Depois de um Roland Garros em que o favoritismo eram favas contadas, Wimbledon traz de volta a imprevisibilidade ao circuito feminino. Desta vez, Iga Swiatek não entra como favorita, mas ao mesmo tempo vê a maior parte de suas mais diretas concorrentes estarem com dúvidas físicas que podem comprometer suas campanhas.
Para aumentar essa deliciosa indefinição, a polonesa deve encarar uma sequência muito exigente, que já começa com a estreia diante da marrenta Sofia Kenin, pode prosseguir contra Petra Martic e Katerina Sinikova e talvez até mesmo em oitavas onde Jelena Ostapenko e Caroline Garcia são sempre adversárias perigosas. Para completar o quadro, a atual campeã Marketa Vondrousova e Danielle Collins são as mais cotadas para chegar às quartas.
Campeã juvenil sem jamais ter feito campanha de peso em Wimbledon como adulta, Swiatek optou por não fazer qualquer preparativo depois de faturar Paris e passou todo esse tempo entre descanso e intenso treinamento. Será que foi o bastante? É fato que seu saque tem evoluído gradativamente e a devolução agressiva pode ajudar.
É justamente nesse setor que ficou Bia Haddad, na condição de cabeça 20. O sorteio abre portas para que ela vença ao menos duas partidas, contra Magdalena Frech e depois diante de Lauren Davis ou Camila Osorio, o que nesta altura do campeonato já é um alívio. Se a lógica prevalecer, cruzaria então com a perigosa Danielle Collins e quem sabe tal sequência positiva reanime a canhota brasileira, que teve outra dura derrota em Bad Homburg contra uma adversária que raramente sacou acima dos 165 km/h.
O segundo quadrante da chave não está menos interessante. Vencedora dois anos atrás, Elena Rybakina lidera um setor onde estão nomes fortes como Jessica Pegula, Ons Jabeur e Katie Boulter, todas possíveis adversárias da cazaque nas quartas Importante lembrar que a tunisiana fez final nos dois últimos anos. Porém, mesmo antes disso, Rybakina pode ter trabalho. A estreia contra Elena Ruse exige cuidado, Laura Siegemund gosta da grama, Leylah Fernandez está na final de Eastbourne e Liudimila Samsonova tem um saque respeitável.
Parte inferior da chave aberta
Com quase todas as mais recentes finalistas e campeãs de Wimbledon na parte de cima da chave – a única exceção é Karolina Pliskova -, a parte inferior enseja sonhos para Coco Gauff, Aryna Sabalenka, Qinwem Zheng, Jasmine Paolini e Maria Sakkari. E nenhuma delas teve desempenho satisfatório nos preparativos, o que aumenta a disputa.
Gauff pode ter trabalho com Sorana Cirstea ou Victoria Azarenka antes de chegar em Paolini ou Marta Kostyuk, mas prevejo muitas surpresas nesse setor onde estão Pliskova, Naomi Osaka, Bianca Andreescu e Sloane Stephens.
A tarefa parece um pouco mais tranquila para Sabalenka, semi em 2023, que tem uma série de possíveis adversárias que são essencialmente jogadoras de fundo de quadra e saque médio. Zheng é uma diferenciada nesse campo e pode desafiar a cabeça 3 nas quartas.
Em todos os casos, entrará em campo também a questão física. Nas últimas semanas, vimos abandonos de Sabalenka, Rybakina, Vondrousova, Jabeur e Azarenka, ainda que em alguns casos possa ter sido mais por precaução. Portanto, neste Wimbledon feminino tão equilibrado, mais do que nunca cada dia será um dia.
Muitos jogos bons na estreia
A primeira rodada feminina já deve ter muitas emoções e não se descartam novidades. A lista de jogos promissores é grande: Swiatek-Kenin, Putintseva-Kerber, Garcia-Blinkova, Tomljanovic-Ostapenko, Collins-Tauson, Krejcikova-Kudermetova, Samsonova-Masarova, Boulter-Maria, Townsend-Pavlyuchenkova, Alexandrova-Raducanu, Badosa-Muchova e Azarenka-Stephens. Divirtam-se!
Sem dúvidas basta ver a Campeã do ano anterior , e as oscilações de Rybakina e Sabalenka, para a imprevisibilidade ser ainda maior . Iga mais madura , melhorou alguns fundamentos, e Serviço e devolução deram salto de qualidade. Mas a N 1 está longe de grande favoritismo. Abs!
Dalcim, você lembra de grandes vencedoras de Grand Slam de somente 2 pisos (rápida e saibro), sem vencer Wimbledon? Falo isso porque é possível que a Iga não consiga superar esse feito, embora não seja provável, e mesmo assim seja um dos grandes nomes do tênis feminino de todos os tempos.
Seles, por exemplo?
E Justine Henin.
Dalcim, uma dúvida que sempre me atormentou:
Usar as duas mãos para bater dos dois lados, como a Selles fazia, trazia quais vantagens?
E por que ninguém mais faz isso?
É muito difícil jogar assim, Rodrigo, proncipalmente na limitação do alcance. Exige muita movimentação e pegar sempre a bola na subida. Ajuda a dar mais peso nos golpes. A Seles é canhota, o que trazia um aspecto ainda mais curioso. Santoro também jogava assim e ele conseguia muitas variações de efeito, algo realmente notável.
Dalcim, com o peso e velocidade da bola atualmente, fica quase impossível fazer isso no alto nível, certo?!?
Acho bem difícil embora tenha algumas tenistas que ainda faz isso, caso mais notáveis da Su-Wei Hsieh.
Ah, muito bem lembrado, Dalcim!
Eu tinha me esquecido do bom Fabrice Santoro!
