A classificação de Mirra Andreeva para a semifinal de Roland Garros representou um momento histórico para o tênis feminino. A russa de apenas 17 anos se tornou a mais jovem semifinalista de um Grand Slam desde Martina Hingis em 1997. E o sucesso de Andreeva em Paris tem a importante participação de sua treinadora, a espanhola Conchita Martínez.
Campeã de Wimbledon em 1994 e ex-número 2 do mundo, Conchita também foi finalista do Australian Open em 1998 e de Roland Garros em 2000. E além de toda sua experiência de jogar em alto nível nos Grand Slam, ela também treinou duas ex-líderes do ranking recentemente, Garbiñe Muguruza e Karolina Pliskova.
O trabalho com Andreeva começou no início da temporada de saibro. A russa estava voltando de uma lesão no punho e não jogou o WTA 1000 de Miami. Com isso, antecipou a preparação para Roland Garros. E depois de um primeiro contato, intermediado por seu agente, e de uma semana de treinos experimentais, elas começaram a viajar pelo circuito no WTA 250 de Rouen, disputado no saibro francês no início de abril.
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“Até agora, tudo bem. Gostei de trabalhar com ela e espero que ela também goste”, disse Andreeva, ainda durante a campanha até as quartas em Rouen. “Não posso dizer que há aspectos especiais em que estamos trabalhando. Mas a primeira coisa que fizemos foi melhorar o meu slice, porque ela fazia isso muito bem e me deu algumas dicas. Agora, estou tentando usá-los quando tiver tempo e uma boa possibilidade em quadra”.
“Ter a Conchita ao meu lado é uma grande vantagem”, afirmou
Algoz da vice-líder do ranking Aryna Sabalenka em Paris, Andreeva que Conchita, apesar de traçar o plano de jogo, dá total liberdade para a tomada de decisão em quadra. No box da russa durante a partida desta quarta-feira também estava a ex-número 2 do mundo Vera Zvonareva, finalista de Wimbledon e do US Open em 2010, que foi sua parceira de duplas nesta semana em Paris.
“Sempre jogo da maneira como eu gostaria. Faço planos com a minha treinadora, mas quando entro em quadra eu esqueço tudo!”, reconheceu a russa. “Tento não pensar em mais nada além do jogo. Ela fala comigo durante a partida, mas tento jogar como eu me sinto no momento. Quando vejo um espaço aberto, tento acertar ali. Mas ainda preciso dela! Ela está me dando um grande apoio. Tê-la ao meu lado é uma vantagem incrível para mim e estou muito feliz por ela ainda trabalhar comigo”.
Keep playing that way, Mirra 😃#RolandGarros pic.twitter.com/nfaYYaQE0j
— Roland-Garros (@rolandgarros) June 5, 2024
Para Conchita, Andreeva tem jogo completo e pode evoluir ainda mais
Em entrevista ao site e Roland Garros, Conchita Martínez destacou os recursos técnicos de Andreeva e garante que a russa ainda pode evoluir. A espanhola também ficou impressionada com a postura da tenista em quadra e com sua maturidade no relacionamento.
“Ela tem um jogo muito completo, mas também tem muitas áreas que pode melhorar. É nisso que estou me concentrando. Acho que ela está fazendo um trabalho incrível. Estou muito impressionada com o nível de maturidade dela. Ainda tem 17 anos, brinca, mas sabe dos momentos em que precisamos falar sério e já muda o foco. Isso é muito importante, Sinto que ela respeita a mim e ao meu trabalho”.
“Nos treinos, sou firme, mas também quero que ela reconheça quando ela acerta um golpe incrível ou faz algo muito bem. É uma questão de se divertir também. E quando isso não acontece, está tudo bem, ela não precisa ser tão dura consigo mesma. Fora de quadra, é muito divertida e educada. Espero que ela nunca perca isso e continue humilde”.
If at first you don’t succeed… 😝
17-year-old Mirra Andreeva working on her tweeners with @conchitamartinz 🌭🌭🌭 pic.twitter.com/cqKgY10cMe
— wta (@WTA) May 1, 2024
“Não esperava chegar à semifinal”, declarou a russa
Atual 38ª do ranking, Andreeva derrotou duas ex-líderes do ranking, Victoria Azarenka na segunda fase e Aryna Sabalenka nas quartas, e também bateu a norte-americana Peyton Stearns, que vinha de título no WTA de Rabat uma semana antes de Roland Garros. As outras duas vitórias foram contra a Emina Bektas na estreia e a francesa Varvara Gracheva nas oitavas.
“Não esperava jogar a semifinal. Era um sonho para mim no início do torneio. Dois dias atrás, eu ia jogar contra a Gracheva nas oitavas e sabia que, se eu vencesse, jogaria contra a Sabalenka nas quartas. E com outra vitória, poderia jogar uma semi. Estou realizando um sonho”, afirmou na coletiva de imprensa.
Andreeva enfrenta na semifinal a italiana Jasmine Paolini, 15ª do mundo, e derrotou a rival recentemente em Madri. “Joguei com ela em Madri e foi uma partida muito difícil mentalmente. Ela joga muito rápido, se move muito rápido, e é muito agressiva não importa o placar ou a situação. Vou tentar jogar no mesmo nível com e veremos o que acontece”.
A russa também fala sobre o desafio de ser uma adolescente normal. “Eu tento ser uma adolescente normal. Ainda vou para a escola, assisto séries de TV, uso bastante o Instagram e faço umas besteiras em casa, rio e falo bastante. Mas tento fazer coisas normais. O que me faz diferentes é que eu me sinto uma pessoa mais madura e sei do que eu estou fazenedo. Diria, então, que sou um pouco mais madura que o normal”.
opa.. surgiu mais uma pra brigar com as top 4 ou 8…. o feminino melhorando, subiu o sarrafo
Incrível essa Mirra. Como joga! Acho que a única capaz de parar Iga.
Kkkkkkkkkkkkkkk. Ganhou da Sabalenka porque ela estava doente..se pegar a Iga na final, corre o risco (grande) de levar pneu, isso sim.
kkkkk Pelo visto temos mais um gênio da análise tenística por aqui.
Mario Sergio te pergunto a Victoria nao fara a temporada de grama