Após duras críticas, Tsitsipas anuncia ruptura com o pai

Foto: Peter Staples/ATP Tour

Montréal (Canadá) – Um dia depois de disparar críticas pesadas ao seu pai e treinador, com quem mais uma vez protagonizou calorosas discussões dentro de quadra, o grego Stefanos Tsitsipas confirmou nesta sexta-feira o fim da parceria de trabalho entre eles. No X (antigo Twitter), o tenista de 25 anos publicou um longo comunicado explicando a situação e afirma que chegou a hora de separar as relações pessoais e profissionais.

“É com pesar que informo que a minha colaboração com o meu pai como treinador chegou ao fim. Prefiro manter meu pai no papel de pai, e apenas como pai. A filosofia nos ensina que a sabedoria vem através da compreensão de nossos limites e do reconhecimento de nossos erros. No meu caso, percebi que errei ao falar com ele daquele jeito. O tênis não é apenas uma partida, uma rebatida ou uma atuação de alguns segundos. É uma longa jornada cheia de emoções, pressões e expectativas”, iniciou dizendo o atual número 11 do mundo.

O grego reforçou o arrependimento pela a forma como lidou com a situação, discutindo com Apostolos durante uma partida, cena essa que se repetiu algumas vezes nos últimos anos. “Meu comportamento em quadra foi inaceitável e estou desapontado por ter chegado a um ponto em que mostrei um lado ruim de mim mesmo. Quando me sinto desrespeitado, julgado ou agredido emocionalmente, tendo a perder o controle do que sai da minha boca, o que vai contra meus valores como ser humano. Perdi o controle e não conseguia ver claramente à minha frente”, admitiu.

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Apesar de não atuar mais como técnico, Apostolos Tsitsipas continuará acompanhando o filho pelo circuito. Por sua vez, o tenista ainda não sabe quem assumirá o cargo de treinador. “Meu pai continuará viajando comigo e estará presente para me apoiar e dar assistência fora de quadra. Não tenho certeza de quem ocupará o seu lugar e ainda não estou em posição de decidir. O que sei é que é hora de encerrar este capítulo e tentar escrever um novo. Ambos concordamos com isso e esperamos nos concentrar primeiro no nosso lado humano e depois no resto”, frisou.

Stefanos e Apostolos trabalharam juntos durante toda a carreira do tenista de 25 anos. Ao lado do pai, Tsitsipas conquistou 11 títulos no circuito, dentre eles um ATP Finals e três Masters 1000, disputou duas finais de Grand Slam e chegou ao posto de número 3 do mundo em 2021.

Entenda o caso

Na última quinta-feira, Stefanos Tsitsipas saiu bastante descontente de quadra após a derrota em sets diretos para o japonês Kei Nishikori na estreia do Masters 1000 de Montréal. Mais tarde, em uma entrevista, o ex-top 3 expressou sua insatisfação com o mau momento vivido no circuito e disparou duras críticas ao pai, sendo que os dois já haviam discutido durante a partida e o técnico acabou se retirando do box do jogador.

A origem desse clima ruim tem em parte a ver com uma mudança de cordas na raquete, imposta por Apostolos e que Stefanos era contra. O tenista inclusive se sentiu bastante desconfortável com o novo equipamento no duelo contra Nishikori. “Senti que minha bola estava morta. Minha bola não era pesada o suficiente e quando pressionei com meu forehand ela não foi a lugar nenhum. Foi uma derrota decepcionante”, descreveu.

Tsitsipas reforçou que já se queixava dessa situação ao longo da semana, mas o técnico teria insistido nesta inovação nos treinos. “Estou reclamando disso há quatro ou cinco dias. Por isso briguei com ele durante a partida, não estou acostumado com algo assim. Eu preciso e mereço um técnico que me ouça e compreenda meu feedback como jogador. Meu pai não tem sido muito inteligente ou muito bom em lidar com essas situações, não é a primeira vez que ele faz isso. Estou realmente decepcionado com ele”, disse o tenista.

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Gilvandro
Gilvandro
10 meses atrás

Tsitsipas nunca mais foi o mesmo depois da Badosa, uma pena…

Paulo Sérgio
Paulo Sérgio
10 meses atrás
Responder para  Gilvandro

É esse daqui que fala do comportamento de Djoko?

