Com a eminente dissolução do Big 3 – Roger Federer já aposentado, Rafael Nadal lutando contra o físico e Novak Djokovic tendo de selecionar os torneios – Carlos Alcaraz e Cia estão conseguindo manter o bom nível do tênis. São novos jogadores talentosos, como o italiano Jannik Sinner ou o viking Holger Rune, que costumam proporcionar belas e emocionantes jogadas, como se viu recentemente em Indian Wells.
É claro que (pelo menos em minha opinião) jamais iremos ver novamente três jogadores conquistando 20 ou mais troféus de Grand Slam na mesma geração. Por isso, sempre digo que fomos privilegiados em sermos contemporâneos de Federer, Nadal e Djoko.
A expectativa, lançada pela própria ATP, era de que a chamada “Next Gen”, que foi liderada por Dominic Thiem, pudesse ameaçar, ou pelo menos concorrer, com as inúmeras conquistas do Big 3. Mas como disse certa vez o genial Marat Safin, “é uma bela geração, mas não ganha dos grandes”.
Só o tempo foi capaz de mudar esse cenário. Federer teve de abandonar as quadras, Nadal ainda tenta ser competitivo e Djoko sofreu frustrações nesse início de 2024, embora acredite que o sérvio está apenas fazendo alguns ajustes e venha forte na charmosa temporada europeia do saibro.
O calendário traz agora um novo desafio: o 1000 de Miami, sem Djokovic e Nadal e provavelmente com Sinner enfrentando alguns problemas físicos. Jogou muito até aqui em 2024, mas até agora não anunciou qualquer alteração para os próximos dias e segue como cabeça 3 na Flórida.
É uma pena que o Miami Open possa sofrer com algumas perdas este ano. Afinal, é o torneio preferido dos brasileiros e comparável em muitos aspectos a um Grand Slam. Outro detalhe é que a competição – já disputada em Delray e Key Byscayne – agora não tem uma sede para chamar de sua. A mudança ao meu ver fez perder muito do charme de Crandon Park. Mas entendo que precisaria crescer para manter a rivalidade com Indian Wells e sei que muitos irão me chamar de saudosista, porém, curtia sim e muito o antigo ambiente.
Enfim, o Miami Open tem muito a oferecer e vale a pena conhecer. Além disso, Indian Wells mostrou o surgimento de novas estrelas, que iniciam uma rivalidade contra jogadores muito jovens como Alcaraz e Sinner. Sem contar ainda com o feminino, modalidade que vem mantendo um alto nível e para nós brasileiros sempre legal ter alguém para torcer como Bia Haddad Maia. Ela passa por ajustes, suas adversárias já sabem o que fazer para tirá-la do jogo, mas a canhota tem sim recursos para impor o seu bom tênis.
Chiquinho, tenho alguns pontos para analise. Borg se aposentou aos 27 anos com 7 GS , Sampras aos 30 com 14 GS , Federer aos 40 com 20 GS , Nadal com 37 e no final da carreira com 22 GS , Nole ainda na corrida com 36 anos e ainda em atividade com 24 GS. A tendencia a meu ver é que com o desenvolvimento da medicina e da fisioterapia é que os esportistas tenham cada vez vida util mais longa e no tenis acredito que muitos chegarão competitivos até os 40 e poucos anos. Como seria o Borg jogando mais 10 anos ou o Sampras mais 7 anos ? Outra coisa é que o presente e o passado já aconteceram, e é impossível prever o que vai acontecer com o Sinner , o Alcaraz e quem sabe até mesmo o Fonseca. A beleza está nas paginas que ainda não foram escritas. Abraços.
É isso mesmo… a beleza está nas páginas a serem escritas. Borg aposentou cedo – algo como
se fala hj de saúde mental, como aconteceu com Osaka -. Ele é um gênio. Criou um estilo e uma escola. Poucos sabem, mas trouxe de outros esportes ferramentas inovadoras para o tênis, muito bem representadas pela esquerda de duas mãos, que os suecos consagraram, exceção para Edberg. O sueco de cabelos longos, fita na cabeça e estilo inovador sofreu com a pressão em quadra e negócios mal sucedidos fora delas… sem falar em outras cositas. Borg até que tentou voltar em Monte Carlo. Lembro que por influência de um grande amigo português, João Moura Diniz, fui convidado para a volta do sueco IceBorg em Monte Carlo. Estou em quadra ao seu estilo: cabelos longos, fita, mas com um erro enorme: a velha raquete Donnay . É claro não resistiu aos novos tempos, mas marcou história e fez – e faz – muito bem ao tênis. Agora Nadal ainda não aposentou né… mas concordo: falta pouco. Vítima de seu próprio veneno. Exigiu demais do físico e foi crucificado por isso. Carreira marcada por glórias e lesões. Sampras foi um pouco diferente. Tinha uma doença rara, típica do Mediterrâneo, de onde veio seu pai. Jogador genial e que pela ATP na época seria o goat. Um cara legal, de difícil compreensão, mas tive o privilégio e acompanhar quase toda sua carreira. É que ele respondia as perguntas na sala de imprensa friamente. Raramente chamava alguém pelo nome,com exceção de Bud Collins, que escrevia para o Boston Globe. Sempre foi muito gentil e qdo veio ao Brasil pensou até em jogar golfe comigo, mas os organizadores, com o reconhecido receio dele se machucar e comprometer a exibição vetaram o “evento” (evento para mim né). A questão da vida longa é complicada. Hj a medicina aumentou a nossa expectativa de vida. Só que o esporte competitivo e de alto nível “faz mal a saúde “. Realmente é impossível, como vc disse, prever o que acontecerá com Alcaraz e Sinner. Mas, enfim, acho que chegarão longe, ainda mais, só que para a gente ver 3 jogadores contemporâneos conquistarem 20 ou mais Slams ficou para a história e, na minha opinião, não veremos mais. Ora o Fonseca é um gde talento.
Mas, sinceramente, gostaria sim de vê-lo por um tempo na universidade americana onde teria de cumprir normas disciplinares, ouvir ordens ( como o Larri fazia com Guga) e então chegaria ao Tour bem preparado. Mas, enfim, temos de respeitar sua decisão e ficamos na torcida pelo seu sucesso. Ora eu conheço o tour, claro que não como jogador, mas com status para sentir o ambiente. E posso dizer é algo feroz, ng quer perder nada, nem na fila do almoço hehehe abs
Perfeita analise é por ai mesmo, vide no futebol onde jogadores de linha com certeza jogarão até os seus 40 anos em bom nível, e essa nova geração após Federer, Nadal e Serena Willians, vão se revezar em ganhar GS mas teem que passare pelo Joko que ainda vai longe com seu tenis espetacular. O Alcaraz, Sinner, Mevdev, Tsitsipas, e outros novos ainda mantém o bom nível do Tenis Mundial.
Era uma vez 3 grandes.
Eles digladiavam-se o tempo todo, ao mesmo tempo em que puxavam-se mutuamente para cima. Quando um foi embora, um outro sentiu saudade e já se prepara para também sair. E o que restou, parece não querer ficar sozinho.