Realmente ele conseguia variações incríveis. Lembrei agora que o Marat Safin passava muita raiva com ele!
E olha que o Safin era um tenista muito superior em resultados. Contudo, era o Santoro que infernizava a vida do russo rs
Rodrigo, só para eu entender?
Muito superior em resultados quer dizer que era muito superior como tenista, ou não?
Sim,
o Safin ganhou Grand Slam em simples, e também foi o número 1 do mundo.
Portanto, realmente foi um tenista melhor do que Fabrice Santoro…
Sabalenka já disse em entrevista que não está 100% e que tem sofrido para sacar com dores no ombro. Mesmo assim, acho que é a principal favorita. Colocaria logo em seguida , Ons e Rybakina como favoritas e só depois a Swiatek. Pode ser que ela surpreenda, já que ninguém tem apostado que ela irá longe no torneio, ainda mais com uma chave tão dura.
VIVIANE, não é nem que Sabalenka “não está 100%”, ou seja, ela está é com uma lesão complicada mesmo. Não me surpreenderia se ela declinasse da participação em Wimbledon pouco antes da estreia…
A polonesa líder do ranking já acendeu um monte de velas pra tudo que é santo pedindo pra Ostapenko cair antes de cruzar com ela.
A Bia até que foi bem o ano passado. Se não defender os pontos, adeus Top 20. O que automaticamente a exclui do Elite Trophy… E seria uma lástima, porque aí já são 700 pontos a menos sem ao menos ter a chance de defendê-los.
Polonesa é perfeccionista, caro Maurício. Ostapenko invadia a quadra ( as vezes também no primeiro Serviço) e soltava o braço. Quero ver repetir novamente recebendo no corpo, e com outras variações. Juro que torço pras duas se encontrarem. Vai ter que jogar muito e diminuir o costumeiro caminhão de ENFs …Abs!
MUITO OBRIGADO, JOSÉ NILTON…
Gostei dessa novidade, Dalcim. Se eu não estiver enganado, acho que essa é a primeira vez em 18 anos do blog que leio textos (pastas) analisando separadamente o chaveamento masculino e feminino.
Espero que os membros do blog comentem simultaneamente nas duas pastas. Não deixando de comentar lá porque esta pasta é mais recente. Até porque não seria interessante a galera “brigando” aqui sobre o interminável tema “GOAT”…rsrsrs
Na verdade, já fiz outras vezes. O intuito é não seixar um texto muito extenso e assim poder aprofundar as análises.
Quem sou eu não fila do pão mas considerei um erro da Iga não ter disputado nenhum preparatório na grama. Isso pode lhe custar uma dolorosa prematura derrota já na 1a semana em WB, mesmo ela sendo a melhor de todas no circuito atualmente. É que a grama sagrada é pródiga em surpresas desagradáveis…
Quanto à nossa querida Bia, uma vez mais estarei torcendo muito por ela mas sem qualquer expectativa. Na atual fase, não me surpreenderia nem com uma derrota já na 1a partida. A polonesa pode ser bem perigosa na grama, desafortunadamente…
Wimbledom é o cenário perfeito para Emma Raducanu surpreender o mundo novamente. Para aqueles que não acreditam mais, minha mensagem de esperança é: “Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar”.
Ué, caro Ronildo…
O 1° raio caiu no US Open, não foi?
Eu ai questionar a mesma coisa.
Se ele se referia à cabeça de Emma, ainda assim não seria no mesmo lugar, rssss.
Vou torcer para Katie Boulter e Danielle collins no feminino .embora ache que de iga Swiatek
A chave é um pouco menos difícil para o Djoko do que a do no passado, quando enfrentou Hurkacz, Rublev, Sinner e Alcaraz. Porém, não está fácil, já que o Rune sempre engrossa e o Hurkacz dispensa comentários no serviço. Aí caso chegue na semifinal, vai depender do adversário…
Não há como duvidar de Djoko em W, mas há como duvidar do fisico e do nível técnico dele no momento. Essas são as grandes incógnitas. Se estiver bem ou se for elevando o nível com o passar das rodadas, sempre poderá vencer na grama, piso no qual, frente aos atuais jogadores, é superior aos demais…
Circulou uma foto do Nadal na classe econômica em um voo de Mallorca para Barcelona
Ele é tão humilde que eu não ficaria surpreso se Federer também tivesse voado para algum lugar recentemente para economizar.
Fedal sempre muito humilde. Simplesmente nunca há arrogância, egoísmo ou raiva por parte deles. Quase como os seres humanos perfeitos.
Kkkk
Gustavo, como esse comentário está fora do assunto out-fit dos tenistas, estou me esforçando aqui para saber se é legítimo ou irônico.
Depois voltaremos a falar dos uniformes.
Se bem que todos brancos agora, ficará difícil.
Foi pura ironia. O Fedal não é santo mas adoram dizer que são enquanto o Djoko é o vilão da história.
JOSÉ NILTON, a ex tenista Vanessa Menga, ouro em duplas no Pan de Winnipeg em 1999, ao lado de Joana Cortez, encerrou sua carreira aos 27 anos, em 2003. Dois anos antes, em 2001, ela posou nua para a Playboy, sendo clicada pelo conceituado fotógrafo J.R. Duran. Achei o ensaio maravilhoso e de muito bom gosto, mas lembro que à época, os donos da moral e dos bons costumes, falaram asneira pra caramba, no sentido de que ela perderia o foco de sua carreira, dentre outras condenações veladas como esta e outras, nem tanto. O que você achou das fotos?
Achei que ela fez o correto. Aproveitou uma ótima oportunidade comercial. Posar para uma revista de tamanho prestígio foi também reconhecimento a sua beleza e sua posição no mundo esportivo de então.
VALEU, JOSÉ, OBRIGADO…