Mateus Lucas Renan
Mateus Lucas Renan
10 meses atrás

coitado do pai dele… o verdadeiro culpado pela queda de desempenho dele é a Badosa, pode anotar.

Leonel
Leonel
10 meses atrás
Responder para  Mateus Lucas Renan

Kkk. Antes da Badosa a coisa já pegava com papai. Filho não emancipou, filho de papai. O pai comanda tudo. Desmamar de pai e mãe é complicado meu amigo. relação fica tóxica e é assim mesmo. Todo mundo tem alguma ligação tóxica seja com amigo mala ou pai ou mãe ou namoros. Terrível pra corrigir esse tipo de ralação.

Renato
Renato
10 meses atrás
Responder para  Mateus Lucas Renan

Ela é culpada? De que forma?

Luis Ricardo
Luis Ricardo
10 meses atrás
Responder para  Mateus Lucas Renan

nada a ver Mateus , ele já brigava com o pai “muito” antes da Badosa acontecer …informe-se.

Última edição 10 meses atrás by Luis Ricardo
Patricia Peruchin
Patricia Peruchin
10 meses atrás
Responder para  Mateus Lucas Renan

Acho que não, ein..uma vez deu com a raquete no braço do pai, pegou de raspão por sorte

Mauro
Mauro
10 meses atrás

É muito difícil fazer julgamentos sem ter informações, mas realmente a percepção que tenho é que o pai dele é uma pessoa de difícil relacionamento.
Algumas matérias já indicavam “personalidade forte” do pai dele e também da mãe.

Mauro
Mauro
10 meses atrás

Relacionamento sempre foi conturbado entre eles.

Ricardo
Ricardo
10 meses atrás

É muito fácil colocar a culpa em uma mulher, não é? O grego vem em uma descendente constante há uns três-quatro anos, antes do namoro, portanto. E é sobretudo por algo que não é inédito na história do tênis: Stefanos alcançou um nível excepcionalmente alto muito, muito jovem. Quase todos o apontavam como o melhor da sua geração e futuro número 1 do mundo. O mesmo ocorreu com jogadores como Hewitt, Safin ou Roddick.

Contudo, ele (assim como os outros três tenistas citados acima) simplesmente não aumentou o seu nível de jogo e essa estagnação o fez pagar o preço: primeiro contra o big 3, em que perdeu a maior parte dos duelos, depois, com a geração seguinte, sobretudo com os fenomenais Sinner e Alcaraz em que o grego virou freguês. O surgimento dessa nova geração, mais forte do que a anterior (Zverev, Rublev), destruiu o mental do grego de uma vez por todas. Ele sabe que perdeu a chance, e o melhor de sua geração foi justamente aquele que mais evoluiu o seu jogo ao longo dos anos e por isso ganhou GS e foi número um do mundo: o russo Medvedev – a quem o Tsitisipas, nos primeiros confrontos, sempre vencia.

A culpa não é da Badosa (que tem conseguido os melhores resultados profissionais dos últimos anos agora em 2024), mas sim de sua própria incapacidade (e do seu staff) de aperfeiçoar o seu jogo físico, técnico e, sobretudo, mental.

Última edição 10 meses atrás by Ricardo
Alvaro
Alvaro
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Um pouco de lucidez no site, parabéns.

Rafael Lucena
Rafael Lucena
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Concordo. Ele tem 2 vitórias contra cada membro do big 3. Tem 2 derrotas contra o Federer (vale considerar os 17 anos mais velho e que jogaram as 4x em 2019), 7 contra o Nadal e 13 contra o Djokovic. Quanto a geração, ele tem 25 anos, então fica intermediário entre o Alcaraz / Sinner (21 e 22) e Rublev / Zverev / Medvedev (26, 27 e 28). Conseguiu vencer Rublev e Zverev mais do que perder e perdeu mais pro Medvedev, embora tenha ganhado 4x também. Então é isso, ele apanhou muito do big 3 (geração 80) e está apanhando igualmente da nova geração (geração 2000). Quando o cara finalmente conseguiu uma folga do Nadal (e vê a aposentadoria do Djokovic logo ali), aparecem Alcaraz e Sinner pra acabar com o sonho dele ser favorito ou competitivo nos títulos grandes onde disputarem juntos.

