Campeão mais jovem do Brasil, Fonseca valoriza o trabalho

A conquista do challenger de Lexington, no último domingo nos Estados Unidos, fez de João Fonseca o brasileiro mais jovem a vencer um torneio deste porte, aos 17 anos e 11 meses. E vencer uma competição no piso duro é pouco usual nessa idade para um tenista sul-americanos. E ciente de todas as façanhas, ele prefere valorizar o trabalho que está sendo feito.

Fonseca é o segundo sul-americano mais jovem a vencer um challenger nas quadras duras, atrás apenas de Juan Martin del Potro, também com 17 anos, em 2006. O carioca também se juntou a uma galeria de jovens campeões em Lexington e que já confirmam as expectativas sobre eles. Atual número 1 do mundo, o italiano Jannik Sinner foi campeão em 2019. Já o chinês Juncheng Shang, hoje com 19 anos e 78º da ATP, ganhou há duas temporadas.

“Eu fiquei sabendo quando anunciaram na premiação, que eu era o terceiro jogador com 17 anos a ganhar o torneio. Mas não é algo que eu fique olhando ou procurando”, disse Fonseca a TenisBrasil após a conquista em Lexington.

“Sei que algumas pessoas dizem que meu jogo é parecido com o Sinner. É um elogio, mas eu prefiro ficar focado no que as pessoas a minha volta estão falando pra mim, do que prestar atenção nas pessoas de fora. Tenho um longo caminho a percorrer ainda”, acrescentou o carioca, que venceu cinco jogos e não perdeu sets na semana.

Lexington is where the future shines 💫

2019 👉 Jannik Sinner
2024 👉 Joao Fonseca#OnTheRise | @atptour pic.twitter.com/WmB84yK0Pi

— ATP Challenger Tour (@ATPChallenger) August 4, 2024

A respeito do ranking, a mentalidade é parecida. O brasileiro saltou 48 posições na ATP, do 214º para o atual 166º lugar, marca que é a melhor de sua carreira. Ele também já aparece como o quinto melhor do país “Tento não pensar tanto em ranking, apenas tento melhorar semana após semana, dia após dia. Só tento melhorar meu jogo e vencer partidas. Tento me desenvolver não apenas como jogador, mas também como pessoa”.

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“Joguei um bom nível de tênis, evoluí dia a dia, ganhei bons jogos e superei um jogador que perdi na semana passada. Muito feliz com o resultado”, explicou o carioca, referindo-se à partida das quartas, contra o canadense Gabriel Diallo, para quem ele havia perdido no torneio anterior, em Chicago. “Depois de algumas semanas não jogando tão bem e vacilando muito, tanto na grama quanto no primeiro torneio na quadra rápida, essa semana foi fruto de todo o trabalho feito. Isso é muito importante para mim e para a minha evolução como jogador”.

Semana de treinos em Miami e mais um challenger antes do quali do US Open

Fonseca terá uma semana de treinamento em Miami e depois disputará mais um challenger nos Estados Unidos, em Cary. O torneio atrai nomes como os russos Roman Safiullin e Aslan Karatsev, o belga David Goffin, o norte-americano Christopher Eubanks e o japonês Kei Nishikori. Ex-número 1 juvenil, o brasileiro foi beneficiado por uma das vagas do programa de transição promovido pela ATP e ITF, que coloca os destaques da base em até oito chaves principais de challenger.

A série de torneios nos Estados Unidos, que também contou com o challenger de Chicago há duas semanas, serve como preparação para o quali do US Open, que começa daqui a duas segundas-feiras. Fonseca já esteve no quali de Wimbledon e tenta entrar em uma chave principal de Grand Slam pela primeira vez na carreira. O brasileiro foi campeão da chave juvenil em Nova York no ano passado.