em Monte Carlo do ano passado, e ganhou os dois duelos contra De Minaur, mas nunca no piso duro. Não arrisco palpite.

No WTA 1000 de Montréal, Iga Swiatek chegou à 50ª vitória da temporada e outra vez teve trabalho. Começou muito firme, abrindo 5/1 em Danielle Collins, até que a americana calibrou a devolução e passou a colocar pressão no segundo serviço, sempre o ponto mais vulnerável da polonesa.

A número 1 tenta a sexta final da temporada contra outra típica jogadora de quadra dura. Jessica Pegula perdeu 5 dos 7 jogos contra Swiatek, mas está 1 a 1 nesta temporada. E sua divertida mas suada vitória sobre a amiga Coco Gauff só pode encher de confiança. O terceiro set ficou muito aberto até a quebra definitiva no 11º game.

Destaque necessário para a russa Liudmila Samsonova, que gosta muito de pisos mais velozes. Logo no começo da rodada, venceu uma partida duríssima tanto na parte física como emocional diante da número 2 Aryna Sabalenka e voltou à noite para eliminar Belinda Bencic. A suíça também jogou sua segunda partida, com virada em cima de Petra Kvitova mesmo tendo torcido o tornozelo esquerdo. Foi a própria Kvitova quem deu a primeira assistência com saco de gelo. Gigante essa tcheca.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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