João Sawao ando
João Sawao ando
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Assino João ando. Bem escrito Ricardo.e pelo que parece o pai tem um temperamento dificil

Luiz Otavio
Luiz Otavio
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Parabens Ricardo. Aqui a turma lê a revista caras, vê o Leão Lobo e passa a focar em fofoca e um papinho sabe tudo.

Helena
Helena
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Só duas observações. Tsitsipas sempre foi freguês do Medvedev. Os 5 primeiros confrontos foram 5 vitórias do russo.
E o grego é da mesma geração que os citados, pois faz 26 em poucos dias.

Maria
Maria
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Perfeito!

Renato
Renato
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Concordo plenamente. Ainda acho que ele pode melhorar esses resultados, mas o problema não está fora, nem no pai, nem na Badosa. Quem sabe essa mudança ajude a melhorar o “mental”, que penso ser o primeiro problema a ser atacado.

Daniel Macedo
Daniel Macedo
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Perfeito, só acho que o Tsitsipas não dá nem pra saída com o que foram Hewitt, Safin ou Roddick. O resto é exatamente isso.

JClaudio
JClaudio
10 meses atrás
Responder para  Ricardo

Roddick, Safin e Hewitt foram 1 do mundo.
Tsitsipas o máximo que conseguiu foi 3 do mundo.
Comparação ruim.

Ricardo
Ricardo
10 meses atrás
Responder para  JClaudio

A minha intenção foi apontar que assim como o grego, esses três outros jogadores alcançaram um nível de tênis altíssimo e muito jovens, contudo, não conseguiram nos anos posteriores ter uma evolução significativa para fazer frente à geração seguinte.

João Sawao ando
João Sawao ando
10 meses atrás

O Stefanos é que tem que decidir as cordas …Não o técnico.o tenista está certo.tem que mudar de técnico.

.

Marcelo Reis
Marcelo Reis
10 meses atrás

Se com um pai mala desses ele teve muito sucesso, imagine … já vai tarde! O fato é que vem caindo de nível mesmo muito jovem. Vamos aguardar.

Carlos
Carlos
10 meses atrás

Culpar uma namorada por um desempenho ruim de um atleta ou ídolo é o próximo do máximo que a covardia e o machismo podem alcançar.
Mais grave ainda nesse caso, pois a Paula é uma atleta de altíssimo nível.

Por que odeiam mulheres? Triste e patológico.

Geraldo Oliveira
Geraldo Oliveira
10 meses atrás
Responder para  Carlos

Covardia, machismo, misoginia (odiar mulheres) e adorar uma mulher no mesmo texto.
Estamos falando de tenis, esses não são termos esportivos.

Renato
Renato
10 meses atrás
Responder para  Carlos

Concordo demais com tudo que você disse. É preciso ter a coragem de assumir os erros, enfrentar os problemas, e parar de culpar os outros, especialmente, as mulheres. Não são obrigadas a ficar num relacionamento se não querem, ou se por algum motivo não deu certo.

João Sawao ando
João Sawao ando
10 meses atrás
Responder para  Carlos

Verdade. O único que a namorada prejudicou se podemos dizer isso foi a brooke Shields quando namorou o André Agassi que não saia de 350/400 do mundo

Marcos
Marcos
10 meses atrás
Responder para  Carlos

Olha o cavaleiro branco aqui, em busca de salvar a donzela ahahah. Que papinho de lacrador amigo, vai la pro X que é seu lugar

Carlos Alberto Martinez
Carlos Alberto Martinez
10 meses atrás

Ótima saída. Arruma um técnico de primeira linha, deixa o pai no box como torcedor e vida que segue.

Leonardo Faria
Leonardo Faria
10 meses atrás
Responder para  Carlos Alberto Martinez

O Lujbicic tá desempregado agora. E da mesma forma que deu um jeito no backhand do Federer, pode arrumar o do Tsitsipas, que é um dos pontos fracos do jogo dele.

Julio Marinho
Julio Marinho
10 meses atrás
Responder para  Leonardo Faria

Rapaz, não é que seria uma boa para ele? Precisa aula de back e slice, o resto ele faz muito bem. Mas o buraco está tão grande que ele joga torto.

