E a grande vencedora foi Sabalenka

Há muito se discute a diferença entre o tênis masculino e o feminino e, por isso, a exibição deste domingo entre Aryna Sabalenka e Nick Kyrgios serviu a seu propósito principal: mostrar o quanto os homens dominam na força das pernas e o quanto o jogo das meninas evoluiu nas últimas décadas com preparo físico mais apurado e a evolução do material que são fazem as raquetes e cordas de hoje.

Por isso mesmo, a vencedora do jogo festivo de Dubai foi mesmo a número 1 do mundo, ainda que o placar tenha sido favorável ao australiano, um dos tenistas mais habilidosos que já surgiram em todos os tempos. Sabalenka disparou incríveis paralelas dos dois lados – claramente buscou um estilo ofensivo de poucas bolas trocadas, uma vez que isso lhe traria sempre desvantagem -, chegou em curtinhas, fez voleios e ousou com devoluções potentes, apesar da dificuldade óbvia de devolver o saque alto e cheio de efeito do rapaz.

Não gostei mesmo foi da decisão de forçar os dois tenistas a jogar apenas com um saque. É bem provável que Kyrgios fizesse muito mais estragos caso pudesse arriscar seu bombástico primeiro serviço, daí o motivo da regra inusitada, mas ao mesmo tempo tirou de Sabalenka um dos golpes essenciais de seu estilo, que é o primeiro saque forçado para dominar com a segunda bola. Assim, o que mais se viu neste domingo foram os dois jogadores empurrando o primeiro serviço para garantir a disputa do ponto, o que não combina com nenhum deles.

De qualquer forma, foi ótimo ver que Sabalenka tem potência e precisão para competir com os homens – muitas meninas treinam com o sexo oposto -, porque a rigor técnica e força não são os pontos que mais os distinguem no tênis profissional. Faltam, e isso todo mundo sabe, pernas mais rápidas para cobrir a quadra e, acima de tudo, chegar no equilíbrio perfeito para disparar o golpe. Essa diferença seria sentida quem quer que estivesse do outro lado da rede contra Kyrgios, até mesmo uma ágil Iga Swiatek.

Também positivo o fato de o duelo não ter tido gracinhas desnecessárias, como jogadas de efeito ou convidados entrando em quadra para jogar algum ponto. Ao contrário, viu Kyrgios tentando seus temidos saques por baixo e uma camiseta encharcada pelo esforço exigido pela líder do ranking.

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Alvaro Vilela
Alvaro Vilela
32 minutos atrás

Boa noite, o que é fato, nunca homens e mulheres vão jogar de igual para igual em atp, mas muito bonito ver esta maravilha que é o tenis, um esporte que beira a perfeição, e cujas regras são excelentes. Dubai ganhou um super evento, e os arabes querem muito levar tudo da atp para lá, mas é impossível, ainda bem…rssss A Saba é de uma simpatia ímpar e o Kyrgius foi muito legal hoje. Devem ter ganhado um bom dinheiro para isto, mas mérito deles.

Thiago Silva
Thiago Silva
22 minutos atrás

Também achei bizarro tirarem o primeiro saque da Sabalenka, o jogo seria totalmente diferente.

Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br
Paulista de 63 anos, é jornalista especializado em esporte há mais de 45 anos, com coberturas em Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Acompanha o circuito do tênis desde 1980, tendo editado a revista Tênis News. É o criador, proprietário e diretor editorial de TenisBrasil. Contato: joni@tenisbrasil.com.br

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