Joaz Magalhães
Joaz Magalhães
10 meses atrás

Essa ruptura estava clara depois da entrevista do Tsitsipas após a eliminação p/ Nishikori . Se antes ele afirmava que isto estava fora de discussão , na entrevista ele afirmou que precisava alguém que o escutasse . É esperar pra ver como vai ser agora. É o que todos cobravam que ele fizesse já a algum tempo.

ricardo cruz
ricardo cruz
10 meses atrás

QUem é o Bodosa?
Será que ele nunca mais vai falar com o pai dele?

Saulo Sérgio
Saulo Sérgio
10 meses atrás

Perdoem-me, mas a culpa de tudo isso é da Badosa…

Luis Ricardo
Luis Ricardo
10 meses atrás
Responder para  Saulo Sérgio

RIDÍCULO !!!

Julio Marinho
Julio Marinho
10 meses atrás
Responder para  Saulo Sérgio

Ah é, como se o declínio dele fosse pós-Badosa. Não basta o argumento não ter fundamento, também não tem que ter sentido. Meu Deus

Renato
Renato
10 meses atrás

Se a relação profissional estava afetando a relação pai e filho, então fizeram o certo. O primeiro passo é o respeito aos pais, no caso, ao pai, nisso ele viu que se excedeu. No caso da Badosa, não é culpa dela. A pior forma de enfrentar um problema é culpar os outros. Cada um tem que assumir suas responsabilidades. Se é amor, dor, paixão, ou seja lá o que for, a outra pessoa não pode fazer por você. Sofra, encare o fim, resolva consigo mesmo, e aí siga em frente. Fácil não é, mas é o que resta a fazer. A fase do cara é ruim mesmo, é hora de dar uma repensada na vida, na condução da carreira. Culpar a ex-namorada não tem nada a ver.

Fernando
Fernando
10 meses atrás

Já era para mudar de técnico faz tempo. Esqueçam Badosa. O grego não tem o nível para derrotar Alcaraz e Sinner, nem o quase aposentado Djokovic.

Adriano Veiga
Adriano Veiga
10 meses atrás

Não sei nem se estão disponíveis, e se estariam dispostos a aturar as maluquices e rompantes do grego, mas minhas sugestões para Stefanos melhorar seu jogo e subir de patamar seriam:
– Vicenzo Santo padre, que fez Mateo Berretini se tornar um dos melhores do mundo.
– Franco Davin, tinha as mesmas características do jogo do grego.
– Ivan Ljubicic, era craque demais e se credenciou fortemente como técnico do Federer.
– Recentemente o Mikhail Youzhny se aposentou, está inteiro fisicamente e poderia acrescentar muitas coisa ao jogo do grego.

Marcos
Marcos
10 meses atrás
Responder para  Adriano Veiga

Pra ser técnico desse cara, só um mais durão que o pai dele mesmo. Então teria que ser o Larri

João Silva
João Silva
10 meses atrás

Aconteceu algo parecido com o Gabriel Medina, após relacionamento com uma atriz, separou-se da família, nestas olimpíadas dedicou o bronze ao pai após reconciliação.

Mas o fato é que ele parece ter chegado em um limite técnico e já faz um certo tempo. Torcer para retornar a grande forma.

Luis Ricardo
Luis Ricardo
10 meses atrás

Culpam a Badosa mas, muito antes dela entrar na vida do “Tsitripas” ele já tinha brigas constantes com o seu genitor , isso não não é de agora , inclusive teve um torneio no qual ele chegou a ser reprendido a viva voz pela propria mãe ,por causa da discusão que ele estava tendo com o pai nesse momento,,,

Rogerio Silva
Rogerio Silva
10 meses atrás

Boa tarde !
Site de tênis e o povo aqui fica dando uma de psicólogo.
A culpa é do paí,a culpa é da ex,a culpa é dele.
Nunca saberemos e não importa isso.
Ele está sem técnico e pode contratar o melhor,dinheiro pra isso ele tem e ,também,potencial para vôos maiores.
Aí fica um chamando o outro de misógino,de cavaleiro branco,de …parece site de fofoca.
Pensei que ia ter notícias sobre o nome mais cotado pra próximo técnico.
Bora gente,vamos subir esse nível!

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